Com baixa movimentação, barracas de praia maiores concentram mais clientes; veja fotos

No primeiro dia de reabertura das barracas de praia na segunda onda da pandemia, O POVO percorreu a Praia do Futuro e observou baixo movimento, com maior parte de clientes em estabelecimentos maiores

Com a permissão da reabertura de barracas de praia das 10 às 16 horas e com 40% da capacidade de atendimento durante a semana, O POVO percorreu a Praia do Futuro e observou baixo movimento, com maior parte de clientes em estabelecimentos maiores. 

O início da retomada do segmento na segunda onda de pandemia, após 52 dias de portas fechadas, deu-se nesta segunda-feira, 26, quando começa a vigorar o novo decreto estadual publicado no último sábado, 24. A medida de toque de recolher das 20 às 5 horas todos os dias e de lockdown aos fins de semana permanece.

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Na Praia do Futuro, por volta das 10h30min, além de movimento tranquilo, as pessoas que sentavam às mesas eram compostas de casais com crianças. Além disso, os funcionários ainda arrumavam os locais de atendimento para recepcionar os clientes. As barracas menores estavam vazias ou com baixa quantidade de consumidores. 

Lindemberg Jurema, gerente da barraca Chico do Caranguejo, avalia que a expectativa é que a procura aumente lentamente, pois ainda é proibida a utilização da faixa de areia e mar, ficando restrito apenas a utilização dos estabelecimentos como restaurantes. Sobre a preparação para a retomada, ele diz que ainda estão em preparo para atendimento, com 40% também da força de trabalho voltando à ativa.

Sobre o seguimento das regras do decreto estadual, ele afirma que orientam os consumidores na entrada da barraca de praia sobre a capacidade de pessoas na mesa, até seis pessoas, uso de máscaras, proibição de aglomerar e não trazer turmas grandes.

Empresários da Praia do Futuro

De acordo com a presidente da Associação de Barracas da Praia do Futuro, Fátima Queiroz, em entrevista à Rádio O POVO CBN nesta segunda, 26, a flexibilização que iniciou agradou alguns comerciantes, mas outros não. Isso porque a decisão do Governo do Estado impõe lockdown aos fins de semana, quando se tem maior movimentação nas barracas. "É muito importante reabrir, até para um efeito psicológico de você estar no seu negócio, tomando as rédeas e se planejando. Lógico, que não vamos ter o faturamento adequado à nossa necessidade", afirma.

Ela explica que, nas fases anteriores de reabertura, o setor foi exemplo em relação ao cumprimento às normas de prevenção á disseminação do coronavírus. "Nós temos esse trabalho de já receber as pessoas na entrada, medir temperatura, dizer que só pode entrar com máscara e dizer que tem álcool à disposição. Nos períodos anteriores não tivemos problemas com a fiscalização", destaca. 

Fátima destaca que os equipamentos de entretenimento dentro das barracas seguem fechados e que o serviço a ser prestado pelas barracas acontecerá na parte coberta dos equipamentos. "Que não estimulam as pessoas a irem à praia (faixa de areia). Estimulam as pessoas a contemplaram a praia. É ter um bom drink, um bom almoço, é ter um momento de relaxamento. Nós vamos estar com todo o nosso ambiente de restaurante preparado para receber as pessoas", afirmou.

Ainda de acordo com a presidente da Associação, em três semanas, houve redução na oferta de empregos do setor de aproximadamente 500 vagas.

Com informações do repórter Samuel Pimentel

Veja fotos do 1º dia de reabertura das barracas

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Novo decreto

Entrou em vigor hoje, segunda-feira, 26 de abril, o novo decreto de isolamento social no Ceará. As novas regras foram anunciada por meio das redes sociais no sábado, 24 de abril, pelo governador do Ceará, Camilo Santana (PT) e flexibilizam o funcionamento das atividades econômicas.

Lockdown aos fins de semana e toque de recolher à noite

O toque de recolher continua em vigor de segunda a sexta, das 20 horas às 5 horas. Aos fins de semana o Estado continua em isolamento social rígido. Fora do horário autorizado no decreto, os estabelecimentos poderão funcionar exclusivamente por entrega.

Veja abaixo ponto a ponto e entenda o que muda com novo decreto:

EDUCAÇÃO

Escolas poderão avançar na retomada do ensino presencial até o 9° ano do Ensino Fundamental. O limite é de 40% da capacidade, e o ensino remoto continua opcional, a critério dos pais e responsáveis. As atividades deverão ser realizadas preferencialmente em ambientes abertos, favoráveis à reciclagem do ar, além de respeitar o distanciamento, os limites de ocupação e as demais medidas sanitárias.

