"24 horas pra irem embora": moradores de condomínio são ameaçados em Fortaleza
Placas e modelos dos carros usados pelas vítimas da intimidação foram inscritos em pichações no muro do imóvel. Polícia Civil investiga o caso
Moradores de um condomínio residencial localizado no bairro José de Alencar, em Fortaleza, foram ameaçados por criminosos através de pichações feitas nos muros da propriedade.
Nas inscrições, é estipulado um prazo de 24 horas para que eles se mudem do local, conforme consta em imagens recebidas por O POVO nesta quarta-feira, 1º.
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“Se desacreditar, vamos pega você na saída” (Sic), ameaçaram os criminosos, que também picharam nos muros os modelos e placas dos carros dos alvos da intimidação. “Todas informações de vocês cabueta e bala na cara” (Sic) e "Vai morrer", também foram pichados.
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Os demais moradores do condomínio poderiam permanecer, afirmaram os criminosos, desde que seguisse as ordens impostas. Até a publicação desta matéria, nenhum suspeito do crime havia sido preso.
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Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que a Polícia Civil do Ceará (PC-CE) investiga o caso. “A PCCE reforça a importância de comunicar a denúncia por meio de um Boletim de Ocorrência (BO) em qualquer delegacia ou via Disque-Denúncia 181”, afirmou a SSPDS.
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“O registro auxilia as diligências. A delegacia do 14º Distrito Policial (14º DP) é a unidade responsável por investigar crimes na região”.
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Expulsões de moradores por facções no Ceará
Casos recentes de expulsão de moradores por faccionados foram noticiados por O POVO nos bairros Mondubim, em Fortaleza, e Conjunto Jereissati III, em Pacatuba (Região Metropolitana de Fortaleza).
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Na quinta-feira, 25, O POVO+ publicou uma reportagem abordando o cenário das expulsões praticadas por facções nos últimos 10 anos. Na ocasião, a SSPDS afirmou que todos os casos de ameaça a moradores que chegam ao conhecimento das Forças de Segurança são devidamente investigados e que ainda há um protocolo que, entre outros, determina o acionamento imediato da PM para os locais das denúncias.
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O POVO também mostrou como funciona o trabalho do Programa de Proteção Provisória do Ceará (PPPro), que atende pessoas ameaçadas por grupos criminosos, incluindo aquelas que tem determinada a saída de suas moradias.
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A reportagem, porém, também ouviu o sociólogo Thiago Holanda, que afirma que há lacunas nas políticas públicas existentes para o devido amparo às vítimas expulsas de casa. Ele apontou a ausência de uma legislação específica para lidar com os casos, assim como não há ajuda financeira para quem é obrigado a deixar as próprias casas.