Fortaleza tem dez hospitais com UTIs lotadas e pode esgotar leitos "a qualquer momento"

Alerta sobre lotação dos equipamentos foi dado por Ana Estela Leite, secretária de saúde de Fortaleza, em live realizada pela Prefeitura na manhã desta sexta-feira, 12

Ana Estela Leite, secretária da Saúde de Fortaleza, participou de uma live realizada pela Prefeitura, na manhã desta sexta-feira, 12, onde alertou que os leitos de hospitais públicos e privados da Capital - destinados a atender pessoas com Covid-19, podem se "esgotar a qualquer momento". Conforme dados colhidos até as 14h04min de hoje, pela Secretária de Saúde do Ceará (Sesa) e divulgados na plataforma IntegraSUS, o Município tem dez instituições médicas registrando lotação somente em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), onde os casos mais graves são tratados.

Ao lado do gerente de Vigilância Epidemiológica de Fortaleza, Antônio Lima, a gestora analisou o cenário epidemiológico vivido pela Capital e considerou momento como "extremamente critico". Além disso, mesmo com os casos da doença em alta, Eliane afirmou que a Secretaria da Saúde do Município (SMS) não sabe quando será o pico da doença nessa segunda onda pandêmica.

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"Essa capacidade instalada (de leitos) pela rede pública, pela rede privada também em expansão, ela pode se esgotar a qualquer momento. A população precisa fazer a sua parte", pontuou a secretária, destacando ainda que todos os cenários analisados pela pasta de saúde e por demais órgãos competentes do Ceará, responsáveis pelo combate a pandemia - são de "incertezas".

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No balanço realizado pela Sesa, registravam lotações nas UTIs os hospitais: Instituto Praxis, Hospital Universitário Walter Cantídio, Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), Hospital Otoclínica, Casa de Saúde e Maternidade São Raimundo, Hospital Jose Martiniano de Alencar, Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, Instituto Praxis, Hospital Geral Dr Cesar Cals, Hospital São Carlos, Maternidade Eugenia Pinheiro.

De acordo com informações dadas por Antônio Lima durante a transmissão, a maioria das internações que têm sido registradas em hospitais da Capital não é mais de idosos, ao contrário do que aconteceu na primeira onda da doença. "Trata-se de pessoas com um média de 30 a 50 anos", afirmou o gerente, destacando ainda que esse segundo momento da doença ocorre devido ao aumento de transmissão do vírus percebido logo após as aglomerações realizadas por populares em dezembro e janeiro.

Lima também frisou que as mortes registradas em Fortaleza como em decorrência da patologia também apresentaram aumento, chegando à média móvel atual de 30 óbitos por dia. "A média móvel de óbitos ganhou muita velocidade na transição de janeiro para fevereiro", pontuou ainda o gerente.

Para combater o avanço da patologia no Estado, o governador Camilo Santana (PT) determinou que todos os municípios entrassem em lockdown a partir deste sábado, 13. O gestor tem trabalhado ainda para ampliar leitos nos hospitais e negocia com laboratórios para comprar diretamente vacinas contra a doença, em complemento ao Plano Nacional de Imunização (PNI).

Média de internações

De acordo com monitoramento divulgado no IntegraSUS, Fortaleza tem 93,02% dos seus leitos de UTI ocupados. A maior parte da procura tem sido feita por pessoas adultas, que ocupam 94,07% dos equipamentos destinados a essa faixa etária. A ocupação daqueles direcionados ao público infantil é de 71,79% e daqueles destinados a pacientes gestantes é de 20%.

Já a média de ocupação dos leitos de enfermaria, que recebem casos mais moderados da doença, é de 93,05%, número que também tem apresentado aumento. A maior ocupação é registrada na ala destinada a adulto, de 96,01%. Enfermaria infantil e gestante registram 71,79% e 57,14% de ocupação, respectivamente.

Confira a taxa de ocupação das unidades em Fortaleza

Rede pública

Hospital Geral Dr Waldemar Alcântara (HGWA)
UTI - 84,62% (22 ocupados dos 26 disponíveis)
Enfermaria -96,03% (104 ocupados dos 108 disponíveis)

Hospital Geral Dr Cesar Cals 
UTI - 100% (20 ocupados dos 20 disponíveis)
Enfermaria - 62,16% (23 ocupados dos 37 disponíveis)

Hospital Jose Martiniano de Alencar
UTI - 100% (10 ocupados dos 10 disponíveis)
Enfermaria - 100% (20 ocupados dos 20 disponíveis)

Hospital Geral de Fortaleza
UTI - 97,83% (45 ocupados dos 46 disponíveis)
Enfermaria - 94,63% (141 ocupados dos 149 disponíveis)

Hospital Universitário Walter Cantidio
UTI - 100% (14 ocupados dos 14 disponíveis)
Enfermaria - 73,82% (31 ocupados dos 42 disponíveis)

Hospital Infantil Albert Sabin (Hias)
UTI - 89,47% (17 ocupados dos 19 disponíveis)
Enfermaria - 72,73% (48 ocupados dos 66 disponíveis)

Hospital Leonardo Da Vinci (HLV)
UTI - 95,48% (148 ocupados dos 155 disponíveis)
Enfermaria - 91,36% (74 ocupados dos 81 disponíveis)

Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ)
UTI - 100% (8 ocupados dos 8 disponíveis)
Enfermaria - 94,39% (101 ocupados dos 107 disponíveis)

Instituto Dr. José Frota Central (IJF)
UTI - 81,43% (57 ocupados dos 70 disponíveis)
Enfermaria - 100% (20 ocupados dos 20 disponíveis)

Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes
UTI - 100% (88 ocupados dos 88 disponíveis)
Enfermaria - 97,83% (135 ocupados dos 138 disponíveis)

Rede particular

Hospital Uniclinic
UTI - 90% (27 ocupados de 30 disponíveis)
Enfermaria - 97,33% (73 ocupados de 75 disponíveis)

Hospital Otoclínica
UTI - 100% (32 ocupados de 32 disponíveis)
Enfermaria - 100% (96 ocupados de 96 disponíveis)

Hospital São Carlos
UTI - 100% (38 ocupados de 38 disponíveis)
Enfermaria - 100% (45 ocupados de 45 disponíveis)

Casa de Saúde e Maternidade São Raimundo
UTI - 100% (8 ocupados de 8 disponíveis)
Enfermaria - 97,03% (36 ocupados de 37 disponíveis)

Hospital Aldeota
UTI - 92,11% (35 ocupados de 38 disponíveis)
Enfermaria - 100 % (15 ocupados de 15 disponíveis)

Instituto Praxis
UTI - 100% (10 ocupados de 10 disponíveis)
Enfermaria - 96,61% (57 ocupados de 59 disponíveis)

Maternidade Eugenia Pinheiro
UTI - 100% (7 ocupados de 7 disponíveis)
Enfermaria - 70% (7 ocupados de 10 disponíveis)



 

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