Homem fica paraplégico após acidente e tem benefícios negados

Acidente deixa motociclista paraplégico e fora do mercado: "Só quero cuidar dos meus filhos"

Sem renda há mais de um ano, o motociclista de app, Davidson Mota, enfrenta dores constantes, burocracias e abandono institucional; veja como contribuir
Atualizado às Autor Victor Marvyo Tipo Notícia

No dia 15 de novembro de 2024, a vida de Davidson Almeida Mota, 32, mudou para sempre. Trabalhador, pai de duas crianças pequenas e principal provedor da família, ele deixou de rodar Fortaleza como motociclista de aplicativo para se tornar um homem paraplégico, sem renda e sobrevivendo exclusivamente da solidariedade de conhecidos.

“Estou há um ano e um mês sem nenhum ganho. Nada. Eu vivo de ajuda no momento”, diz Davidson, que mora em Pedra Branca, a 237 km de Fortaleza, com a esposa e os filhos há quase cinco anos.

Antes do acidente, Davidson trabalhava havia três anos como motociclistas de aplicativo, após sair de um posto de gasolina. Naquele feriado de 15 de novembro, decidiu não trabalhar para resolver assuntos pessoais.

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Falta de socorro e burocracia

O acidente aconteceu quando ele se preparava para passar por um sinal. Ao virar a rua, caiu em um buraco na via. A queda inicial não o feriu gravemente, mas, ao tentar se levantar, foi atingido nas costas por um carro que vinha em alta velocidade.

O motorista fugiu sem prestar socorro. Davidson acredita que ele não o viu no chão. A ausência de socorro também o impediu de acessar o Seguro Obrigatório para a Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (DPVAT), de acordo com ele.

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“Pensei que meu corpo tinha partido no meio. Passei a mão e não senti nada. Era como se eu estivesse encostando no chão”, relembra.

Socorrido ao Instituto Doutor José Frota (IJF), enfrentou o que descreve como “um dos piores momentos” de sua vida. “Passei 46 dias tomando banho no leito. Não tinha material para a cirurgia. Nem algodão tinha.” Com apoio da Defensoria Pública, conseguiu transferência para o Hospital das Clínicas, onde foi operado somente em dezembro.

Durante a internação, foi orientado a dar entrada no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Na perícia, no entanto, foi informado que não era segurado, e o pedido foi negado.

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A alternativa foi solicitar o Benefício de Prestação Continuada (BPC/LOAS), em fevereiro deste ano. Após perícias realizadas em março, o pedido foi negado em agosto. O médico perito concluiu que Davidson teria condições de trabalhar.

“O médico disse que eu posso trabalhar como telemarketing, empacotador ou caixa de supermercado”, afirma. Ele contesta a decisão, alegando que sua condição é muito mais complexa do que apenas usar uma cadeira de rodas.

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Rotina marcada por dor e limitações; saiba como ajudar

“Eu sinto dor neuropática 24 horas por dia. É uma dor que enlouquece. Não tenho sensibilidade da cintura para baixo. Preciso passar sonda de urina a cada quatro horas. E o mercado mais perto fica a 5 km, em estrada de pedra. Como é que eu vou?”, questiona.

Há mais de um ano sem qualquer benefício, Davidson vive de doações ao lado da esposa e dos filhos, em uma casa alugada. A falta de renda agravou a situação da família. A esposa tentou produzir e vender sobremesas, mas as dificuldades de entrega na região rural inviabilizaram o negócio.

As doações podem ser feitas via Pix pelo número 85991332801 (Davidson Almeida Mota), que também é contato pessoal. Atualizações e pedidos de ajuda estão disponíveis no perfil @mota_davidson.

“Eu nunca quis depender de ninguém. Só quero viver… e cuidar dos meus filhos”, finaliza.

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