Quem é Cláudio Castro, governador que autorizou operação no RJ

Quem é Cláudio Castro, governador que autorizou operação com mais de 120 mortes no Rio de Janeiro

Ex-cantor gospel, Castro está no centro do debate político do país após a operação contra o Comando Vermelho; ele assumiu o estado após o afastamento do ex-governador Witzel, e assim como o antecessor é alvo de investigações de órgãos de controle
Atualizado às Autor Wilnan Custódio Tipo Notícia

O nome do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), voltou a ganhar as manchetes nacionais após a megaoperação policial no estado, a partir da ação das polícias Militar e Civil contra o Comando Vermelho na última terça-feira, 28.

Com mais de 120 mortos, entre agentes e criminosos, o episódio fez com que o governador viesse ao centro dos debates político no País. O número de mortes ainda é conflitante e pode ser atualizado. Mas a trajetória pessoal e política de Castro passa por diversas fases, tendo o atual governador atuado como advogado, cantor gospel e vereador, anteriormente.

Início da trajetória política

Nascido em 29 de março de 1979, em Santos (SP), Cláudio Bomfim de Castro e Silva mudou-se ainda criança para o Rio de Janeiro, onde cresceu e se formou em Direito. Antes de ingressar plenamente na política, ele esteve ligado ao meio religioso, como cantor e músico católico, participando de ministérios de música e eventos em paróquias cariocas.

A vivência nesse segmento ajudou a construir uma identidade de “homem de fé” e foi base para conexões políticas futuras em círculos conservadores.

inserção formal no campo da política se deu em 2004, quando Castro assumiu o cargo de chefe de gabinete do então vereador Márcio Pacheco.

Durante anos, ele trabalhou nos bastidores da Câmara Municipal do Rio e da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), adquirindo experiência administrativa e ampliando sua rede de contatos. Em 2016, Castro foi eleito vereador do Rio de Janeiro com 10,2 mil votos. Ele exerceu o cargo até 2018.

Chegada ao governo

Em 2018, Castro foi candidato a vice-governador do Rio de Janeiro na chapa de Wilson Witzel, pelo então partido PSC. A vitória da chapa o elevou ao cargo de vice-governador em janeiro de 2019. Na função, assumiu também responsabilidades delegadas no Executivo estadual, o que o posicionou como uma liderança emergente e com visibilidade.

O marco político seguinte ocorreu em agosto de 2020, com o afastamento de Witzel, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em investigação de corrupção em recursos na saúde. Castro assumiu o governo interinamente. Em 1º de maio de 2021, ele tomou posse como governador de forma efetiva.

Em 2022, concorreu à reeleição e foi eleito no primeiro turno com 58,27% dos votos válidos, sendo um dos governadores mais jovens eleitos após a redemocratização. No plano partidário, Castro migrou para o Partido Liberal (PL) ainda em maio de 2021, alinhando-se à base federal, particularmente ao então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Investigações

Desde que assumiu o governo do estado, Cláudio Castro viu diversas acusações de irregularidades e investigações que atingem a gestão e mandatos anteriores — quando ainda atuava como vice-governador ou ocupava cargos no gabinete Executivo. Em 2023, o STJ autorizou a abertura de um inquérito da Polícia Federal (PF) para apurar suspeitas de corrupção, organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro envolvendo contratos de programas sociais entre 2017 e 2020.

Também foi decretada a quebra de sigilos fiscal, bancário e telemático do governador no contexto da “Operação Sétimo Mandamento”, que investiga desvios de recursos públicos em assistência social no estado. O caso envolve a fundação estatal ligada à administração de Castro.

Em 2024, a PF indiciou Cláudio Castro pelos crimes de corrupção passiva e peculato, com base em delações e documentos que sugerem vantagem indevida em contratos e articulações políticas enquanto foi vice-governador. Apesar da gravidade das acusações, partes dos inquéritos sofreram trancamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por questões de foro especial.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou para 4 de novembro o julgamento do recurso do Ministério Público Eleitoral que pede a cassação do mandato do governador Cláudio Castro (PL). A ação aponta uso irregular de recursos públicos e contratação de funcionários fantasmas durante a campanha de 2022, além de suspeitas de desvio de verbas e abuso de poder político.

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