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Rússia promete milhares de vacinas para Covid-19 até fim de 2020

Até o momento, a Rússia não publicou um estudo detalhado dos resultados de seus testes
11:23 | Ago. 03, 2020
Autor AFP
Tipo Notícia

A Rússia anunciou nesta segunda-feira, 3, que, em breve, terá capacidade para produzir centenas de milhares de doses da vacina contra o novo coronavírus todos os meses e que elevará sua produção para "vários milhões" a partir do início do próximo ano.

Segundo o ministro do Comércio da Rússia, Denis Maturov, três empresas biomédicas iniciarão em setembro a produção industrial da vacina desenvolvida pelo laboratório de pesquisa em epidemiologia e microbiologia Nikolai Gamaleia.

"De acordo com as primeiras estimativas (...) poderemos fornecer várias centenas de milhares de doses da vacina a cada mês a partir deste ano e depois vários milhões a partir do início do ano que vem", disse à agência pública de notícias TASS.

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O chefe do Fundo Russo para Investimentos Diretos, envolvido no desenvolvimento, garantiu nesta segunda que a aprovação oficial da vacina deve acontecer "dentro de dez dias".

"Estaremos à frente não apenas dos Estados Unidos, mas também de outros países. Esta será a primeira vacina aprovada contra o coronavírus", afirmou Kirill Dmitriev na televisão.

A Rússia trabalha há meses, como muitos outros países do mundo, em vários projetos de vacinas contra a Covid-19. A pesquisa do centro Gamaleïa é desenvolvida em colaboração com o ministério da Defesa.

Nesta segunda-feira, o ministério se gabou, em um comunicado, que os ensaios clínicos em militares "mostraram claramente uma resposta imune" ao novo coronavírus, "sem efeitos colaterais ou anormalidades".

A vacina

Esta vacina utiliza vetor viral, ou seja, usa como portador outro vírus que foi transformado e adaptado para combater a Covid-19. Utiliza adenovírus, uma tecnologia também escolhida pela Universidade de Oxford.

Pesquisadores internacionais alertaram, porém, para o rápido desenvolvimento de vacinas na Rússia e consideraram que vários processos científicos não foram respeitados para acelerar o trabalho realizado sob pressão de Moscou.

Vitali Zverev, professor e chefe de laboratório do instituto de pesquisa Metchnikov, disse à AFP que era muito cedo para homologar uma vacina que não foi testada o suficiente para garantir sua segurança.

"É impossível garantir a segurança de uma vacina durante um período de tempo como este que nos separa do início da pandemia", explicou, acrescentando que as empresas biomédicas russas que irã produzir a vacina não estão acostumadas à tecnologia avançada a ser usada.

Cientistas do centro Gamaleïa foram criticados em maio por terem injetado em si mesmos o protótipo de vacina, um método que rompe com os protocolos usuais, a fim de acelerar o máximo possível o processo científico.

Até o momento, a Rússia não publicou um estudo detalhado dos resultados de seus testes para estabelecer a eficácia dos produtos que afirma ter desenvolvido.

O centro público de pesquisa Vektor, na Sibéria, está trabalhando em outra vacina, cujas primeiras doses devem estar prontas a partir de outubro, segundo as autoridades.

A Rússia é o quarto país no mundo mais afetado pela pandemia, atrás de Estados Unidos, Brasil e Índia. Desde abril, manifesta sua disposição de ser um dos primeiros países, ou mesmo o primeiro, a desenvolver a vacina.

 


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