Estudantes protestam contra cortes em linhas de ônibus da Capital

Estudantes da UFC protestam contra o corte de linhas de ônibus em Fortaleza

Dois atos estão previstos para os próximos dias, um nesta terça-feira, 30, e outro na próxima quinta-feira, 2;

Um grupo de estudantes da Universidade Federal do Ceará (UFC) se reuniu na manhã desta terça-feira, 30, para dar início a uma série de protestos contra a suspensão de 25 linhas de ônibus e redução de outras 29, em Fortaleza.

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Os alunos ocuparam a Praça Prisco Bezerra, na entrada do Campus do Pici, na avenida Humberto Monte, um dos locais mais afetados pela medida. Entre as linhas cortadas está o 020 - Campus do Pici, que circula dentro da cidade universitária levando os estudantes até os blocos.

De acordo com os discentes, a frequência nas aulas tem sido baixa, já que os alunos, em especial os com mobilidade reduzida, não têm como chegar até os prédios de cada curso. A situação é agravada por relatos de insegurança no Campus, que já foi palco para um assalto seguido de esfaqueamento em maio deste ano.

"A situação do transporte não é, como algumas pessoas acham, de conforto ou de facilidade. 'Os estudantes estão com preguiça de andar 2,5 km para chegar na aula'. É uma questão de segurança. Hoje temos diversas questões de assalto, situações de assédio, de abusos sexuais que já aconteceram [...] é uma questão da segurança física dos nossos estudantes, principalmente no período noturno", conta Levi Rabelo, 26, estudande de Engenharia de Produção na UFC.

Confira imagens da manifestação:

Normalmente, a linha 020 é feita por um veículo do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus), maior e nos moldes das outras linhas da Cidade, e uma topic da Cooperativa dos Transportadores Autônomos de Passageiros do Estado do Ceará (Cootraps), que atua como suporte nos horários de pico. 

Desde a segunda-feira, 29, essa topic tem registrado grandes lotações, já que "herdou" toda a demanda antes atendida pelo veículo do Sindiônibus. Em alguns casos, os estudantes têm preferido ir a pé ou de bicicleta para as aulas, a fim de evitar transtornos dentro dos coletivos.

"Tem muita gente indo a pé para os seus blocos. O Campus do Pici é o maior campus da Universidade. A caminhada média para chegar num bloco é de 15-20 minutos, nos mais distantes até meia-hora. Inviabiliza muito a nossa condição de ter aula com qualidade", conta Nathan de Deus, 23, estudante de História que frequenta cotidianamente o Campus do Pici.

Avenida Humberto Monte terá ato nesta terça-feira; estudantes devem ir ao Sindiônibus na quinta

Além da reunião pela manhã, os estudantes irão fechar a avenida Humberto Monte a partir das 18 horas desta terça-feira. A medida tem o objetivo de chamar atenção para o problema dos cortes das linhas e conversas com motoristas sobre a importância dos ônibus para quem não tem veículo próprio.

Um terceiro ato também está previsto para ocorrer na próxima quinta-feira, 2, em frente à sede do Sindiônibus, no bairro Alto da Balança. A ação deverá contar com movimentos estudantis de diversas universidades de Fortaleza.

Prefeitura estuda aumentar número de vans e topics pela Cidade

A Prefeitura de Fortaleza está avaliando aumentar o número de vans e topics em circulação para mitigar os prejuízos deixados pela suspensão e redução das linhas. A informação foi dada pelo prefeito da Cidade, Evandro Leitão (PT), durante entrevista coletiva nesta terça-feira.

Na ocasião, o gestor chegou a pedir desculpas à população, alegando que foi pego de surpresa pela decisão do Sindiônibus. De acordo com o chefe do Executivo Municipal, o prazo final para que a decisão fosse tomada era 31 de outubro, com inclusão de recursos do Governo do Estado para amenizar o prejuízo alegado pelas empresas.

"Inclusive tínhamos dado um incremento, através do governo do estado do Ceará, na ordem de R$ 5 milhões, em duas vezes. Os últimos 2,5 milhões foram [pagos] na semana passada. Estávamos com reunião marcada para ontem às 11 horas quando muito cedo fomos pegos de surpresa", explica Evandro.

O corte das linhas acontece em meio a negociação entre Prefeitura e Sindicato pelo reajuste do subsídio mensal, que perdura há meses. O grande impasse até aqui tem sido como mitigar o déficit das prestadores do serviço, com alternativas entre o incremento do subsídiomunicipal ou aumento das passagens, conforme noticiado anteriormente pelo O POVO. (Colaborou Lara Vieira)

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