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Empresa farmacêutica estuda tratamento que cria imunidade a coronavírus

Remédio da Eli Lilly está na última fase de testes clínicos e pode chegar antes da vacina, mas ter período de imunização menor

A empresa farmacêutica Eli Lilly está desenvolvendo uma medicação que pode gerar imunidade temporária ao coronavírus. Com testes clínicos na fase 3 - a última antes de submeter aos órgãos reguladores para aprovar a fabricação e venda -, o remédio pode estar disponível amplamente antes das vacinas para Covid-19. A pandemia já contaminou mais de 2,5 milhões de pessoas e levou mais de 95 mil a óbito somente no Brasil.

O produto funciona de maneira parecida a alguns tratamentos que vêm sendo realizados, inclusive no Brasil, de forma experimental. A ideia consiste em inserir no corpo do paciente anticorpos contra o coronavírus, que poderão reagir à infecção caso a pessoa seja contaminada. O diferencial do medicamento é que os anticorpos estão sendo fabricados em escala industrial. Os testes que têm acontecido precisam de doações de sangue de pessoas que se recuperaram da Covid-19, e acabam tendo quantidade limitada de insumos para realizar o tratamento.

Na fase atual do estudo, espera-se testar cerca de 2.400 pessoas, em especial funcionários e moradores de casas de repouso nos EUA. Em alguns países, como a França, esses locais geraram surtos da doença com alta taxa de mortalidade, devido aos moradores estarem no grupo de risco para Covid-19.

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Um dos objetivos para esta fase é descobrir por quanto tempo a medicação deixa o usuário imune ao coronavírus. As vacinas usam uma forma desativada do vírus para estimular que o próprio organismo do paciente produza os anticorpos, de forma a estar preparado no caso de uma contaminação real - essa técnica é chamada "imunidade ativa". O produto da Eli Lilly, assim como o transplante de plasma de pacientes curados, apenas insere anticorpos já prontos, a "imunidade passiva". Como eles têm um tempo de vida limitado, a imunização pode durar entre algumas semanas e alguns meses.

A expectativa é de que os resultados do estudo fiquem prontos no quarto trimestre do ano. Como medicamentos de imunidade passiva já existem no mercado - são usados, por exemplo, no tratamento do Ebola -, é possível que o produto esteja disponível comercialmente antes das vacinas para o coronavírus.

Quando chegam as vacinas para coronavírus?

Diversas empresas e centros de pesquisa estão desenvolvendo vacinas contra a Covid-19. Elas estão em estágios diferentes de evolução, e podem estar disponíveis em alguns meses. Veja abaixo o prazo estimado para cada uma das vacinas mais próximas de ter distribuição ampla:

Universidade de Oxford/AstraZeneca (Reino Unido): 15 milhões de doses para o Brasil em dezembro, outros 15 milhões até janeiro de 2021, e mais 70 milhões até abril de 2021;

Centro Gamaleïa (Rússia): "centenas de milhares" de doses disponíveis em outubro, "vários milhões" a partir de 2021. Não há previsão de chegada ao Brasil;

Sinovac Biotech (China): 20 mil doses já sendo testadas em 9 mil profissionais de saúde no Brasil (cada vacina utiliza duas doses, com intervalo de 14 dias). Expectativa de 180 milhões de doses (90 milhões de pessoas vacinadas) até o começo de 2021;

Bharat Biotech International (Índia): testes em andamento, o governo indiano estima iniciar a produção massiva ainda em agosto. Não há previsão de chegada ao Brasil.

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