Grande Fortaleza tem segunda maior inflação do País em novembro
Depois de um outubro marcado por leve queda nos preços, o peso das contas básicas de água ao aluguel cresceu e empurrou para cima o custo de vida na capital cearense
A inflação voltou a ganhar força na Grande Fortaleza em novembro e colocou a região como a segunda maior variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) entre as 16 localidades pesquisadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice registrou 0,42%, ficando logo abaixo de Goiânia (0,44%), que liderou o ranking nacional do mês.
O resultado marca uma virada em relação a outubro, quando a capital cearense havia registrado leve deflação de 0,02%.
Na passagem para novembro, os preços avançaram, impulsionados principalmente pelo grupo habitação, que apresentou a maior variação entre todas as áreas pesquisadas: 1,82%.
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Reajustes de água e energia puxam alta
A aceleração foi fortemente influenciada pelo reajuste de 7,80% nas tarifas de água e esgoto, em vigor desde 5 de novembro.
O impacto direto colocou o subitem entre os principais vetores de pressão inflacionária no mês.
Outro destaque foi a energia elétrica residencial, que inflacionou 2,29%, no mês passado, em Fortaleza.
No acumulado do ano, a energia já registra alta de 7,51%, pressionando o orçamento das famílias mesmo antes do período natalino.
O aluguel e as taxas avançaram 2,47%, enquanto o transporte público subiu 2,21%, compondo um quadro de inflação disseminada pelos itens mais diretamente ligados ao custo de vida cotidiano.
Outros grupos também pressionam
Além de habitação, outros grupos contribuíram para o resultado mensal do IPCA:
- Despesas pessoais: 0,84%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,51%
Ambos refletem aumentos em serviços e produtos consumidos de forma recorrente pelas famílias, reforçando o ambiente de inflação mais firme em novembro.
Apesar da alta mensal expressiva, o IPCA acumulado no ano em Fortaleza está em 3,89%, e o índice de 12 meses soma 4,57%, ainda dentro da zona considerada moderada.
Inflação para famílias de menor renda também acelera
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), indicador voltado para famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos, também mostrou aceleração: passou de 0,01% em outubro para 0,37% em novembro.
Assim como no IPCA, o maior impacto veio de Habitação, com alta de 1,85% — refletindo diretamente o peso das tarifas básicas no orçamento das famílias mais vulneráveis.
O INPC acumula 3,90% no ano e 4,49% nos últimos 12 meses, movimento semelhante ao observado no IPCA.
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No cenário nacional, inflação sobe para 0,18%
No Brasil, o IPCA passou de 0,09% em outubro para 0,18% em novembro, aumento de 0,09 ponto percentual.
Embora a alta seja moderada, ela marca uma aceleração puxada principalmente por Habitação (0,52%) e Despesas pessoais (0,77%), que tiveram os maiores impactos individuais do mês.
O grupo Alimentação e bebidas voltou ao campo negativo (–0,01%), com a alimentação no domicílio caindo pelo sexto mês consecutivo (–0,20%). Já a alimentação fora de casa desacelerou, com refeição e lanche subindo menos do que em outubro.