Corpo de brasileira é retirado de vulcão na Indonésia e levado a hospital
Juliana Marins, de 26 anos, caiu no Monte Rinjani, na Indonésia, e foi encontrada morta após quatro dias de buscas. Causa oficial da morte ainda será determinada
Com mais de sete horas de trabalho, a Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarnas) conseguiu resgatar o corpo de Juliana Marins, no Monte Rinjani. A operação aconteceu nesta quarta-feira, 25.
Após o resgate terrestre até o sulco de Sembalun, o corpo foi colocado em uma maca para ser retirado do parque onde fica o vulcão e será levado por helicóptero até o Hospital Bhayangkara, em Mataram.
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Conforme informou a família por meio do perfil @resgatejulianamarins no Instagram, por volta das 14h45min (horário local) - o equivalente às 4h45min no horário de Brasília, a equipe de rapel terminou o içamento da maca até o topo da trilha.
O deslocamento da maca com o corpo da brasileira começou 15 minutos depois e deve levar 8 horas até chegar à entrada do parque.
Ela foi encontrada a uma distância de 600 metros do ponto onde caiu enquanto fazia a trilha até a cratera do vulcão. Dadas as condições meteorológicas, o resgate do corpo por meio aéreo foi descartado, o que dificultou a operação de resgate, segundo a BBC.
Quem localizou a turista brasileira?
O voluntário Hafiz Hasadi encontrou o corpo, confirmando o ponto para início do içamento.
Participaram da operação a Basarnas, policiais, guias, voluntários, a Embaixada do Brasil em Jacarta e representantes do governo local.
Juliana Marins: previsão de retorno ao Brasil
A previsão é que a repatriação comece logo após os trâmites legais, ainda indefinida oficialmente, mas com suporte diplomático do Itamaraty.
As informações foram confirmadas pelo chefe da Basarnas, Marechal do Ar TNI Muhammad Syafi’i.“Após a entrega oficial do corpo ao hospital, o processo de repatriação ou procedimentos posteriores ficarão a cargo das autoridades e da família”, informou Syafi’i a uma televisão indonésia.
Pai se despede: “Você se foi fazendo o que mais gostava”
Manoel Marins Filho, pai da turista brasileira, postou uma carta aberta para a filha na manhã desta quarta-feira, 25. "Ah, Juju, minha linda, meu tesouro, minha filha, meu amor. Você sempre foi muito especial. Sapeca, inquieta, de sorriso lindo e uma imensa vontade de viver intensamente", começa a declaração.
"No início deste ano nos disse que faria esse mochilão agora enquanto era jovem e nós te apoiamos. Quando lhe perguntei se queria que lhe dessemos algum dinheiro para ajudar na viagem, você nos disse: jamais. E assim você viajou com seus próprios recursos que ganhou como fruto do seu trabalho", segue.
Ele continua lembrando como Juliana estava feliz realizando o sonho. "E como nós ficamos felizes com a sua felicidade. Você se foi fazendo o que mais gostava e isso conforta um pouco o nosso coração."
"Voa, Juju, voa. Voa para os braços do Pai Eterno que lhe aguarda para te guardar para sempre nos seus braços de amor infinito. E aqui ficaremos, na certeza de nos reencontrarmos um dia e fazer aquele vôo de parapente que estávamos programando para o seu aniversário", finaliza.
Manoel está em Bali para acompanhar os trâmites do resgate e repatriação do corpo de Juliana.
Juliana Marins: por que operação de resgate foi complexa?
O Monte Rinjani é o segundo maior vulcão da Indonésia e possui terreno extremamente íngreme, com trechos inacessíveis e sujeitos a neblina intensa.
Helicópteros foram descartados devido às condições climáticas, tornando o resgate exclusivamente terrestre e dependente de cordas e acampamentos improvisados para as equipes.
O acidente de Juliana ocorreu na noite da sexta-feira, 20 (horário de Brasília). A brasileira participava de um passeio de três dias ao cair em uma área de difícil acesso da montanha.
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Desde então, várias tentativas de resgate foram realizadas. Porém, o terreno íngreme, a grande altitude e o mau tempo impediram o sucesso das operações, segundo as autoridades.
O que aconteceu com Juliana Marins?
Juliana Marins, brasileira de 26 anos, sofreu uma queda em 20 de junho durante uma trilha no Monte Rinjani, vulcão de 3,726 metros na ilha de Lombok, Indonésia
Na madrugada, ela se separou do grupo ao sentir cansaço e acabou caindo no terreno íngreme e escorregadio, na região marcada por forte neblina e baixa visibilidade. A causa oficial da morte ainda não foi divulgada.
Nesta quarta-feira, por meio do perfil no Instagram, a família se manifestou: "Juliana sofreu uma grande negligência por parte da equipe de resgate". "Se a equipe tivesse chegado até ela dentro do prazo estimado de 7h, Juliana ainda estaria viva", apontam os familiares.
"Juliana merecia muito mais! Agora nós vamos atrás de justiça por ela, porque é o que ela merece! Não desistam de Juliana!", finalizam.
Como e onde Juliana foi encontrada?
Após quatro dias de buscas intensas envolvendo drones térmicos, voluntários, guias locais e resgatistas – sob condições adversas e mau tempo – seu corpo foi localizado no dia 24 de junho por um socorrista, a cerca de 600 metros abaixo da trilha principal.
Uma equipe com cerca de 50 pessoas usou técnicas de resgate vertical e um sistema de cordas para içar o corpo até um local seguro.
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Quem era Juliana Marins?
Natural de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Juliana Marins é formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Juliana atuou profissionalmente em empresas do grupo Globo voltado à indústria criativa.
No currículo, também constam cursos de roteiro, direção de cinema e fotografia e era apaixonada por pole dance e corridas de rua. Em suas redes, compartilhava aventuras pela Ásia; incluindo Filipinas, Vietnã, Tailândia e Indonésia.
Seu pai viajou à Indonésia para acompanhar o resgate, mas teve dificuldades para chegar ao país por causa do fechamento do espaço aéreo após os ataques do Irã a bases americanas na região. A irmã, Mariana Marins, liderou as comunicações nas redes sociais, contestando informações de que a jovem teria recebido suporte enquanto aguardava socorro. (Colaborou Marcela Tosi)
Matéria atualizada às 11h50min
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