Incêndio no César Cals: vídeo mostra bebês em incubadoras dentro de loja de eletrônicos

Incêndio no César Cals: vídeo mostra bebês em incubadoras dentro de loja de eletrônicos

Funcionárias das lojas contam receberam os bebês e ajudaram os profissionais de saúde.
Atualizado às Autor Kleber Carvalho Tipo Notícia

Um dia após o incêndio na subestação de energia do Hospital Geral Dr.César Cals (HGCC), registros dos momentos de tensão vividos na quinta-feira, 13, seguem a repercutir. Imagens de câmeras de segurança de uma loja no Beco da Poeira, em frente ao hospital, mostram o momento em que diversos bebês são socorridos em meio a telefones e acessórios.

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Os vídeos retratam a correria vivenciada por comerciantes e profissionais da saúde, que uniram esforços para ligar os aparelhos, vitais para as crianças, dentro dos boxes.

Em uma das imagens, é possível ver uma mulher em trajes hospitalares “ninando” um recém-nascido, enquanto enfermeiras instalam incubadoras dentro de uma loja de acessórios. Confira:

Vitória de Paula trabalha há mais de dois anos no centro comercial e conta que o dia corria normalmente até a explosão, por volta de 10h50min. Ela e as colegas de trabalho sentiram um cheiro estranho e saíram para verificar o que era, momento em que se depararam com o incidente no Hospital.

“A gente olhou para frente e tava todo o hospital branco de fumaça. Vi uma moça com um bebê-conforto e ela foi entrando na loja. A outra com roupa de hospital, com um neném braço, dizendo ‘gente eu tive ontem, ainda não consigo nem andar direito’. Ela estava com sede, chorava… foi do nada. Aqui encheu e a gente abriu a porta”, conta a vendedora.

Segundo ela, os bebês não paravam de chegar na loja em que ela trabalha e em outros boxes do beco. Os homens do centro comercial se reuniram para entrar no César Cals e ajudar quem ainda tentava fugir da fumaça que saía de dentro do Hospital.

Os recém-nascidos ficaram cerca de uma hora no Beco da Poeira, assistidos pelos profissionais da saúde e voluntários que se uniram no ato de solidariedade. Isabelly Kilvia trabalha em uma dos boxes que recebeu os bebês e relembra a colaboração junto com as enfermeiras para garantir a sobrevivência dos pequenos.

“A gente não sabia o que fazer. Fizemos o que elas pediram. Tomada, álcool, tudo o que elas iam pedindo. Só de saber que eles estão bem já é uma conquista, um alívio no peito. Tinha duas mãezinhas aqui e deu para ver na cara delas, o susto”, conta Isabelly Kilvia. Ela conta que preparou extensões para manter as máquinas dos bebês ligadas.

270 pacientes foram transferidos do hospital após o incêndio

Ao todo, 117 bebês e 153 mulheres entre gestantes e puérperas foram transferidos do hospital. Os pacientes foram levados para unidades estaduais e municipais de saúde devido à falta de condições elétricas do HGCC de comportar os usuários.

Uma perícia está sendo conduzida para identificar o que causou o incêndio. O hospital seguirá fechado com funcionamento apenas do serviço ambulatorial.

Gestantes de alto risco que faziam acompanhamento no HGCC deverão buscar atendimento no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meas). As grávidas de baixo e médio risco devem procurar os Gonzaguinhas da Messejana, José Walter e Barra do Ceará.

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