André Fernandes pede 'aplausos' por operação mais letal do Rio

André Fernandes pede "um minuto de aplausos" a operação com mais de 100 mortes no Rio de Janeiro

Deputado do PL-CE volta a gerar polêmica ao exaltar operação com mais de 100 mortos e reforçar discurso de endurecimento policial
Atualizado às Autor Wilnan Custódio Tipo Notícia

Em mais um dia de repercussão no Congresso Nacional da megaoperação contra o crime organizado no Rio de Janeiro, o deputado federal André Fernandes (PL-CE), pediu um minuto de aplausos após a operação que culminou na morte de mais de 100 pessoas.

Assista:

Durante fala na Câmara, Fernandes argumentou que diante das homenagens de parlamentares aos quatro agentes de segurança que morreram durante os confrontos, restava celebrar o resultado da ação, que segundo ele só não foi perfeita por conta das baixas entre policiais.

“Como já foi dado um minuto de silêncio aos quatro policiais militares e civis ali no Rio de Janeiro, eu gostaria de pedir que essa casa fizesse neste exato momento um minuto de aplauso para os mais de 100 bandidos assassinados no Rio de Janeiro. Então eu peço um minuto de aplausos para que esse número possa chegar a 200, 300, e quantos sejam necessário”, disse ele ao microfone.

Logo depois, Fernandes e outros líderes do PL e de partidos de direita elogiaram a megaoperação conduzida pelo governador do RJ, Cláudio Castro (PL), classificada por ele como um êxito das forças de segurança.

Denominada Operação Contenção, a ofensiva das polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho, realizada nos complexos do Alemão e da Penha, já ultrapassou o massacre do Carandiru em número de mortos, com imagens que chocaram o Brasil e o mundo: corpos retirados da mata pelos próprios moradores foram enfileirados no chão de uma das comunidades.

Polêmicas

André Fernandes tem dado declarações polêmicas sobre segurança pública, gerando reações de entidades e colegas de Congresso. O parlamentar cearense tem associado sua imagem à ideia de endurecimento no combate ao crime organizado, mesmo diante de críticas sobre banalização da vida e estímulo à violência.

Em outubro deste ano, o parlamentar protagonizou polêmica ao sugerir premiar policiais que mais “matassem traficantes e faccionados” no Ceará.

A fala foi considerada por juristas e políticos como um incentivo à letalidade policial, em afronta direta aos princípios constitucionais que regem a segurança pública.  Fernandes, no entanto, defendeu-se alegando que suas palavras foram um “reconhecimento” ao trabalho das forças de segurança.

Combate ao crime organizado

Entidades e especialistas em segurança pública apontam que o combate ao crime organizado precisa ser conduzido com inteligência e coordenação entre órgãos, mirando também os níveis superiores das organizações criminosas.

Exemplo disso são operações da Polícia Federal, como a deflagrada na Avenida Faria Lima, em São Paulo, que desmantelou esquemas bilionários de lavagem de dinheiro e fraudes no setor de combustíveis e fintechs.

Esse tipo de ação, baseada em rastreamento financeiro e cooperação entre instituições, mostra que o enfrentamento eficaz ao crime passa por atingir os fluxos de poder e dinheiro que sustentam as facções — e não apenas pelas incursões nas comunidades.

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