Morte no IJF: acusado disse que se visse namorada conversando com homem mataria os dois

A companheira de Francisco Aurélio Rodrigues de Lima já havia sido vítima de violência doméstica por parte dele. Ela disse que nem tinha "muita amizade" com o zelador morto

O homem que, na terça-feira, 23, matou e decapitou um zelador dentro do Instituto Dr. José Frota (IJF), no Centro de Fortaleza, já havia sido preso por ameaçar a companheira. A violência doméstica havia ocorrido em 2022, em Aracoiaba, município do Maciço de Baturité.

A investigação apontou que o assassinato de Francisco Mizael Souza da Silva, de 29 anos, foi motivado por ciúmes. Preso pelo crime, Francisco Aurélio Rodrigues de Lima, de 41 anos, incomodava-se que a namorada, que também trabalhava no IJF, tivesse homens como colegas.

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Foi a própria mulher quem afirmou isso, em depoimento à Polícia Civil. Ela também contou que Francisco Aurélio já havia dito que ela “só iria sossegar quando ele entrasse na cozinha e matasse alguém e arrancasse a cabeça”.

Por isso, quando chegou a informação de que Mizael havia sido morto, a mulher disse ter pressentido que o autor do crime era Aurélio. “Aurélio dizia que se visse a depoente conversando com alguém (homem) no hospital, ele mataria a depoente e a pessoa”, consta em seu depoimento.

A companheira de Aurélio já havia registrado um Boletim de Ocorrência (B.O) contra ele em 2022. Conforme o BO, na ocasião, o casal e outras pessoas estavam reunidas bebendo e ouvindo som quando um amigo do pai da mulher chegou e Aurélio passou a xingá-lo e tentar expulsá-lo do local.

Aurélio ainda passou a xingar a namorada e o sogro. O pai da mulher conseguiu trancá-lo fora de casa, mas Aurélio teria passado a chamá-lo para a briga e a afirmar que só sairia dali com a namorada.

A Polícia Militar foi acionada e Aurélio resistiu à prisão, chegando a tentar desferir um murro em um dos agentes. Por causa disso, ele foi preso, tendo sido solto alguns dias depois. Uma medida de proteção de urgência também foi expedida, determinando que ele não poderia aproximar-se da companheira.

Ainda no BO, a mulher afirmou que nunca havia sido agredida por Aurélio, mas que ele ficava violento quando bebia. Os dois retomaram o relacionamento e já estavam juntos há um ano e seis meses.

Sobre Mizael, a namorada de Aurélio disse que “nem tinha muita amizade com ele”, mas, mesmo assim, o acusado sentia ciúmes da vítima, assim como de outros colegas.

Apesar de ter sido demitido do IJF em outubro de 2022, Aurélio já havia adentrado várias vezes no hospital, afirmaram testemunhas. Sua identificação facial continuava ativa, constatou a Polícia Civil.

Aurélio foi preso horas após o crime em uma casa de propriedade da família dele, localizada no distrito de Patacas, em Aquiraz (Região Metropolitana de Fortaleza).

Um PM que participava da equipe que efetuou a prisão afirmou, em depoimento, que Aurélio disse aos agentes de segurança que havia cometido o crime "em um momento de loucura". Apesar disso, conforme o policial, ele não se mostrava arrependido e "estava tranquilo".

Em seu depoimento, Aurélio deixou de responder várias perguntas, afirmando que só se pronunciaria na presença de sua advogada. Entretanto, ele disse que estava "muito arrependido".

 

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