Natal Sem Fome 2023 é lançado no Ceará e já está recebendo doações de alimentos

A campanha, que já alimentou mais de 32 milhões de pessoas, recebe doações de alimentos e contribuições em dinheiro, via PIX

Foi lançada na manhã deste sábado, 28, no Parque Adahil Barreto, em Fortaleza, a edição 2023 do Natal Sem Fome, tradicional campanha de arrecadação de alimentos que, ao longo de três décadas de ação, alimentou mais de 32 milhões de pessoas em todo o Brasil.

Com o tema "Neste Natal, o melhor presente é sua solidariedade", a campanha tem a meta de arrecadação, para o Ceará, de 60 toneladas de alimentos não perecíveis, com doações que podem ser feitas individualmente, em grupo ou por empresas privadas.

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Diversas atividades voltadas para o público infantil foram oferecidas no Adahil Barreto com a proposta de unir diversão e aprendizados sobre o papel da cultura como ferramenta de transformação social. Espalhados pelo parque, grupos de contação de história, brincadeiras com personagens infantis e oficina de confecção de cartazes envolviam as crianças em atividades lúdicas.

"A gente procurou reunir algumas atividades especialmente voltadas para as crianças. Apesar de sempre falarmos de solidariedade, este ano estamos especialmente voltados para o desenvolvimento das crianças, para que elas possam ter uma vida bem alimentada", explica Ana Maria Xavier, diretora de desenvolvimento humano e socioambiental do Instituto Nordeste Cidadania (Inec).

No Nordeste, é o Inec que articula as ações da campanha Natal Sem Fome. A entidade, uma Organização da Sociedade Civil (OSC) com foco no desenvolvimento sustentável de comunidades na região, atua por meio da operacionalização de microcrédito rural e da implementação de programas socioambientais nas áreas de cultura, tecnologia e desenvolvimento comunitário.

Brasil de volta ao mapa da fome

Segundo Ana Maria, a campanha do Natal Sem Fome, que em alguns anos ampliou seu objetivo para outros itens de necessidade básica, decidiu voltar seu foco para o tema da insegurança alimentar depois da divulgação do retorno do Brasil ao Mapa da Fome da ONU, no ano passado.

O país havia sido retirado do mapa da fome em 2014, após o reconhecido êxito das estratégias de segurança alimentar e nutricional implementadas e continuadas desde meados da década de 1990. A situação se agravou com a pandemia de Covid-19, a partir de 2020, quando a fome no Brasil voltou a figurar nos noticiários internacionais.

"Nós estávamos arrecadando outras coisas – roupas, brinquedos –, porque a gente tinha saído do Mapa da Fome e entendíamos que precisávamos dar um passo adiante. Mas o Brasil teve um retrocesso e as organizações envolvidas entenderam, desde a pandemia, que precisavam retomar essa sensibilização da sociedade a respeito da fome", explica a representante do Inec.

Mas Ana Maria Xavier está otimista com o engajamento dos cearenses. "A resposta é sempre muito boa. O brasileiro é impressionante. O nordestino, ainda mais. A gente é muito empático com a dor do outro. Nossas metas sempre são atingidas", afirma.

Uma história de solidariedade e luta social

A campanha do Natal Sem Fome é parte de um projeto maior idealizado em 1993 pelo sociólogo e ativista mineiro Herbert José de Sousa, o Betinho: a ONG Ação Cidadania, que foi concebida com o propósito de combater a fome e a desigualdade socioeconômica no Brasil.

À época do lançamento da entidade, mais de 32 milhões de brasileiros, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), viviam abaixo da linha da pobreza. A Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, criada no auge do Movimento pela Ética na Política, acabou se tornando um dos movimentos sociais mais reconhecidos do País.

De acordo com o relatório "O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo", apresentado em julho de 2023 pela Organização das Nações Unidas (ONU), há 21 milhões de pessoas que, diariamente, não têm o que comer no Brasil. Outras 70,3 milhões estão em situação de insegurança alimentar. Há, em todo o país, cerca de 10 milhões de pessoas desnutridas.

Os dados mundiais também impressionam: 735 milhões de pessoas passam fome e outras 2,3 bilhões vivem em situação de insegurança alimentar.

Como cadastrar sua instituição

O Natal Sem Fome está com inscrições abertas, até o dia 30 de novembro, para o cadastro de instituições de apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar que desejam ser beneficiadas com doações. O link para as inscrições é: https://bit.ly/natalsemfome-2023.

Como e onde doar

Qualquer pessoa ou empresa privada pode doar alimentos não perecíveis para o Natal Sem Fome. Quem quiser contribuir também pode realizar doações em dinheiro via PIX, utilizando a chave [email protected] e ainda pelo site oficial da campanha (www.natalsemfome.org.br) ou do Inec (www.inec.org.br/doe).

Além da sede do Inec (av. José Américo, 326, 6º andar - Cambeba), a campanha disponibiliza outros pontos de arrecadação:

- Lojas Tá Limpo (Rua Joaquim Nabuco, 1208; Avenida Santos Dumont, 1.075 e 6.021; avenida Senador Virgílio Távora, 1.750; e avenida Engenheiro Santana Júnior, 1.609);

- Lojas Super Lagoa;

- Via Sul Shopping;

- North Shopping Fortaleza;

- North Shopping Maracanaú;

- Sesi e Senai (todas as unidades em Fortaleza e Maracanaú);

- Cáritas Brasileira Regional Ceará;

- Rassan (sede);

- Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea);

- BNB Clube (sede).

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