5 homens se tornam réus por assassinato de gerente em joalheria de shopping

Justiça recebeu a denúncia do Ministério Público contra os cinco por latrocínio

A Justiça do Estado do Ceará aceitou a denúncia contra os cinco acusados pelo latrocínio que vitimou Carol Rocha, gerente da loja Tânia Joias, no shopping Iguatemi, em Fortaleza. Com a decisão, proferida neste domingo, 5, tornam-se réus por latrocínio e associação criminosa: Lúcio Mauro Rodrigues Ferreira (vulgo Vei ou Pai), André Luiz Dossantos Nogueira, Antônio Duarte Araújo Enéas (vulgo Dudu), Douglas da Silva Dias (vulgo Babe ou Magrão) e Antônio Jardeson Lima de Moura(vulgo Gordinho).

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) apresentou denúncia contra os cinco ao Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) na quinta-feira, 2. Inquérito da Polícia Civil foi concluído no começo da semana passada.

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De acordo com o documento assinado pelo promotor de Justiça Paulo Henrique de Holanda Sousa Matos, da 26ª Promotoria de Justiça Criminal de Fortaleza, embora os tiros tenham sido dados por somente um deles, os outros também devem ser responsabilizados “diante da previsibilidade do resultado letal, pela consciência de se empregar arma de fogo” no crime.

Na decisão judicial, o magistrado Francisco das Chagas Gomes também foi favorável a que todos os denunciados se tornem réus pelo crime de latrocínio. “ Apresenta as classificações jurídicas dos fatos e qualifica os acusados de modo a individualizá-los. Outrossim, é cabível a acusação em face de todos os envolvidos da suposta prática de latrocínio, no caso concreto, para o fim de recebimento da denúncia”, pontua o texto.

Ambas as decisões das instâncias dissoam do que apontam os laudos do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Na conclusão do inquérito policial, o departamento indiciou os dois suspeitos que entraram na loja e anunciaram o assalto (Douglas da Silva Dias e Antônio Jardeson Lima de Moura) por latrocínio. Os demais (Lúcio Mauro Rodrigues Ferreira, André Luiz dos Santos Nogueira e Antônio Duarte Araújo Eneas), que também teriam colaborado para a consumação do crime, receberam imputação de roubo e associação criminosa.

De acordo com o MPCE, os tiros que vitimaram a gerente partiram de Douglas da Silva Dias. “O segurança (...) se encontrava nos fundos da loja, percebeu, imediatamente, a ação criminosa, sacou sua arma de fogo e iniciou uma troca de tiros com Douglas da Silva Dias. Com a reação do segurança, Douglas (...) agarrou a gerente do estabelecimento comercial, Caroline Alves da Rocha Damasceno, e utilizou-a como escudo humano. O tiro teria atingido a região dorsal lateral esquerda (...) e saído pela região peitoral esquerda, sendo a causa da morte da profissional. No inquérito policial, o laudo pericial era aguardado para esclarecer sobre a origem do disparo que lesionou fatalmente a vendedora.

A decisão pede ainda a abertura de novas investigações complementares por parte do Ministério Público, para identificação, localização e inquirição de uma suposta coautora de nome "MARINA". “Determino à autoridade policial que instaure novo inquérito, transladando do inquérito que originou esta ação penal as cópias de documentos, depoimentos e interrogatórios, que entender necessárias para a investigação e, ao final, com a conclusão do respectivo procedimento administrativo”, pede ainda o juiz.

Todos os acusados estão recolhidos no Centro de Triagem e Observação Criminológica (Ctoc), em Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), com exceção de Antônio Jardeson, localizado na Delegacia de Capturas (Decap), em Fortaleza. Os acusados têm até 10 dias para responder à acusação formalmente.

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Relembre o caso

No dia 20 de agosto, dois homens armados entraram no estabelecimento e renderam as funcionárias da loja. Os criminosos trocaram tiros com os seguranças do local e a vendedora foi baleada. O roubo feito na mesma joalheria em junho, quando R$ 4 milhões foram levados, chamou atenção dos cinco suspeitos, agora réus. De acordo com as investigações, o valor milionário conseguido por outro grupo de criminosos na mesma loja teria motivado a ação. 

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Carol Rocha deixou o marido e uma filha pequena. Pelas redes sociais, o marido se despediu da esposa: "Uma mãe sem igual que amava ensinar as tarefinhas da escola à filha. Uma mãe que lutava todos os dias para ter condições financeiras para dar o melhor para nossa filha. Ela amava minhas comidas. Ela amava as cartinhas da nossa filha. Ela amava as nossas brincadeiras. Estou escrevendo isso para você poder dar ainda mais valor aos momentos que tem com sua família. Nossa vida é um sopro", disse Matheus Damasceno, em carta assinada também pela filha Valentina.

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