'Coerência nos aproxima bastante', diz Girão sobre possibilidade de filiação ao PL

'Coerência nos aproxima bastante', diz Girão sobre possibilidade de filiação ao PL

Relação entre Fernandes e Girão ganhou novos contornos nas últimas semanas e tem agitado as articulações da direita no Ceará

Em conversa com O POVO, no sábado, 9, o senador Eduardo Girão (Novo) reafirmou diálogo com o deputado federal André Fernandes (PL), pontuando ainda "ótimo" relacionamento com os senadores do PL. "Novo e PL compõem juntos o Bloco Vanguarda", cita o parlamentar cearense.

"Sou pré-candidato pelo Novo ao Governo do Ceará e manteremos o diálogo até o limite das decisões partidárias, observando o cenário nacional e buscando o fortalecimento da oposição, especialmente com o PL, partido com o qual temos afinidade histórica em causas que defendem a vida, a família, a justiça e a liberdade. Um dos pilares da política é a coerência, e isso nos aproxima bastante", disse Girão.

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A relação entre Fernandes e Girão ganhou novos contornos nas últimas semanas e tem agitado as articulações da direita no Ceará. Defensor de candidatura própria do PL ao Governo do Estado, Fernandes descarta alianças que não passassem pelo crivo do partido de Jair Bolsonaro.

Girão, que não pretende concorrer ao Senado e é pré-candidato a governador, informou ao colunista e correspondente do O POVO em Brasília, João Paulo Biage, conversas com André, que assumirá o comando estadual do PL em setembro. A aproximação é considerada "natural" pela direção estadual do Novo.

Na semana que antecedeu o ato do dia 3 de agosto, em apoio ao ex-presidente, organizado por parlamentares e lideranças bolsonaristas, Girão enfatizou a presença de Fernandes.

Poucos dias depois, foi a vez do deputado elogiar o senador, destacando postura favorável ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os movimentos despertaram rumores sobre uma possível filiação de Girão ao PL.

"Eu não poderia deixar de reconhecer, mais uma vez, que, dos três senadores do Ceará, apenas um está honrando o cargo que ocupa: Girão é o único com coragem e favorável ao impeachment de Moraes. Os outros dois, Cid Gomes e Augusta (suplente de Camilo Santana), são uma vergonha! Parabéns, meu irmão Eduardo Girão. Você, sim, representa o Ceará no Senado", escreveu Fernandes nas redes sociais.

O POVO procurou André Fernandes para comentar novamente o assunto, mas não houve retorno.

Ciro e RC na equação da oposição

O gesto ganha peso em um momento em que a direita cearense busca unir forças e definir estratégias para 2026, em contraponto à base governista no Ceará, comandada pelo PT.

Anteriormente, era ventilada a possibilidade do ex-prefeito Roberto Cláudio, que saiu do PDT para se filiar ao União Brasil, e do ex-ministro Ciro Gomes, ainda no PDT rumo ao PSDB, disputarem a sucessão de Elmano de Freitas (PT) pelo bloco oposicionista.

Embora defenda unidade entre a oposição, André rechaçou apoios a nomes de fora do PL, reforçando que a legenda terá candidatura própria ao Palácio da Abolição e que qualquer composição passará por essa premissa.

Isso ocorreu horas antes de Ciro tecer críticas a Bolsonaro ao comentar tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

No campo interno, o PL já movimenta pré-candidaturas ao Senado: além de Alcides Fernandes, pai de André, lançado por Jair Bolsonaro, a vereadora Priscila Costa recebeu acenos de Michelle Bolsonaro e do presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto.

Em fevereiro, André chegou a defender que o partido tivesse postulante próprio ao governo e dois nomes ao Senado. Enquanto isso, lideranças oposicionistas como Capitão Wagner (União Brasil), RC e Ciro tentavam articular um bloco único.

Após a eleição municipal de 2024, André e RC chegaram a se aproximar, e o ex-prefeito era visto como nome viável com apoio do PL. Em maio, durante encontro com deputados estaduais de oposição, Ciro disse esperar votar em Alcides para senador em 2026 e se colocou à disposição para disputar o governo.

Pouco depois, André elogiou o pedetista em reunião na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), chamando-o de “inteligente” e “preparado” e defendendo que egos fossem deixados de lado.

A aproximação com Ciro gerou desconforto em Bolsonaro. Em passagem por Fortaleza, o ex-presidente reuniu-se com RC, em encontro articulado por André, Carmelo Neto e Rogério Marinho, sinalizando possibilidade de palanque único. 

Veja também: Como fica a direita com Bolsonaro preso?

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