Herói da classificação do Floresta, Ruan mantém sonho do acesso e cita exemplo do Amazonas
Em entrevista ao Esportes O POVO, o atacante contou sobre uma lesão que o afastou dos gramados e sobre os bastidores dos tentos anotados contra os paulistas
O atacante Ruan foi o grande destaque do Floresta ao marcar os dois gols da classificação para a segunda fase da Série C, sobre o São Bernardo-SP, em vitória por 2 a 0. Em entrevista ao Esportes O POVO, o camisa 7 do Verdão relembrou a lesão que o afastou dos gramados nesta temporada e os bastidores dos tentos anotados contra os paulistas.
Ruan ficou fora da maior parte dos jogos da reta final da Terceirona, mas se manteve em forma e correspondeu positivamente quando acionado pelo técnico Leston Júnior no segundo tempo contra o São Bernardo. Até o atacante decidir o jogo para o Verdão, a partida se desenhava para um empate em 0 a 0, resultado que manteria o time cearense abaixo do G-8 classificatório na tabela.
"Tive uma lesão no cotovelo após o jogo contra o Ypiranga-RS e existia a possibilidade de ser caso cirúrgico. Felizmente não foi preciso operar e eu passei a reta final me preparando. Uma coisa que foi diferencial é que todo mundo aqui tem uma mentalidade muito legal, estávamos todos confiantes para o jogo", relatou.
Na comemoração do primeiro gol, Ruan acabou tirando a camisa e completou a série de três cartões amarelos na Série C, virando desfalque para o jogo contra o Caxias-RS. Em tom bem-humorado, o jogador revelou que estava tão focado no jogo que esqueceu este detalhe.
"Quando entrei em campo, pensava só em ajudar o time. Estava tão concentrado que, quando fiz o gol, esqueci que estava pendurado e tirei a camisa", explicou.
Com os gols, o atacante se isolou na artilharia do Floresta em 2025 (cinco bolas nas redes), mas admitiu não se atentar à estatística. "Eu nem me lembrava disso. Sabia que o (Matheus) Ludke e o Ícaro tinham feito quatro gols e ainda não tinha somado os dois gols (de sábado) com os três que fiz no Estadual. É importante a marca, mas a mentalidade é sempre focar no que é o melhor do Floresta", disse.
Por ser um jogador de lado de campo, Ruan nunca se destacou na carreira por ser um artilheiro e, caso faça mais dois gols, terá seu ano com maior número de tentos anotados numa temporada.
"Tive temporada de não fazer nenhum gol, por isso minha meta é sempre fazer melhor do que no ano anterior, pensei assim quando acertei com o Floresta. Tive boas temporadas em times grandes do Brasil, como Fortaleza, Paysandu e Remo, sempre com essa mentalidade", contou.
"A função desse atacante de lado de campo mudou muito com o tempo. Hoje, o atacante se move muito e, às vezes, não está na área para concluir a jogada, então é bom esse cara do lado de campo estar lá para marcar", concluiu.
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Experiências com acessos
Aos 32 anos, Ruan é um jogador experiente e com rodagem por equipes tradicionais do país. Em 2014, o atleta conseguiu o acesso para a Série B com o Paysandu; em 2022, o ponta conseguiu levar o Amazonas a Série C e, em 2023, foi campeão da terceira divisão nacional.
Para o camisa 7, a situação do Floresta se assemelha com a da equipe manauara, que não era favorito em 2023.
"É muito raro uma equipe conseguir dois acessos consecutivos, ainda mais subindo como campeão Brasileiro. Sei como é essa realidade, todo mundo duvidava do Amazonas e ele foi lá e conseguiu. Nós gostamos desse sentimento de sermos os 'improvavéis'", afirmou.
"Eu já consegui acesso no modelo antigo do campeonato; também tive acesso no modelo atual e vi que ano que vem o formato pode ser mais próximo do da Série B. Acho melhor, porque fornece mais jogos aos clubes. Independentemente da fórmula, a Série C é um campeonato difícil, que exige muita competência das equipes", completou.