Governo Elmano passará por mudanças com secretários saindo para disputar eleição
Nomes como a vice-governadora, Jade Romero, e o secretário da Casa Civil, Chagas Vieira, já sinalizaram que devem se desincompatibilizar; deputados licenciados e outros secretários devem fazer o mesmo
A equipe de secretários do governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), passará por uma série de mudanças nos próximos meses. A movimentação deve ocorrer entre o fim de março e o começo de abril e tem motivação eleitoral; os secretários precisam se desincompatibilizar seis meses antes das eleições de 2026 - marcadas para outubro - para estarem aptos a concorrer aos cargos eletivos em disputa. Uma parcela relevante do secretariado cearense deve deixar os comandos das respectivas pastas até lá.
Nos bastidores, especula-se que pelo menos uma dúzia de secretários pode estar nesse recorte. Entre os cotados para se desincompatibilizar até abril estão nomes como: Jade Romero (vice-governadora e secretária da Proteção Social); Chagas Vieira (Casa Civil); Zezinho Albuquerque (Cidades); Luísa Cela (Cultura); Domingos Filho (Desenvolvimento Econômico); Lia Gomes (Mulheres); Adelita Monteiro (Juventude), dentre outros.
No sábado, 20, Elmano reuniu secretários no Palácio da Abolição, em Fortaleza, para um balanço anual da gestão. A jornalistas, o governador falou sobre os impactos de eventuais mudanças e de como será o processo de substituição dos titulares das pastas.
“Nós estabelecemos alguns critérios. Vamos conversar com o nosso secretariado, mas a minha opinião é que quanto mais tempo o secretário ficar, melhor. Para que ele possa dar seguimento ao planejado (...) Evidentemente, que o secretário, quanto mais tempo ficar, mais compromisso, mais prazo ele vai ter para colaborar para as metas (de governo)”.
Elmano destacou que os secretários devem continuar nas funções até próximo do prazo determinado pela Justiça Eleitoral. “Está estabelecido que, até o prazo legal para quem vai se afastar para a campanha, fica na secretaria. Portanto, até o começo de abril. E vamos conversar para poder escolher (o substituto), provavelmente, dentro das equipes”.
Apesar de sinalizar que quem já está nas secretarias deve substituir quem sair, o petista indicou que a análise ocorrerá caso a caso. “Essa é a prioridade, mas não necessariamente será assim em todos os casos. Mas aquela pessoa que já conhece o programado, que possa efetivamente dar garantia de seguimento. Então, até final de março ou começo de abril, o secretário deve ficar e vamos ter esse prazo para escolher quem fica no lugar”.
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Na reunião do secretariado, Jade Romero e Chagas Vieira sinalizaram que devem deixar os cargos no período. Jade confirmou que irá se desincompatibilizar. Apesar disso, não está certo se ela seguirá como vice na chapa de Elmano ou se disputará outro cargo.
“Independentemente do cargo que vá concorrer, tenho que me desincompatibilizar em abril, seja para me manter na chapa como vice, seja para concorrer a cargo proporcional. Isso só vai ser definido em junho ou julho (...) Vamos deixar a eleição para depois, mas obviamente a legislação pede que quem vai ser candidato se desincompatibilize antes. Então, com certeza, vou me desincompatibilizar para estar à disposição”, confirmou.
A vice-governadora também é cotada para concorrer a deputada federal. Em julho, ela falou sobre a possibilidade: "Estou muito feliz onde estou, mas quando começaram a levantar a possibilidade de ser deputada federal, isso começou também a me brilhar os olhos”.
Chagas, que já foi cotado como nome para o Senado ou para a vice de Elmano, sinalizou que deve deixar o posto na Casa Civil para estar disponível. “Há uma possibilidade boa de eu me desincompatibilizar também”, disse ao ser questionado pelo O POVO.
Indagado sobre pesquisas em que aparece entre possíveis candidatos, Chagas reforçou que estará à disposição. “Fico feliz de ser citado, mas essa discussão eleitoral vai ser feita no ano que vem. Mas devo estar me desincompatibilizando no início de abril”.
A secretária da Juventude, Adelita Monteiro (Psol), também informou que "há possibilidade" de se desincompatibilizar para concorrer no pleito. “A orientação do governador é que continuemos focados em trabalhar para entregar as políticas públicas, mesmo no ano eleitoral. A desincompatibilização, se ocorrer, será após o mês de abril”, reforçou.
Outros nomes que podem se desincompatibilizar por motivações eleitorais são: Eduardo Bismarck (Turismo); Fernando Santana (Recursos Hídricos); Moisés Braz (Des. Agrário) Oriel Nunes (Pesca e Aquicultura); Erich Douglas (Proteção Animal) e Vladyson Viana (Trabalho).