Velório de homem morto e decapitado no IJF é marcado por comoção e clamor por justiça

Familiares se reuniram em torno ao caixão e prometeram buscar justiça e cuidar dos filhos de Mizael

Na manhã desta quarta-feira, 24, Francisco Mizael Sousa da Silva, que foi assassinado e teve a cabeça arrancada no Instituto Dr. José Frota, foi velado e sepultado no cemitério Monte Sinai, localizado na cidade de Pacatuba. No local estavam familiares e colegas de trabalho. A cerimônia foi marcada por sentimentos de comoção, indignação e clamor por justiça.

A morte de Mizael da Silva impactou diretamente diversas pessoas. A esposa, com quem ele já tinha uma filha de 7 anos e esperava a chegada do novo filho; da mãe; das duas irmãs; parentes em geral e amigos. Segundo a irmã de Mizael, ele era o único que trabalhava na casa e a esposa não tem renda.

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Eduardo dos Santos, 27, que trabalha no IJF na distribuição de insumos e teve um laço de amizade com Mizael, comentou a relação com a vítima: “Estávamos todo tempo juntos. Ele me convidou para ser padrinho do filho dele que vai nascer”.

O homem que trabalha no hospital revelou que Mizael era uma pessoa muito dedicada à família e que mudou de turno, saiu da noite para a manhã, para acompanhar a gestação da esposa.

De acordo com Eduardo dos Santos, Mizael da Silva também se mostrava muito entusiasmado com o desenvolvimento da filha, que a cada novo aprendizado da criança, ele comentava com os colegas de trabalho.

Ainda na esfera nuclear, Eduardo menciona que Mizael celebrava conquistas de aquisições para ele e a família: “Cada conquista era motivo de felicidade, foi assim quando ele comprou a televisão”. Eduardo e Mizael nutriam uma amizade para além do trabalho, gostavam de jogar futebol juntos e de ir ao pagode.

Além de relembrar bons momentos com Mizael, trabalhadores do IJF e amigos da vítima demonstraram revolta com o descaso após a morte do homem.

Uma servidora que não quis ser identificada destacou a falta de solidariedade da instituição em que Mizael prestava serviço: “Não mandaram nenhuma coroa de flores”. Ela relata que a vítima “era uma pessoa boa e respeitava todo mundo”.

“O clima lá (no hospital) não está todas essas coisas não. Está todo mundo arrasado e chocado, principalmente por ter sido com um colega de trabalho, um crime que poderia ser evitado", completa a servidora.

Francisca Escossio, irmã da vítima, revelou que a direção do IJF entrou em contato para prestar homenagem para Mizael com coroa de flores, mas o hospital não chegou a enviar. Além disso, a empresa para qual Mizael prestava serviços entrou em contato com Escossio pela manhã se oferecendo para custear o sepultamento, mas a família já havia resolvido essa questão.

Francisca diz que irá buscar justiça por danos morais. "O assassinato foi brutal. A imagem do meu irmão sendo compartilhada naquelas condições, foi muito doloroso", disse.

Nos últimos minutos de despedida de Mizael, antes do caixão ser fechado, familiares disseram que "justiça iria ser feita tanto pelo autor do crime como por quem negligenciou a segurança do homem no local de trabalho".

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