PMCE: Elmano cria Patrulha Rural para policiamento de proximidade

O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), anunciou nessa quarta-feira, 27, uma nova subdivisão da Polícia Militar do Ceará (PMCE), chamada de Patrulha Rural. Segundo Elmano, a criação do grupamento foi "um pedido" da população. "Escuto do povo da zona rural", disse ele, "que tenha uma atuação mais direta da Polícia Militar".

Os agentes que integrarão a Patrulha Rural foram treinados no chamado "policiamento de proximidade". A prática visa uma relação mais estreita entre as forças de segurança e as comunidades as quais atendem.

Segundo o chefe da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Samuel Elânio, a Patrulha Rural foi idealizada a partir de diálogos com agricultores. Um dos objetivos, disse ele, é lidar com roubos e furtos de animais, problema apontado pela própria população.

Governo promete 100 unidades da Patrulha Rural até 2024

A Patrulha Rural terá, inicialmente, 25 unidades, em 24 municípios cearenses. A implantação começa pelo Norte do Estado, com 12 cidades em sete regiões administrativas:

Litoral Norte

• Camocim
• Itarema

Maciço de Baturité

• Baturité
• Redenção

Serra da Ibiapaba

• São Benedito
• Tianguá

Sertão de Canindé

• Canindé
• Itatira

Sertão de Crateús

• Crateús

Sertão de Sobral

• Sobral

Vale do Curu

• Itapipoca
• Pentecoste

Em seguida, serão criadas unidades em "locais críticos", nas palavras do secretário, da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). "Áreas mais extensas", disse Samuel, "que têm que entrar nesse patrulhamento". Serão quatro municípios:

• Cascavel
• Caucaia
• Maracanaú
• Trairi

Fechando a primeira etapa, serão atendidos Sertão dos Inhamuns, Sertão Central e Sul do Ceará. A área tem oito cidades em seis regiões administrativas:

Cariri

• Brejo Santo
• Juazeiro do Norte

Centro-Sul

• Icó
• Iguatu

Litoral Leste

• Aracati

Sertão Central

• Quixadá

Sertão dos Inhamuns

• Tauá

Vale do Jaguaribe

• Russas

O objetivo do governo é que a Patrulha Rural chegue a 100 unidades até 2024. A ordem de implementação será definida pelo setor de inteligência da SSPDS.

Patrulha Rural e Cotar têm papéis distintos

Desde 2012, a PMCE tem, entre suas subdivisões, o Comando Tático Rural (Cotar). Parte do Batalhão Especializado em Policiamento do Interior (Bepi), o Cotar foi criado inicialmente para combater ações como assaltos a bancos e ataques a carros-fortes, crimes que ocorrem de forma mais frequente em municípios menores e na zona rural.

O objetivo do Cotar é prevenir e combater crimes de maior porte. O treinamento dos agentes envolve rastreamento em áreas de matagal da caatinga e uso de armas de longo alcance, como rifles.

Diferentemente da maioria das subdivisões da PMCE, guarnições do Cotar contam com um policial socorrista dedicado, uma vez que as ações do Comando podem ocorrer em locais muito distantes de unidades de saúde.

Ações de policiamento podem ser ostensivas — marcadas por uniformes e viaturas caracterizados — ou veladas (à paisana), com veículos e roupas comuns. No primeiro tipo é intencional que se perceba os agentes, enquanto no segundo o objetivo é que eles não sejam notados.

Tanto o Cotar quanto a Patrulha Rural são divisões ostensivas. No entanto, os grupamentos têm funções distintas. A Patrulha Rural foi criada para questões de segurança cotidianas da zona rural. Em algumas situações, o treinamento habitual, focado em policiamento urbano, não seria a abordagem mais adequada.

Um exemplo é em áreas externas. O policiamento urbano foca grande parte das ações em locais fechados, ruas de cidades e vias estreitas. Zona rurais, porém, costumam ter amplas regiões abertas, e pode ser necessário que os agentes adotem táticas diferentes.

Crimes contra o patrimônio também podem ser distintos. Embora itens como carros e eletrônicos também sejam subtraídos na zona rural, no ambiente urbano não é comum que policiais lidem com furtos de animais (de produção ou carga) e roubo de equipamentos agrícolas ou mesmo produção de colheita.

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