IGREJAS E TEMPLOS

Instituições religiosas passam a realizar celebrações presenciais com o limite de 25% da capacidade. O Estado mantém a recomendação para que as celebrações permaneçam sendo realizadas exclusivamente de forma virtual.

ACADEMIA

Poderão retomar o funcionamento no período das 6 às 18h, exclusivamente para a prática de atividades individuais por horário marcado. O limite de atendimento presencial simultâneo de clientes é de 25% da capacidade.

BARRACAS DE PRAIA

Poderão voltar a funcionar exclusivamente para a atividade de restaurante e com limitação em 40% da capacidade de atendimento simultâneo de clientes. É proibido o uso de piscinas e parques aquáticos.

BUFFET

Estabelecimentos que operam nesta modalidade poderão voltar a funcionar, desde que apenas para a atividade de restaurante, também com limitação de 40% da capacidade.

RESTAURANTES E HOTÉIS

Estão proibidas festas de qualquer tipo em restaurantes, hotéis e outros estabelecimentos em ambientes fechados e abertos. O número de clientes está limitado a seis pessoas por mesa, e o atendimento a consumo no local ou viagem. Não é permitido pessoas em pé, inclusive na calçada, nem formação de fila.

FUTEBOL

Está autorizada a retomada, sem público, dos jogos e treinos do Campeonato Cearense de Futebol, Série A, respeitadas todas as medidas sanitárias estabelecidas em protocolo sanitário.

COMÉRCIO DE RUA E SERVIÇOS

Funcionamento permitido das 10 às 16 horas, com limitação de 40%.

SHOPPINGS E RESTAURANTES NELES SITUADOS

Podem funcionar das 12 às 18 horas, com limitação de 40% da capacidade.

EXCEÇÕES

Não estão sujeitos à restrição de horário, de segunda a sexta: Serviços públicos essenciais; farmácias; supermercados/congêneres; indústria; postos de combustíveis; hospitais e demais unidades de saúde e clínicas odontológicas e veterinárias para atendimento de emergência; laboratórios de análises clínicas; segurança privada; imprensa, meios de comunicação e telecomunicação em geral; oficinas em geral e borracharias situadas na Linha Verde de Logística e Distribuição do Estado; funerárias.

Novo decreto em Fortaleza e no Ceará: entenda as mudanças

Escolas, igrejas e templos terão avanços no processo de reabertura, e barracas de praia e academias de ginástica poderão abrir sob determinadas condições. O momento, porém, ainda é de cautela. Por isso, as medidas de flexibilização seguem valendo apenas de segunda a sexta, e o lockdown continua aos sábados e domingos. "Ainda estamos em um patamar elevado, principalmente na demanda assistencial", pondera Camilo.

O chefe do executivo estadual se reuniu nesta sexta-feira, 23, com o comitê que delibera sobre as ações de combate a Covid-19 no Estado.

O atual decreto em vigência foi iniciado no dia 12 de abril e prorrogado no último sábado, 17. As medidas valem até este domingo, 25. O decreto estadual com as novas normas válidas para todo o Ceará foi publicado neste sábado, no Diário Oficial do Estado (DOE), e passa a valer a partir de segunda-feira, 26.

 

Tendência de queda

Os efeitos do isolamento social rígido implantado no Ceará no mês de março e mantido nos últimos finais de semana parece começar a dar resultados. O Estado teve redução do número de casos de Covid-19 em todas as suas regiões de saúde, enquanto a maioria delas apresentou um aumento nas mortes. É o que aponta boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) nesa sexta-feira, 23, referente à 15.ª semana epidemiológica de 2021 (11 a 17 de abril).

Entretanto, as reduções são heterogêneas e, nos últimos dias, alguns municípios decidiram retomar medidas mais rígidas.

Apesar da diminuição dos números, ainda não se percebe o mesmo movimento nas taxas de internação. Cabeto explica que isso ocorre porque, em média, o tempo de internação dos pacientes está maior. "O que estamos vendo é um certo platô, com redução, nas duas últimas semanas, de solicitação de UTI, e um certo platô com redução também no número de (solicitação de) leitos de enfermaria. Isso significa que já há uma repercussão no atendimento nas emergências e nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento)", complementa o titular da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

Em 14 dias, a média móvel de óbitos caiu 53,5%, e a de casos confirmados, 76%. Ainda assim, especialistas apontam possível terceira onda. "No caso do Ceará, entramos na segunda sem sair da primeira. E já estamos com a rede hospitalar lotada, então não podemos entrar na terceira sem sair da segunda. Ou, pelo menos, sem descer o suficiente. Então, mesmo com as coisas abertas, as pessoas têm que ter a consciência de que elas devem sair quando for necessário, e somente se for necessário", aponta Thereza Magalhães,  professora de Epidemiologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece).

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