Turismo de aventura e ecoturismo: como se proteger nas trilhas
Morte de Juliana Marins acendeu alerta por segurança e proteção adequada durante atividades de aventura. Bombeira orienta a como se resguardar e proteger
A morte da carioca Juliana Marins durante trilha em vulcão na Indonésia acendeu um alerta no Brasil e no mundo: a importância de proteção adequada em atividades ecoturísticas, desde a trilha até mesmo à observação.
A jovem publicitária, que realizava um “mochilão” pelo continente asiático, caiu de uma encosta após ser deixada para trás pelo grupo que a acompanhava. O episódio repercutiu nas redes sociais, sobretudo pelo resgate complexo e tardio. Juliana foi resgatada já sem vida nessa quarta-feira, 25.
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Com o caso, um lembrete foi acionado: a natureza, embora exuberante e propensa a boas experiências, exige preparação e cuidado. Atividades ligadas ao ecoturismo e ao turismo de aventura podem ser enriquecedoras e promover bem-estar, mas devem ter a segurança como pilar principal.
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Como se proteger em trilhas? Bombeira explica
Em entrevista ao programa O POVO News nessa quarta, a porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar de São Paulo, capitã Karoline Magalhães, pontuou a importância de pesquisar a reputação de locais e atividades turísticas.
Segundo ela, verificar se há aprovação das secretarias de Turismo locais é um ponto de partida. Plataformas digitais voltadas às atividades de aventura também são significativas, pois auxiliam a tomar noção dos ambientes antes de visitá-los.
Também é importante checar a previsão do tempo, disse Karoline. “É muito comum ter problema por conta de virada de tempo. Veio uma frente fria e a pessoa não se atentou, tanto na montanha quanto no mar”, alertou.
Além disso, é necessário “ter a consciência de que a capacidade física do outro não é a minha”. Em outras palavras, “é ter uma consciência real de que a sua condição física lhe permite chegar nesse local. Não é porque todo mundo faz que você consegue fazer”, enfatizou a bombeira.
Outro passo importante antes mesmo de viajar, segundo ela, é preparar um roteiro de emergência: “Avisar as pessoas que você vai fazer essa viagem. Quantos dias, qual o planejamento. Vou tal dia, volto tal dia, vou fazer tal caminho. E ter um plano B, caso aconteça um acidente”.
“Deixar a localização compartilhada com algum membro, contratar um guia capacitado e experiente de uma empresa séria”, enumerou. “São detalhes simples, que a gente consegue planejar antes de uma viagem, para não acontecer um acidente como esse [da Juliana Marins]”, concluiu.
Regras e orientações de proteção durante trilhas
- Lembre-se de utilizar calçados e roupas adequados à atividade que realizará. Botas ou tênis de trekking oferecem maior aderência e estabilidade, a depender do terreno. Roupas leves, de secagem rápida e proteção UV, além de agasalho, são essenciais;
- Na mochila, é importante ter kit de primeiros socorros, utensílios para navegação (como mapa, bússola ou GPS), insumos para alimentação e hidratação, lanterna e, se possível, alguma forma de comunicação de emergência (como um apito ou um localizador pessoal);
- Durante a trilha, nunca se afaste do grupo — uma das lições do caso de Juliana. É ideal ter um líder do grupo, com mais experiência, e um “fechador”, alguém que garanta que ninguém do grupo ficará para trás;
- Durante a trilha, atente-se às sinalizações, às placas e aos atalhos, além dos animais silvestres e das plantas desconhecidas, com potencial perigoso.
Em caso de emergência, o que fazer?
Além de ter um kit de primeiros socorros na mochila, é recomendado ter anotado ou já decorado os telefones de emergência da região, como o 193 no Brasil. Em caso de emergência, os contatos serão úteis.
Tentar manter a calma e evitar o desespero são passos cruciais para evitar decisões erradas e precoces. Ficar parado no local de emergência, à espera de socorro, pode ser a melhor decisão. Por isso é importante informar seu roteiro antes de viajar ou de embarcar numa aventura.
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