Braga Netto no julgamento de Bolsonaro: quem é e quais crimes é acusado
O candidato à vice-presidência em 2022 ao lado de Bolsonaro é um dos julgados pelo STF; saiba quem é Walter Braga Netto e os crimes pelos quais é acusado
O general Walter Braga Netto, vice do ex-presidente nas eleições de 2022, além de ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, é um dos sete réus julgados com Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O julgamento acontece pela investigação de uma tentativa de golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após o resultado eleitoral.
A Primeira Turma do STF fará a apuração e análise do caso a partir do dia 2 de setembro, na terça-feira. A previsão é de acabar no dia 12, mas pode mudar, a depender da duração do julgamento.
Quem é Walter Braga Netto
Antes de ser aliado de Bolsonaro, Braga Netto foi interventor federal na segurança pública no Rio de Janeiro durante o governo Michel Temer. Permaneceu na chefia entre fevereiro de 2018 e janeiro de 2019, saindo para assumir a chefia do Estado-Maior do Exército.
Durante o governo Bolsonaro, foi ministro da Defesa e da Casa Civil. O general fazia parte do círculo mais íntimo do ex-presidente, sendo o seu aliado nos crimes que serão julgados, como o planejamento da tentativa de golpe de Estado.
Segundo a Polícia Federal e denúncia feita à Procuradoria-Geral da República (PGR), o planejamento do plano “Punhal Verde e Amarelo”, que envolvia a morte de Lula, do ministro do STF Alexandre de Moraes e do vice-presidente Geraldo Alckmin, teria sido discutido em sua casa, em Brasília.
Pelo seu envolvimento direto, foi preso preventivamente pela Polícia Federal em dezembro do ano passado. O general solicitou sua soltura, mas foi negada seis vezes por Alexandre de Moraes, que seguiu a manifestação da PGR, contrária à solicitação.
Walter Braga Netto: por quais crimes responde
O general da reserva faz parte do “núcleo crucial” indiciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O nome foi dado ao grupo dos supostos líderes da articulação da trama golpista, incluindo a de impedir que Bolsonaro deixasse o Planalto após as eleições de 2022.
Além da participação no planejamento do possível golpe de Estado e no plano “Punhal Verde e Amarelo”, teria participado da trama de oficiais influentes em influenciar a população em desacreditar o processo eleitoral.
Ao depor no dia 13 de agosto, suas alegações finais para o julgamento da próxima semana foram contestadas pelos seus advogados.
Elas envolviam a validação das informações sobre a minuta que planejava o golpe, que foram deletadas pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.
Assim como os demais réus, será julgado por:
- tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- organização criminosa armada;
- golpe de Estado;
- danificação de patrimônio tombado;
- e dano qualificado pela violência e ameaça grave.
Sua defesa aponta supostas nulidades do processo, como uma ausência de provas. É defendida a sua absolvição e, caso condenado, uma redução na pena por pouca participação.