Primeiro lockdown decretado em municípios cearenses durou em média um mês; relembre

O sistema é utilizado para frear a transmissão do vírus, uma vez que determina ações que têm como objetivo diminuir a circulação de pessoas nas ruas e o consequente contato entre elas

Todos os municípios do Ceará estão sob medidas mais rígidas de isolamento social a partir deste sábado, 13, como foi anunciado nessa quinta-feira, 11, pelo governador Camilo Santana (PT), mas essa não é a primeira vez que as cidades cearenses seguem determinação do tipo. Alguns municípios iniciaram o regime ainda em março de 2020, quando casos de Covid-19 começaram a surgir no Estado. Outros aderiram à medida apenas posteriormente. Em termos de cumprimento, cada cidade passou em média um mês funcionando sob regime de lockdown no ano passado.

O regime é utilizado para frear a transmissão do vírus, uma vez que proíbe a circulação de pessoas nas ruas. Entre as medidas adotadas estão a suspensão de atividades consideradas não essenciais e a proibição de deslocamentos em que a necessidade deles não possa ser comprovada. 

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No Ceará, o primeiro município a adotar a medida no ano passado foi Fortaleza, no dia 8 de maio. À época, a rede municipal de saúde, em alerta, enfrentava o pico da doença. Por decreto estabelecido pelo governador em conjunto com representantes do comitê de acompanhamento da pandemia, foi vetado o funcionamento de bares, restaurante, igrejas, centros comerciais, escolas, academias, entre os principais setores.

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À época, quase todos os municípios já adotavam medidas de isolamento, restringindo a circulação de pessoas com barreiras sanitárias e orientando, em campanha, sobre a importância da higienização. Apesar disso, os índices do vírus seguiram aumentando, o que forçou mais cidades, no final de maio, a decretarem o lockdown. Entre elas, Maracanaú, Itarema, Itapipoca, Caucaia e Sobral - que chegou a contabilizar 5 mil casos somente nos quatro primeiro meses da pandemia no Estado.

Já os municípios que integram a Região Metropolitana do Cariri começaram a funcionar sob o regime apenas em junho. Juazeiro do Norte, por exemplo, adotou medidas mais rígidas no dia 22 daquele mês, quando os casos de covid-19 mostravam crescimento e ameaçavam a rede local de saúde.

Poucos antes dos municípios do Cariri adotarem as medidas mais rígidas, o governo anunciou o Plano de Retomada Econômica, que determinava a reabertura de atividades em quatro fases distintas. Fortaleza, por exemplo, passou a ter uma flexibilização de funcionamento em setores a partir do dia 1° de junho - 24 dias após permanecer sob lockdown.

Itarema, Maracanaú, Sobral e Caucaia só passaram a flexibilizar medidas entre os dias 20 e 22 de junho. Juazeiro do Norte só teve atividades liberadas em agosto. Contabilizando os dias de cumprimento do lockdown desses municípios, o tempo médio em que cada um deles permaneceu sob regime foi de quatro semanas.

Prevenção e urgência

Quando foi decretado no ano passado, o lockdown era justificado pelo Governo como uma medida preventiva. O medo maior era de que o vírus se transmitisse da Capital para outros municípios. Fortaleza detinha o pior quadro epidemiológico dentre todas as cidades e vivia o pico da primeira onda da pandemia.

O isolamento mais rígido é decretado pela segunda vez, mas diferente da primeira. O governador não havia determinado a mesma medida simultaneamente para os 184 municípios cearenses. Houve resistência de algumas prefeituras, como a de Maracanaú, em seguir o exemplo de Fortaleza.

Também ao contrário do primeiro momento, o sistema é adotado não apenas como forma preventiva, mas como meio efetivo mais urgente de se frear o vírus. Isso porque a segunda onda da doença se espalhou com mais força Estado adentro. Na Capital, tem ocupado mais de 90% dos leitos de UTIs, com possibilidade de que este ainda não seja o pico da doença, conforme revelam avaliações das secretarias estadual e municipal da Saúde (Sesa e SMS).

Por enquanto, o lockdown simultâneo tem duração de oito dias, até o próximo dia 21. Ainda não se sabe se ele terá prorrogação ou se o tempo de isolamento das cidades será diferente da média observada durante a primeira onda. Esse prolongamento está associado ao comportamento dos índices da doença no Estado e da obediência ao isolamento social. Atualmente, o nível de alerta de todos os municípios citados é 4, classificado como de "risco altíssimo".

Veja quanto durou o tempo de isolamento nos municípios:

Acaraú
2020: 30 maio - 13 junho
2021: Deve aderir a partir deste sábado, 13
Risco atual: Nível 4

Brejo Santo
2020: 27 junho - 25 julho
2021: Deve aderir a partir deste sábado, 13
Risco atual: Nível 4

Barbalha
2020: 27 junho - 3 de agosto
2021: Deve aderir a partir deste sábado, 13
Risco atual: Nível 4

Camocim
2020: 30 maio - 13 junho
2021: O decreto local de medidas rígidas está válido até o próximo dia 18, mas o decreto estadual é vigente até o dia 21, a partir deste sábado, 13.
Risco atual: Nível 4

Caucaia
2020: 30 maio - 20 de junho
2021: entrou em lockdown nesta sexta, 12
Risco atual: Nível 4

Crato
2020: 27 de junho - 3 de agosto
2021: Deve aderir a partir deste sábado, 13
Risco atual: Nível 4

Fortaleza
2020: 8 de maio- 1° de junho
2021: Segue em lockdown desde o último dia 5
Risco atual: Nível 4

Iguatu
2020: 27 de junho - 25 de julho
2021: Deve aderir a partir deste sábado, 13
Risco atual: Nível 4

Itapipoca
2020: 30 maio - 20 de junho
2021: Entrou em lockdown no sábado passado, 6
Risco atual: Nível 4

Itarema
2020: 30 de maio - 13 de julho
2021: Deve aderir a partir deste sábado, 13
Risco atual: Nível 4

Juazeiro do Norte
2020: 22 de junho- 3 de agosto
2021: Entra a partir deste sábado, 13
Risco atual: Nível 4

Maracanaú
2020: 30 de maio - 20 de julho
2021: Entra a partir deste sábado, 13
Risco atual: Nível 4

Sobral
2020: 30 de maio- 20 de julho
2021: Entrou na última segunda-feira, 8
Risco atual: Nível 4

Colaborou a repórter Marília Freitas 

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