MPCE denuncia três PMs pela morte de empresário no Luciano Cavalcante
Trio já havia sido denunciado pelo assassinato de uma funcionária pública em Eusébio, também em abril, e um deles ainda é investigado por outras três mortas
Os três policiais militares acusados de envolvimento na morte do empresário Vinícius Cunha Batista, de 47 anos, foram denunciados nessa terça-feira, 1º, pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). O crime foi registrado no último dia 30 de abril no bairro Engenheiro Luciano Cavalcante, em Fortaleza.
É a segunda denúncia de homicídio ofertada pelo MPCE contra os soldados Rebeca Júlia de Almeida Canuto e Wellington Xavier de Farias e o cabo Rodrigo Aguiar Braga. Eles já haviam sido acusados de participação na morte de Maria Madalena Marques Matsunobu, em 5 de abril, no Eusébio (Região Metropolitana de Fortaleza).
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Na denúncia ofertada nessa terça, o MPCE ainda menciona que Wellington foi citado como suspeito de envolvimento em outros três homicídios. Ele é investigados pelos crimes que vitimaram Francisco Adriano da Silva, de 42 anos, e Francisco Gabriel Braúna da Silva, 13 anos, pai e filho mortos em agosto de 2023 também em Eusébio; e Carlos Cézar Rabelo de Oliveira, 28 anos, em abril de 2023, no bairro Demócrito Rocha.
Por esses dois crimes, Wellington não foi acusado formalmente, mas os policiais civis da Delegacia de Assuntos Internos (DAI) conjecturam que seria ele o “Wellington” citado em conversas encontradas nos celulares dos PMs denunciados.
Em relação ao caso de Vinícius, a denúncia do MPCE descreve que Rodrigo e Wellington eram os motociclistas flagrados por câmeras de vigilância executando a vítima.
A investigação do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apontou que essa moto era de propriedade da esposa de Rodrigo, embora ostentasse uma placa diferente — que teria sido clonada de um outro veículo.
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Outra prova elencada pelo MPCE é um bloco de notas encontrado na casa de Rodrigo durante cumprimento de mandado de busca e apreensão. Nele, estava escrito o nome da padaria na qual Vinícius estava instantes antes de ser assassinado. No endereço ligado a Rodrigo, também foi encontrado um capacete “idêntico” ao utilizado por um dos executores.
Além disso, consta na denúncia que câmeras de vigilância flagraram Wellington, em um dia anterior ao crime, trafegando de moto e usando o mesmo tênis verde que um dos executores descartou em um terreno baldio instantes após o crime — momento este que também foi registrado em vídeo.
Já Rebeca Júlia teria dado apoio aos dois executores. Seria dela um veículo modelo Ônix Prata flagrado circulando em comboio com a motocicleta utilizada no assassinato na madrugada anterior ao homicídio.
Esse mesmo automóvel também foi visto em um trecho pelo qual os executores também passaram após a morte do empresário. Os investigadores acreditam que ela era incumbida de recolher materiais abandonados pelos criminosos na fuga.
Os PMs foram denunciados por homicídio triplamente qualificado, por ter sido praticado mediante pagamento ou promessa de recompensa, pela circunstância de dificuldade de defesa da vítima e emprego de arma de uso restrito/proibido; e associação criminosa armada.
A 5ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza ainda decidirá se recebe ou não a denúncia. Caso a peça seja recebida, a defesa dos então réus terão 10 dias para apresentar uma resposta.
As investigações prosseguem no âmbito da Polícia Civil para identificar quais teriam sido os mandantes do homicídio. Espera-se que a extração dos dados dos celulares apreendidos com os denunciados ajude a esclarecer essa questão.