Evandro Leitão anuncia desfiliação do PDT e analisa novo partido

Presidente da Assembleia disse se sentir perseguido e desrespeitado no PDT

O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado estadual Evandro Leitão, anunciou nesta terça-feira, 29, a desfiliação do PDT. "Chegou a hora de dizer que eu estou saindo do PDT", confirmou.

"Nos próximos dias, nós estaremos tomando as nossas providências para que a gente possa continuar o trabalho, não mais no PDT", disse em discurso na tribuna.

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"Eu quero agradecer ao PDT pelos 14 anos, o único partido que eu tive até hoje na minha vida, mas a partir de agora, nos próximos dias, nós teremos vida nova em outra agremiação", acrescentou ao final da fala.

Novo partido

Evandro agradeceu aos partidos que fizeram convite para ele se filiar. "Nós estamos aguardando os acontecimentos", afirmou. "Iremos continuar o processo de transformação, de mudança no Estado do Ceará, seja onde for".

Eleições 2024

O presidente da Assembleia falou sobre a perspectiva de candidatura em 2024. "Se for para sermos protagonistas no próximo ano, nós estaremos juntos. Se não for para ser protagonista, nós também estaremos juntos".

O deputado reclamou de perseguição e desrespeito. "Eu não faço política apenas para dizer que quero ser candidato a isso ou aquilo. Eu quero estar sendo respeitado, sendo ouvido".

Ele agradeceu ao partido nos nomes do deputado federal André Figueiredo, afastado da direção estadual e hoje presidente nacional, e do senador Cid Gomes, atualmente presidente estadual. Figueiredo foi quem convidou Evandro a se filiar. Com o grupo liderado por Figueiredo têm havido os conflitos a que Evandro agora faz menção.

Perseguição

Ao falar sobre o que considera perseguição, elencou os passos desde o ano passado. Ele afirmou ter estado entre os atores que trabalharam na tentativa de evitar que o partido rachasse nas eleições de 2022. "Uma dessas pessoas, eu digo com muita humildade, fui eu". Ele enfatizou: "Tentei. Fiz de tudo, fiz de tudo". Ele falou sobre a tentativa de sensibilizar para a importância do projeto iniciado com Cid Gomes em 2007. "Infelizmente, não consegui".

Ele ressaltou o fato de, ao longo da campanha, não ter recebido "um único centavo" do partido, apesar de ser presidente da Assembleia e com boas chances de reeleição — foi o segundo mais votado no Ceará.

Elencou ainda ter sido alvo de 37 representações no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE). "Onde, infelizmente, boa parte delas era de fogo amigo".

Passada a eleição, ele disse que imaginava que a situação mudaria, o que não ocorreu. "A situação infelizmente, ela perdura até os dias de hoje". E completou: "Infelizmente, eu não tive outra alternativa".

O presidente da Assembleia acrescentou: "Infelizmente, me sinto hoje, e aí é algo extremamente pessoal, eu me sinto por parte de alguns que compõem o PDT, eu me sinto alijado desse processo. Eu me sinto, em alguns momentos, desrespeitado dentro de poucos que fazem esse projeto".

Ele fez menção ainda ao questionamento, pela executiva nacional, à decisão tomada na sexta-feira, 25, pelo diretório estadual, que deu aval à saída dele sem perda de mandato. "Me sinto, assim como me senti no ano passado perseguido, agora novamente".

Evandro criticou o que considera decisões tomadas isoladamente. "Eu sou parte de um projeto. Eu não sou o projeto".

O presidente da Assembleia disse ainda: "Partidos políticos no nosso país, nós temos de rever. Não podem mais ser cartórios. Não podem mais ser cartórios. Cartórios onde um manda, onde as circunstâncias e conveniências serão regras para aqueles que estão à frente. Se aquela circunstância for positiva para mim, a regra vale. Se não for positiva para mim, não vale".

Apoio de deputados

Em aparte, o deputado Danniel Oliveira (MDB) disse que acompanhou, em 2022, e viu a perseguição que ele sofreu. "Posso testemunhar isso, porque eu estava ao lado de vossa excelência. Se for necessário, pode me colocar onde for, terei o maior prazer do mundo em testemunhar. Porque acompanhei, vi tudo que aconteceu a vossa excelência". Ele aproveitou e disse que o MDB está "com os braços abertos" caso Evandro deseje de filiar.

O próprio líder do PDT, Guilherme Landim, prestou solidariedade a Evandro "por tudo que vem sofrendo ao longo de todo esse tempo" — "como parlamentar, não falo pelo PDT". E criticou a legenda cuja bancada lidera: "Dizer da minha decepção com o partido. A democracia dentro do partido só acontece quando convém a algumas pessoas".

Guilherme acrescentou a crítica ao tratamento dado a Cid Gomes na presidência interina, por considerar que os atos adotados são posteriormente desfeitos.

Doutora Silvana, líder do PL, fez elogios a Evandro e abriu as portas até do partido de Jair Bolsonaro. "Quem dera que eu pudesse receber vossa excelência. E tá de portas abertas o nosso PL também, por que não?"

A seguir, Fernando Santana "abriu os braços" do PT.

Líder do governo Elmano de Freitas (PT), o também pedetista Romeu Aldigueri foi outro que se ofereceu para testemunhar em favor do presidente da Assembleia.

  

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