Ciganos acusam Globo de racismo após cenas em ‘Êta Mundo Melhor!’

Ciganos acusam Globo de racismo após cenas em ‘Êta Mundo Melhor!’

Em sua estreia, a novela "Êta Mundo Melhor!", da Globo, foi alvo de repúdio por parte de instituições que representam os ciganos no Brasil

Nesta quinta-feira, 3, quatro organizações ligadas à defesa dos direitos dos ciganos publicaram uma nota conjunta de repúdio à emissora Globo, nas redes sociais.

O motivo do repúdio tem a ver com cenas exibidas no primeiro capítulo da trama de “Êta Mundo Melhor!”, de Walcyr Carrasco, que foi ao ar na última segunda-feira, 30.

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Na trama, a personagem Carmem, uma cigana interpretada por Cristiane Amorim, convence um casal a lhe entregar um bebê que havia sido sequestrado de Candinho, protagonista vivido por Sérgio Guizé.

Na sequência, Carmem negocia a criança com Zulma (Heloísa Périssé), uma vilã que comanda um falso orfanato. Com o dinheiro, a personagem deixa a cidade.

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A cena foi duramente criticada pelo Instituto Cigano do Brasil (ICB), pela Urban Nômades Brasil, pela International Romani Union Brasil (IRU) e a Associação Mayle Sara Kali Brasil (AMSK), que direcionaram sua fala à sociedade brasileira, ao Ministério da Igualdade Racial (MIR) e à emissora.

Instituições criticam Globo por promover preconceito contra povo ciganos

Em comunicado intitulado "Anticiganismo é racismo, e a Globo precisa responder", as instituições acusam a emissora de promover uma imagem distorcida e preconceituosa da cultura cigana, classificando o episódio como um caso claro de romafobia, termo utilizado para definir o racismo contra os povos ciganos.

“A Rede Globo, como concessão pública, tem responsabilidade sobre o conteúdo que transmite. E o Estado brasileiro tem a obrigação de agir diante da propagação de imagens que marginalizam ainda mais um povo que já luta por reconhecimento, visibilidade e direitos básicos”, apontaram as instituições.

"Nunca roubamos crianças. Somos um povo de cultura, saberes e dignidade. Não queremos ser vilões exóticos de novelas. Queremos respeito", acrescentaram.

Até o momento, a emissora não se pronunciou sobre as cenas transmitidas e nem sobre o comunicado divulgado no Instagram.

Cenas estereotipadas de ‘Êta Mundo Melhor!’ levantam questionamentos sobre ciganos no Brasil

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, cerca de 800 mil a um milhão de pessoas se identificam como ciganos.

Muitos deles ainda estão voltados às atividades itinerantes tradicionais da cultura cigana, com uma maior concentração de assentamentos nos estados da Bahia, Minas Gerais e Goiás.

No Brasil, existem três grandes grupos que compõem os povos ciganos: os Rom, os Sinti e os Calon.

No estado do Ceará, predominam os ciganos da etnia Calon, que chegaram por intermédio da corte portuguesa ainda no século XVI, conforme os registros históricos divulgados pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

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