Mauro Cid: quem é o ex-ajudante de Jair e réu colaborador no STF

Mauro Cid no julgamento do STF: saiba quem é e de quais crimes é acusado

Ex-ajudante de ordens e aliado próximo do ex-presidente, Mauro Cid é apontado pela PGR como peça-chave no processo que apura a trama golpista

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, é um dos nomes mais citados na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Acusado de envolvimento no plano golpista que visava impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023, o militar é tratado como réu colaborador no processo que pode condenar Bolsonaro e outros aliados.

Quem é Mauro Cid

Mauro César Barbosa Cid, de 46 anos, é tenente-coronel do Exército e filho do general da reserva Mauro César Lourena Cid, ex-colega de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).

No início do governo Bolsonaro, tornou-se um dos quatro ajudantes de ordens da Presidência e rapidamente ganhou a confiança do então presidente, passando a atuar como assessor de confiança e conselheiro.

Por sua proximidade, foi envolvido em diversas investigações, desde fraudes em cartões de vacina até tentativas de reaver joias recebidas pelo governo brasileiro como presentes oficiais. Hoje, é considerado peça-chave para esclarecer a dinâmica do grupo investigado por planejar a ruptura institucional.

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Crimes atribuídos a Cid

Segundo a Polícia Federal, Mauro Cid foi parte ativa em diferentes frentes investigadas. Entre as acusações, estão:

  • fraude nos cartões de vacina do próprio Bolsonaro, de sua esposa e de outros ex-assessores;
  • participação em transmissões ao vivo em que o ex-presidente divulgou informações falsas sobre a pandemia;
  • e colaboração no vazamento de um inquérito da PF sobre ataques hackers ao TSE.

Ele também se envolveu nas tentativas de liberar joias retidas pela Receita Federal, enviando militares ao aeroporto de Guarulhos a poucos dias do fim do mandato de Bolsonaro.

Além disso, em seu celular, foram encontradas minutas de decretos e mensagens que defendiam um golpe de Estado, trocadas em grupos com militares da ativa.

Mauro Cid e o papel de réu colaborador

Apesar das acusações, Cid fechou acordo de delação premiada. A PGR reconheceu sua colaboração, mas apontou omissões relevantes. Por isso, o órgão pediu que sua pena seja reduzida em um terço, mas não defendeu perdão judicial.

Na visão da Procuradoria, sua delação ajudou a entender a estrutura da organização criminosa e o papel de Bolsonaro como líder.

Ainda assim, restam dúvidas sobre a extensão de sua participação e sobre possíveis informações ocultadas no processo.

O julgamento de Bolsonaro e seus aliados

Na denúncia, Bolsonaro é acusado de cinco crimes:

  • liderança de organização criminosa;
  • tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • tentativa de golpe de Estado;
  • dano contra o patrimônio da União;
  • e deterioração de patrimônio tombado.

Ao todo, 34 pessoas foram denunciadas, entre elas o ex-ministro Braga Netto e Mauro Cid. Se o STF aceitar a denúncia, será aberta uma ação penal, transformando todos os acusados em réus.

Quem vai julgar Augusto Heleno, Bolsonaro e demais réus?

O caso será analisado pela Primeira Turma do STF. Formada por cinco ministros, a turma tem autonomia para julgar casos mais simples, mas sem declarar inconstitucionalidades, o que cabe ao Plenário. Confira quem são:

O Supremo Tribunal Federal (STF) é o mais alto órgão do poder judiciário brasileiro, composto por 11 ministros — os quais são divididos em duas turmas, a fim de dar celeridade aos processos.

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