Guerreiros do Sol: "Não se fala de Brasil sem falar de Cangaço"
Nova novela da Globoplay se inspira no cangaço para criar uma história original. Evento em Recife reforça origem nordestina da criação
Na última sexta-feira, 13, a sede da TV Globo em Recife promoveu um evento para apresentar à imprensa "Guerreiros do Sol", a nova novela original da Globoplay, streaming do grupo que vem investindo na produção independente da transmissão em TV aberta. Aproveitando que parte da imprensa brasileira estava presente na cidade pela cobertura do 29º Cine PE, a emissora recebeu com coffee break, brindes exclusivos e exibição antecipada do sexto episódio, o que demonstra o investimento no novo produto.
Seguindo um novo formato de lançamento, o streaming lançará cinco episódios por semana para proporcionar certa rima com a tradição diária da televisão brasileira. O bloco inicial de episódios foi lançado nesta quarta-feira, 11 de junho.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
Antes da exibição, equipe e parte do elenco se reuniram para uma coletiva de imprensa sobre os bastidores da produção. George Moura, roteirista e criador principal da obra que é natural de Pernambuco, não escondeu a emoção: “Eu prometi a mim que não ia chorar… Pra mim esse dia tem um significado muito especial porque eu comecei a trabalhar na TV Globo há 33 anos aqui no Recife. É muito especial voltar aqui para vermos juntos o que fizemos juntos. Eu saí daqui há 30 anos, mas esse lugar nunca vai sair de dentro de mim”, emocionou-se.
Com portfólio extenso, George é autor de produções televisivas marcantes como “Amores Roubados”, “Onde Nascem os Fortes” e “O Rebu”. Para a nova trama não se trata de uma adaptação, apesar do material original de referência promover um grande direcionamento histórico.
O livro “Guerreiros do sol: Violência e banditismo no Nordeste do Brasil”, de Frederico Pernambucano de Mello, foi lançado em 1985 e “situa o fenômeno nordestino do cangaço a partir de seus pressupostos históricos: social, político, geográfico, etno-histórico, religioso, climático, alimentar, fotográfico, musical, de vestuário etc”.
“Frederico é a nossa bússola. Ele leu todos os capítulos e comentou, como uma espécie de guardião do cangaço dentro da nossa dramaturgia. Ele foi muito importante porque deu palestra pro elenco e pra equipe técnica. É um apaixonado. Tem uma visão crítica sobre o cangaço, mas é fascinado, assim como eu”, afirma George.
Presente na mesa, o diretor Rogério Gomes ponderou sobre a persistência do assunto ao longo da história do cinema e da televisão. “Não se fala de Brasil sem falar de Cangaço. Fomos muito respeitosos e o sertão nos deu o melhor possível. O que essa série traz de novo é sua dedicação. É a maior minutagem que já se deu a uma história de Cangaço”, detalhou.
Isadora Cruz revelou que não buscou se inspirar em Maria Bonita, figura feminina mais referenciada nas revisões históricas, mas em Dadá, esposa de Corisco. “A Rosa, na verdade, está mais próxima da Dadá porque ela ia para as batalhas. A Maria Bonita nunca deu um tiro. Ela virou esse mito de mulher forte e guerreira, que ela era, mas não tinha essa força de guerrilha”, avalia.
Com 45 episódios, “Guerreiros do Sol” tem grande elenco nordestino, como Thomas Aquino, Isadora Cruz, Irandhir Santos, Marcélia Cartaxo e Alice Carvalho. Conta também com os cearenses Fátima Macedo, Georgina Castro, Larissa Goes, Lucas Galvino e João Fontenelle.
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