União Brasil dá 24 horas para filiados deixarem cargos no governo Lula
A direção partidária destacou ainda que os que não deixarem os postos estarão sob risco de serem enquadrados em "ato de infidelidade partidária"
A direção Nacional do União Brasil, deu 24 horas para que políticos filiados à legenda que integram o Governo Lula deixem os cargos que ocupam, sob risco de serem enquadrados em "ato de infidelidade partidária".
A direção do partido manifestou ainda a "irrestrita solidariedade" ao presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, após ele ser citado em investigações da Polícia Federal (PF) que apuram atuação da facção Primeiro Comando Capital (PCC) nos setores financeiros e de combustíveis no Brasil.
Atualmente a sigla conta com um ministro no governo Lula, Celso Sabino (União-PA), chefe da pasta do Turismo. Os filiados que não deixarem os cargos, correm o risco de expulsão.
A nota do União Brasil destaca que "causa profunda estranheza que essas inverdades venham a público justamente poucos dias após a determinação oficial de afastamento de filiados do União Brasil de cargos ocupados no governo Lula - movimento legítimo, democrático e amplamente debatido nas instâncias superiores".
E continua: "Tal 'coincidência' reforça a percepção de uso político da estrutura estatal visando desgastar a imagem da nossa principal liderança e, por consequência, enfraquecer a independência de um partido que adotou posição contrária ao atual governo".
A legenda vê influência do Planalto na reportagem publicada que liga Rueda a operações do PCC. Principalmente pelo fato de um dos jornalistas que assinam a matéria, Leandro Demore, ter um programa na TV Brasil. As acusações foram feitas por um piloto, que acusa o dirigente partidário de ser dono de aeronaves operadas pela organização criminosa.
Em agosto o União Brasil aprovou uma federação união progressista com o PP de Arthur Lira (PP-AL) e Ciro Nogueira (PP-PI). Inclinada a apoiar uma possível candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a federação passou a dizer que os ministros filiados que ainda continuavam no governo, ocupavam os cargos por vontade própria.