Celso Sabino confirma saída do Ministério do Turismo após determinação do União Brasil
Sabino cumpre determinação do União Brasil para que filiados deixem os cargos que ocupam no governo federal
O ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), comunicou a saída da pasta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele anunciou que entregou nesta sexta-feira, 26, sua carta de demissão.
Lula só deve confirmar a saída de Sabino na próxima semana. O ministro deixou claro que não pretendia deixar o cargo, mas cumpre exigência do partido, que determinou que filiados deixem o governo Lula.
Ainda ministro, Sabino afirmou em coletiva na manhã desta sexta-feira, 26, que permanecerá na gestão federal até o dia 2 de outubro, de acordo com ele o próprio presidente Lula pediu para que ele o acompanhasse na entrega de obras concluídas para a COP 30, em Belém (PA), que irá sediar a conferência climática.
“O presidente pediu que eu o acompanhasse nessa missão na cidade de Belém na próxima quinta-feira”, disse Sabino durante a coletiva. O chefe da pasta do turismo disse que se reuniu com o presidente Lula para confirmar seu desligamento, que segundo ele foi tomado em virtude da determinação do União Brasil.
"Tive uma conversa hoje com o presidente da República, em virtude da decisão do partido ao qual eu sou filiado tomou, de deixar o governo, e vim hoje aqui cumprir o meu papel, entreguei ao presidente a minha carta e o meu pedido de saída do Ministério do Turismo, cumprindo a decisão do meu partido", afirmou.
Ele completou dizendo que Lula manifestou a vontade de ampliar as conversas com seu partido. “Hoje o presidente acenou com essa possibilidade de ampliar esse diálogo junto com o partido União Brasil para a gente ver quais serão as cenas dos próximos capítulos".
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Atritos entre o governo e o União Brasil
A saída de Sabino ocorre em meio à intensificação dos atritos entre a direção do União Brasil e o governo Lula. Há duas semanas, o presidente nacional do partido, Antônio Rueda, foi alvo de denúncias de possível ligação com o crime organizado.
Em entrevista aos portais ICL Notícias e UOL, o piloto Mauro Caputti Mattosinho afirmou que Rueda estaria entre os proprietários ocultos de quatro jatos executivos operados por uma empresa citada em apurações sobre lavagem de dinheiro ligada à facção criminosa PCC.
O episódio representa mais um capítulo no conflito. No fim de agosto, o União Brasil oficializou a federação partidária com o Progressistas. Desde então, Rueda e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidentes das duas legendas, vêm pressionando pela saída dos filiados que ainda ocupam cargos no governo federal.