Etiópia deve sediar a COP em 2027; veja últimas notícias da COP30

Etiópia deve sediar a COP em 2027; veja últimas notícias da COP30

Entre 40 mil e 50 mil pessoas, incluindo chefes de Estado e de governo, participam da COP 30 para discutir medidas para uma maior proteção climática
Atualizado às Autor DW Tipo Notícia

Confira as últimas notícias sobre a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que acontece em Belém até 21 de novembro.

Entre 40 mil e 50 mil pessoas, incluindo chefes de Estado e de governo de quase 200 países, devem participar do evento para discutir medidas para uma maior proteção climática.

A adaptação à crise climática deve ser um tema central na capital paraense. À medida que as economias, os ecossistemas e as comunidades começam a sofrer impactos climáticos mais frequentes e severos, há uma necessidade urgente de mitigar essas consequências.

Organizações levam à COP30 manifesto contra desinformação climática

Cerca de 400 personalidades e organizações científicas, políticas e sociais instaram nesta quarta-feira, 12, os negociadores da COP30 a deter "imediatamente" a onda de desinformação sobre o aquecimento global com "medidas robustas".

"Esta janela de oportunidade crucial não deve ser desperdiçada e a manipulação do discurso público por parte da indústria de combustíveis fósseis deve ser interrompida", afirmam em uma carta aberta divulgada durante a conferência, na cidade de Belém.

Os signatários advertem que as notícias falsas criam uma "falsa percepção de divisão e apatia da população", "sabotam a implementação de políticas climáticas eficazes" e "desacreditam as soluções de energias renováveis", atrasando a transição energética.

"Garantir a integridade das informações climáticas é garantir o sucesso da agenda climática”, disse à agência de notícias EFE Thais Lazzeri, diretora da Fala, entidade que promove mudanças sociais por meio da comunicação, e uma das promotoras da iniciativa.

A carta exige que as delegações dos cerca de 170 países participantes na COP30 tomem uma decisão "ambiciosa, robusta e vinculativa" para garantir a integridade da informação sobre a emergência climática.

Em um contexto em que os eventos extremos são cada vez mais frequentes, a carta denuncia que "interesses econômicos e políticos", principalmente ligados ao setor dos combustíveis fósseis, "continuam a organizar e financiar campanhas de desinformação".

"A desinformação é uma ameaça direta e imediata à saúde pública, aos direitos humanos e à segurança", afirma o texto.

Esta é a primeira vez que o fenômeno da desinformação foi incluído na agenda oficial de temas a serem negociados em uma cúpula climática da ONU.

As 191 organizações e 195 pessoas que assinaram a carta, entre ativistas, cientistas, acadêmicos e escritores, confiam que em Belém serão adotadas medidas "robustas" para proteger a informação.

Para isso, os signatários pedem que se atue em todo o ecossistema das notícias falsas, desde as redes sociais até os veículos de comunicação, passando pelo setor publicitário, atores que têm uma "responsabilidade imensa".

Além disso, "os legisladores e os governos devem usar seus poderes para restringir o poder das plataformas que se beneficiam da divulgação de conteúdo manipulado, e o 'greenwashing', a manipulação das plataformas e a monetização da desinformação devem acabar imediatamente".

Como o Acordo de Paris colocou o lobby dos combustíveis fósseis na defensiva

Na década que se seguiu à assinatura do histórico Acordo de Paris sobre o clima, as grandes empresas de combustíveis fósseis lutaram arduamente para proteger seus negócios, investindo milhões em seus lobbies e apoiando políticos que levantam questionamentos em relação às mudanças climáticas – com algum sucesso.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a retirar o país do Acordo de Paris e reduziu o apoio às energias renováveis em favor do petróleo e do gás. Mudanças semelhantes surgem em outras partes, à medida que partidos céticos e negacionistas do clima ganham força.

Em todo o mundo corporativo, o entusiasmo por políticas empresariais que levem em conta aspectos ambientais, sociais e de governança (ESG, na sigla em inglês) também esfriou em meio a reações políticas e mudanças nas prioridades do mercado.

Nas conferências internacionais sobre o clima, a escala da presença do lobby das grandes empresas de petróleo e gás tem sido impressionante.

Mas, para alguns especialistas, a ferocidade dessa determinação em continuar extraindo e usando fontes de energia poluentes não é um sinal do fracasso do Acordo de Paris, mas sim de seu alcance.

Quanto mais forte a resistência, mais ela sinaliza que o setor de combustíveis fósseis, dependente da queima de petróleo e gás para manter seu modelo de negócios, se sente ameaçado.

Etiópia deve sediar a COP em 2027; Turquia e Austrália disputam edição de 2026

A Etiópia, país da África Oriental, será a sede da Conferência do Clima em 2027 (COP32), informaram agências de notícia nessta terça-feira, 11.

Embora o anúncio oficial só vá ser feito durante a COP30 em Belém, ele deve ser uma mera formalidade, já que a candidatura foi aprovada pelo Grupo África de Negociadores (AGN).

"Saudamos o anúncio da COP32 na Etiópia e estamos ansiosos por elevar as prioridades climáticas e liderança da África", disse Rukiya Khamis, da ONG 350.org, à agência de notícias AFP.

As conferências climáticas da ONU são organizadas em rodízio entre cinco blocos regionais, que devem selecionar o país anfitrião por consenso dentro de seu grupo.

Esse processo pode levar a disputas de poder – como a que ocorre agora entre Turquia e Austrália, que querem sediar a COP31, em 2026, como representantes da categoria "países da Europa Ocidental e outros países".

Neste ano, o Brasil foi escolhido para sediar a COP30 em nome da América Latina e do Caribe.

Países da União Europeia querem adiar lei contra o desmatamento

Os países da União Europeia (UE) querem adiar novamente a entrada em vigor de uma controversa lei contra o desmatamento, muito criticada por Estados Unidos, Brasil e Indonésia.

A lei da UE para cadeias de suprimentos livres de desmatamento proíbe a venda de produtos cultivados em áreas que foram desmatadas depois de dezembro de 2020.

As regulamentações afetam carne bovina, couro, cacau, café, óleo de palma, soja, madeira e borracha, incluindo derivados como chocolate e móveis.

Elas estavam originalmente programadas para entrar em vigor em 30 de novembro de 2024 e, pouco antes disso, foram adiadas em um ano.

Agora, os países tentam adiar a entrada em vigor da lei por mais um ano, para dezembro de 2026. A Comissão Europeia propôs, no mês passado, alterações para flexibilizar a medida para pequenos agricultores e empresas, mas não adiou o início da política ambiental pioneira no mundo.

Da Eco-92 à COP em Belém: o que mudou e o que segue parecido

Se hoje políticos e representantes da sociedade civil estão em Belém discutindo soluções para a crise climática, muito se deve a uma outra conferência internacional realizada também no Brasil, há 33 anos, no Rio de Janeiro: a Eco-92.

O mundo havia acabado de sair da Guerra Fria, e lentamente se dava conta de que era necessário agir de forma coordenada para controlar o aquecimento global e outros problemas ambientais.

De lá para cá, muita coisa mudou, como a preocupação com a camada de ozônio ou o protagonismo da China, mas algumas seguem parecidas, como os EUA jogando contra soluções para o clima e a dificuldade de comprometer os países ricos com desembolso de recursos para países mais pobres.

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