Fiocruz indica crescimento de Síndrome Respiratória e recomenda cautela

De 27 estados do País, quatro apresentam sinal de crescimento da tendência de longo prazo, enquanto cinco sinalizam queda nos casos; nacionalmente, indicação é de volta do crescimento em diagnósticos e internações

A nova edição do Boletim InfoGripe, da Fiocruz, divulgada nessa quarta-feira, 18, indica que, em nível nacional, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) mantêm o cenário de interrupção de queda e de possível retomada de crescimento. A análise é referente à Semana epidemiológica (SE) 32, período de 8 a 14 de agosto, no entanto, tem como base dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 16 de agosto.

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Segundo o estudo, quatro das 27 unidades federativas apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas): Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. Apenas cinco estados apresentam sinal de queda na tendência de longo prazo: Alagoas, Paraíba, Roraima, Tocantins e Mato Grosso (que apresenta subnotificação de casos de SRAG no Sivep-Gripe em razão de sistema próprio de registro). No caso da Paraíba, há sinal de crescimento na tendência de curto prazo (últimas três semanas), indicando possível interrupção de queda, sinal que também está presente em outros 10 estados.

O Estado do Rio de Janeiro apresenta sinal forte de crescimento na tendência de longo prazo e de estabilidade em curto prazo. Bahia, Paraná e Rio Grande do Norte sinalizam moderado crescimento no longo prazo. No Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe verificou-se estabilidade a longo prazo e sinal moderado de crescimento a curto prazo.

Capitais

Quanto às capitais, o boletim mostra que seis delas apresentam crescimento na tendência de longo prazo: Curitiba (SC), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).
Em oito Capitais, foi observado sinal de queda na tendência de longo prazo: Belém (PA), Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Macapá (AP), Maceió (AL) e Palmas (TO). Na tendência de curto prazo, apresentam crescimento: Aracaju (SE), João Pessoa (PB), Natal (RN), Porto Velho (RO) e Teresina (PI).

A análise aponta ainda que oito capitais sinalizam estabilização a longo e curto prazo. O que indica interrupção da tendência de queda ou manutenção de platô: Belo Horizonte (MG), plano piloto de Brasília e arredores (DF), Manaus (AM), Recife (PE), Rio Branco (AC), Salvador (BA), São Luís (MA) e Vitória (ES).

Diante desse cenário, o pesquisador e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes ressalta a importância de manter cautela em relação a medidas de flexibilização das recomendações de distanciamento para redução da transmissão da Covid-19, enquanto a tendência de queda não tiver sido mantida por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos.

Transmissão Comunitária

Conforme apresentado pelos indicadores de transmissão comunitária, das 27 capitais, 15 integram macrorregiões de saúde em nível alto (Aracaju, Belém, Boa Vista, Cuiabá, Fortaleza, João Pessoa, Maceió, Manaus, Natal, Palmas, Porto Velho, Rio Branco, Salvador, São Luís, e Vitória). Cinco em nível muito alto (Florianópolis, Macapá, Porto Alegre, Recife, e Teresina) e sete em nível extremamente alto (Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Goiânia, Rio de Janeiro e São Paulo).

O indicador de transmissão comunitária revela que, além dos sinais claros de interrupção de queda e princípio de crescimento em diversos locais, os valores semanais continuam elevados. Todos os estados apresentam macrorregiões em nível alto ou superior, sendo que nove Unidades Federativas e o Distrito Federal contam com macrorregiões em nível extremamente elevado. Para Gomes, isso evidencia a necessidade de proteção à vida e manutenção das medidas de redução da transmissão.

Relação entre SRAG e Covid-19

Síndromes respiratórias são um conjunto de sinais e sintomas, relatados pelos pacientes e observados em exames, que indiquem infecção no sistema respiratório. Febre, calafrios, coriza, dor de cabeça, dificuldade para respirar, cansaço pulmonar ao realizar tarefas simples e perda de olfato e paladar são alguns dos indicadores.

Em casos leves, o diagnóstico é de Síndrome Gripal, enquanto os mais graves são chamados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A classificação é usada quando não há, por não terem sido realizados ou ainda não estarem prontos, resultados de exames que determinem qual o tipo da infecção. Síndrome Gripal e SRAG podem ser considerados, portanto, como pré-diagnósticos. Algumas das possibilidades são gripe comum, pneumonia e Covid-19.

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