Lazer e união marcam 6ª corrida de carrinho de mão de Maranguape

Evento, realizado desde 2017, reúne populares em torno de competição inusitada. Para organizadores, a corrida reflete a personalidade do povo cearense

Dezenas de residentes de Maranguape, a 26,6 quilômetros (km) de Fortaleza, saíram de casa neste domingo, 5, para acompanhar a sexta corrida de carro de mão da cidade. Barracas de venda popular, churrascos, risadas e muita vaia cearense preencheram o inusitado evento, organizado desde 2017.

A ideia de corrida de "carrinho" veio durante uma reunião de amigos, segundo um dos idealizadores, Márcio Roberto. Em outras edições, o evento ocorreu em 1º de maio. Porém, como neste ano a data caiu em uma quarta-feira, mudaram para hoje, 5, dia em que Márcio também completa 44 anos.

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O surgimento da corrida foi em meio a "brincadeira, para distrair", como diz Humberto Nepomuceno, conhecido como Junior e Pompom no bairro e irmão de Márcio. "Queríamos dar alegria ao povo. Deu certo, o povo pediu. De repente, virou uma tradição. Está sendo espetacular", narra.

Pompom explana que a ideia da competição reflete a personalidade do cearense: "É a personalidade do Chico Anysio, que era daqui, de um bairro vizinho. Tudo o que a gente faz dá alegria, que contagia".

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Márcio Roberto conta que, a cada edição, a corrida "só evolui e cresce". O evento é facilitado por patrocinadores, que fornecem suporte desde o primeiro ano e são empreendimentos da região, conforme explica Márcio.

"O mais interessante é que ninguém paga nada", comenta ele. "Tudo é de graça, doado por mim e pelos patrocinadores". Além das barracas de venda, montada por cidadãos, o evento conta com estrutura significativa, incluindo carros de som e palco, além do necessário par de carros de mão.

Cada carrinho é usado por dois participantes, selecionados por sorteio e inscritos previamente. Conforme as rodadas, as duplas vão mudando e o torneio alcança etapas diferentes, até chegar na final. Os quatro melhores jogadores ganham R$ 500, R$ 300, R$ 200 e R$ 100, explica Márcio.

O grande vencedor deste ano, que levou o troféu de ouro pelo segundo ano seguido, foi Robson Sousa, 25: "É uma sensação única, um prazer imenso estar participando de novo. E coroado mais uma vez pelo título. Quero agradecer a quem está movimentando a cidade com esse evento".

Corrida de carrinho de mão une o bairro Outra Banda

A corrida é realizada na rua Pedro Silva, no bairro Outra Banda. Cones de trânsito bloqueiam o tráfego rodoviário para dar espaço aos carrinhos de mão. É possível dizer que já se tornou tradição na região, na opinião do autônomo Wesley Lima, 30: "Você não vê em qualquer lugar".

"E ainda serve para juntar os moradores, para colocarem seus negócios na calçada, fazer um investimento para renda extra. Movimenta o bairro. Todo mundo espera desde o começo do ano", acrescenta.

Wesley pontua que vê "a garra e a força" do cearense na corrida. "Principalmente nos atletas. É um esporte, tem que ser atleta para carregar outra pessoa em um carrinho de mão. Se na sua cidade não tem ainda, venha para Maranguape. Além de interessante, é engraçado. Você vai ver".

Segundo o co-idealizador do torneio Márcio Roberto, também conhecido como Gatinha, "todo mundo gosta de um evento, as pessoas gostaram da ideia [da corrida], de uma brincadeira no bairro". Ele salienta que o cearense é "humoroso e inventivo, por isso está dando certo [o evento]".

"O bom disso aqui é trazer a união entre os maranguapenses, de sair de dentro de casa e vir participar. Isso aqui é uma coisa ótima, a gente está trabalhando, ajudando. Estamos dando emprego para dezenas de moradores, com suas barraquinhas", comenta o suplente de vereador.

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Para Paulo Henrique, 17, a melhor parte da corrida é "ver os caras caindo". Isso o levou, pelo segunda ano consecutivo, a ser um dos "passageiros", que ficam dentro do carrinho durante o trajeto. "Eu venho por conta da diversão, assim como o pessoal. Lota a rua toda, é muito bom", detalha ele.

A costureira Milene Santos, 33, participa do evento vendendo salgados e bebidas na calçada de casa desde a primeira edição. Ela considera a corrida "inovadora" e argumenta que "não deu tanta gente e repercussão no primeiro ano como deu do ano passado para cá. Cada vez, melhora mais".

Na visão dela, a diversão une os moradores e as moradoras. "Sempre deveria ter eventos assim no bairro", argumenta a maranguapense.

Cleiton Sousa, 24, que diz trabalhar com "Internet", sublinha que a corrida é "babado". Ele faz parte do público estreante deste ano. "Antes eu só via pelas redes sociais. É muito bacana, é um domingo diferente", afirma.

"Permite que as pessoas daqui vendam, criem um comércio local", aponta o maranguapense. "O povo cearense é muito criativo. De onde já se viu uma corrida de carro de mão? Só aqui mesmo em Maranguape".

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