O que aconteceu até agora no julgamento de Bolsonaro?
O julgamento de Bolsonaro e sete aliados por tentativa de golpe de Estado já soma três dias de sessões. Veja o que aconteceu até agora
O julgamento de Jair Bolsonaro e outros sete réus, acusados de tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, começou na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e já acumula três dias de sessões intensas.
Entre debates sobre provas e delações, o processo mobiliza ministros, advogados, réus e o país inteiro atento ao desenrolar de um caso histórico para a democracia brasileira. Entenda o que aconteceu.
2 de setembro de 2025 – Início do julgamento de Bolsonaro
Na tarde de terça-feira, dia 2 de setembro, o relator Alexandre de Moraes iniciou a sessão com a leitura do relatório que resume fases da investigação, provas e acusações.
A Procuradoria-Geral da República, representada pelo procurador-geral Paulo Gonet, defendeu a condenação dos réus, alegando que integraram uma trama articulada para impedir a posse do presidente eleito.
As defesas responderam na sessão da tarde: o advogado de Mauro Cid defendeu a delação premiada; Ramagem criticou acusações de espionagem; Almir Garnier negou envolvimento da Marinha; e Anderson Torres rejeitou a chamada “minuta do golpe”.
3 de setembro de 2025 – Sustentações finais das defesas no julgamento de Bolsonaro
No segundo dia, o julgamento seguiu com as sustentações das defesas. Bolsonaro permaneceu em prisão domiciliar e não compareceu. As falas giraram em torno da falta de provas materiais e da fragilidade de testemunhos como o de Mauro Cid.
Advogados afirmaram que os réus foram “arrastados” para o processo sem ligação direta com atos violentos. Com o fim das sustentações, a sessão foi encerrada e adiada para a semana seguinte, quando começariam os votos dos ministros.
5 de setembro de 2025 – Julgamento de Bolsonaro tem sessão extraordinária marcada
Na sexta-feira, a Primeira Turma se reuniu para tratar do andamento do julgamento. Atendendo a um pedido do relator, Alexandre de Moraes, o presidente da Turma, Cristiano Zanin, decidiu incluir uma sessão extraordinária no dia 11 de setembro.
A medida foi adotada porque os ministros avaliaram que não haveria tempo suficiente para concluir a análise apenas nas sessões regulares, dadas à extensão dos votos e a complexidade do caso.
Além da definição de calendário, houve movimentação em torno dos réus: advogados reforçaram pedidos para que medidas cautelares, como o uso de tornozeleira eletrônica e restrições de fala pública, fossem revistas.
Também foi discutida a logística para garantir segurança no dia em que Bolsonaro poderá comparecer presencialmente, caso seja autorizado por razões médicas. O clima foi de expectativa, com a sinalização de que a votação efetiva dos ministros deve começar já na próxima sessão.
Quem são os réus do julgamento de Bolsonaro?
O julgamento em curso perante a Primeira Turma do STF envolve oito réus, considerados parte do núcleo central da suposta tentativa de golpe de Estado:
1. Jair Bolsonaro, ex-presidente da República
2. Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
3. Almir Garnier, almirante e ex-comandante da Marinha
4. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal
5. Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI)
6. Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa
7. Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e candidato a vice-presidente em 2022
8. Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência e delator premiado
Eles respondem a cinco crimes graves: organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça; e deterioração de patrimônio tombado.
No caso de Ramagem, parte das acusações foi suspensa, restringindo-se à organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Quem são os ministros do STF que julgam o caso?
A análise do processo cabe à Primeira Turma do STF, formada por cinco ministros:
- Alexandre de Moraes (relator),
- Flávio Dino,
- Luiz Fux,
- Cármen Lúcia e
- Cristiano Zanin (presidente da Turma)
O julgamento segue até o dia 12 de setembro oficialmente e segue a ordem em que cada ministro apresenta seu voto, começando pelo relator e encerrando com o presidente.