Conheça a história do soldado dinamarquês torcedor do Ceará

Dinamarquês, cearense de coração e torcedor do time alvinegro, Jacob Pedersen trocaria o seu país pela vida na Terra da Luz. Conheça a história do soldado do Exército Real

O soldado real dinamarquês Jacob Pedersen, 44, residente na quarta maior cidade do país europeu, a pequena Aalborg, sonha em viver no Brasil. O homem pretende deixar permanentemente sua terra natal para viver no lugar que mais ama no mundo: a capital do Ceará. “Fortaleza tem tudo o que um dia sonhei. Nela me sinto em casa. As pessoas são muito amigáveis e sorridentes”.

Mas até que o seu sonho se torne realidade, Jacob continuará viajando à amada terra duas vezes por ano. Ele possui um contrato com o Exército Real Dinamarquês, o que deve postergar a realização de seu desejo por mais duas décadas, assegurando-lhe, por outro lado, uma aposentadoria confortável.

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No intuito de diminuir o tempo de espera para que a mudança ocorra de vez, Jacob tem planos de colocar um negócio na Capital cearense dentro de dois ou três anos. Como bom empreendedor, não dá detalhes sobre seu projeto, mas promete ser algo inédito na cidade, algo que viu somente na Europa.

“Devo garantir uma boa renda antes de ousar na tomada de qualquer decisão e romper o contrato. Viverei em Fortaleza sim, mas preciso me certificar de ter uma boa qualidade de vida no Brasil e da possibilidade de visitar a Dinamarca periodicamente”, comenta.

Ele diz não entender por que as pessoas são “loucas” para ir à Dinamarca. Para um escandinavo talvez não seja a Social Democracia, tão bem vista pelos brasileiros, o suprassumo da alegria e o segredo para a autossatisfação. É um modelo baseado na providência de aspectos vitais à população, como saúde e educação pública de qualidade.

Segundo ele, o sistema é funcional, mas começar uma vida no país nórdico é “muito difícil”. Por ser nativo e estar bem inserido na sociedade, tudo é ótimo; mas, para estrangeiros, especialmente refugiados, pode ser “bastante” desafiador. A língua é complicada e fazer amigos não é fácil.

No último relatório da World Happiness Report, estudo patrocinado pela ONU que avalia o nível de felicidade dos países, a Dinamarca obteve o terceiro lugar, ficando atrás apenas da Finlândia e da Islândia, todos países nórdicos. Desacreditando-a, Jacob Pedersen diz não entender em que é baseada a pesquisa e supõe que a solidão seja superior em seu país em relação ao Brasil.

“Na Dinamarca as pessoas só miram o chão; não cumprimentam desconhecidos. É muito difícil fazer amigos aqui, já em Fortaleza é muito fácil. Tenho vários amigos fortalezenses de quem costumo sentir falta”, desabafa.

Para Jacob Pedersen, viver em um país quente é um sonho de infância, ele só nunca soube qual lugar escolheria até vir ao Brasil pela primeira vez em 2017, depois de tanto ter viajado o mundo. Visitou São Paulo, Rio de Janeiro e, por fim, a Capital do Ceará, pela qual se encantou. 

“Rio e São Paulo são cidades enormes e não são quentes todo o ano. É difícil explicar o que senti quando cheguei em Fortaleza; para mim, é como o paraíso”. A Jacob lhe falta calor em todas as suas formas, humano e climático. “Em meu país, o verão é curto e as pessoas, frias.”

Jacob é generoso e gosta de ajudar pessoas. Com o sorriso de uma criança ganha o dia e faz valer a sua vinda à capital alencarina. No Natal de 2020, doou cestas básicas a famílias no bairro Bom Jardim, onde é sempre tratado como celebridade. E por todos os lados da cidade é bem recebido. “Nunca serei totalmente cearense, mas sinto-me 100% aceito como sou”, relata. 

"É difícil explicar o que senti quando cheguei em Fortaleza; para mim, é como o paraíso." Jacob Pedersen

Quando está em Fortaleza, ele adora ir à praia, bater uma bola com os amigos, passear no shopping Iguatemi, tomar um cafézinho na chocolateria Kopenhagen, cujo nome remete à capital dinamarquesa, e provar a típica culinária nordestina.

O homem costuma se encantar com as pequenas coisas: o sorriso sincero de um desconhecido, um soim que vê rodopiando nas árvores e a própria perspectiva de um futuro em construção no Brasil. A única coisa de que reclama sobre a cidade é o trânsito.

E, claro, Jacob não deixa de trazer consigo seu companheiro fiel, o cachorrinho Lenin, da raça terrier russo toy. O animal de estimação, assim como o tutor, ama o sol e, por isso, adora acompanhar as aventuras do dono no Brasil.

O inusitado dinamarquês torcedor do Ceará

Como se não bastasse a paixão pela cidade de Fortaleza, o homem foi fisgado pela animada torcida do Ceará Sporting Club em 2017. Ao time alvinegro, ele devota todo o amor que tem pelo futebol brasileiro, sendo até nomeado embaixador oficial do time na Dinamarca.

Em 2021, durante uma partida de futebol em Aalborg, a bandeira do CSC foi hasteada. O dinamarquês presenciou o jogo com uma jaqueta do Vovô, desfilando seu orgulho por ser um cearense de coração.

E Jacob não parou por aí. O soldado fez uma a tatuagem do escudo do time do Ceará e o momento da execução da arte eternizada em sua pele foi parar nas redes sociais oficiais do clube.

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