Após agressões, vereadora entra com ação contra PDT e pede medida protetiva contra suplente

Parlamentar protagonizou agressões na semana passada. Ela disse que a colega Cláudia Gomes, atigida por ela no rosto, é vítima de machismo e está sendo usada pelos homens da Câmara

A vereadora Enfermeira Ana Paula afirmou, nesta terça-feira, 5, que está entrando com uma ação judicial por violência política de gênero contra o partido na qual é filiada, o PDT. Ela se disse perseguida e usada na sigla. A parlamentar, que protagonizou momentos de agressão na Câmara Municipal de Fortaleza, ainda afirmou estar movendo um pedido de medida protetiva contra o suplente de vereador Juninho Aquino (União Brasil), agredido por ela.

“Entrei na Justiça. Estou entrando com uma ação de violência política de gênero contra o partido PDT e alguns atores aqui na casa. Também estou com um pedido de medida protetiva contra o suplente de vereador, que não tinha porque estar aqui na casa, tendo em vista que outras pessoas, como os professores, não tiveram a entrada permitida”, disse ao O POVO.

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Segundo Ana Paula, essa “permissão” de Aquino só ocorreu pela parcialidade da mesa diretora da Casa, que não consegue separar a posição partidária dos julgamentos da Câmara. “O que se tem aqui na Câmara é que o ‘pau que se dá no Francisco não se dá no Antõnio’. Precisamos ser o mais imparcial possível e temos tido uma grande dificuldade da mesa diretora em ter essa imparcialidade”, disse, afirmando que não recebeu nenhum convite do presidente da Câmara, Gardel Rolim (PDT) para discutir a agressão.

O episódio de violência ocorreu durante a retomada dos trabalhos na Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor). Na ocasião, professores e profissionais da saúde protestaram pedindo reajuste salarial ao prefeito José Sarto (PST), presente na solenidade.

Uma primeira agressão, a Cláudia Gomes, ocorreu quando Ana Paula protestava diante do prefeito e o presidente Gardel tentava tirá-la de lá. Cláudia se envolveu no tumulto e Ana Paula a empurrou no rosto.

Após, a sessão foi suspensa e outro tumulto se iniciou na antessala da Câmara. Vídeos mostraram a vereadora Ana Paula agredindo Juninho Aquino com tapas e socos. De acordo com o suplente de vereador, a parlamentar teria caído e, em seguida, insinuado de que teria sido empurrada por ele.

Em entrevista coletiva minutos depois, Ana Paula alegou “adoecimento mental” pela perseguição política que sofre na CMFor. Ela ainda disse que Juninho havia “filmado suas roupas íntimas” .“Estou de saia, como vocês podem ver, e o cara estava filmando minha calcinha. Eu não posso ser conivente com isso. Filmar minha calcinha eu não permito. Quem estava ali viu que minha calcinha apareceu e ele estava me filmando”, comentou.

“Cláudia Gomes está sendo usada por homens dessa casa”

Além de Juninho, Ana Paula comentou sobre a vereadora Cláudia Gomes (PSDB), empurrada pela vereadora pedetista. A enfermeira comentou que a considera uma “vítima do machismo e do sexismo”, por estar “sendo usada por homens da Casa Legislativa”.

“As imagens são muito claras. Ela sai do lugar dela para defender o vereador Gardel [Rolim], quando na verdade ela deveria ter saído para defender a vereadora do mesmo gênero dela. Ela é uma vítima, está sendo usada por homens dessa casa que não tiveram coragem de me enfrentar e usaram uma mulher, assim como quiseram me usar diversas vezes dentro do PDT”, disse.

Ana Paula se refere à ocasião na qual segurava um cartaz em direção ao presidente Gardel Rolim. O presidente da Casa, em determinado momento, havia se prostrado entre a vereadora e o prefeito José Sarto (PDT), que estava na tribuna. Cláudia tentou retirá-la dali, recendo um empurrão de Ana Paula no rosto. A vereadora tucana se disse “abalada” com a situação, afirmando que tomará providências.

Nesta terça, Cláudia não estava presente na sessão.

 
 
 
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Paulo Martins pede tranquilidade

Em nome da mesa diretora, o vereador Paulo Martins (PDT) pediu, durante a abertura da sessão desta terça-feira, 6, cautela a todos os vereadores da Casa. Ele ainda citou que a mesma orientação havia passada no colégio de líderes no dia anterior. 

"Gostaria de pedir aos vereadores como a gente conversou ontem no colégio de líderes, na reunião da mesa, que atentem ao regimento interno para podermos prosseguirmos com tranquilidade. Sem nenhum problema", disse.

O parlamentar acrescentou, afirmando que a Câmara é "um local de solução e não de promoção de conflitos". "A gente sabe que é um ano eleitoral, mas precisamos manter o respeito."

Com informações da repórter Thays Maria Salles

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