Pescados: China é mercado de crescimento imediato se governo conseguir reduzir taxa

Pescados: China é mercado de crescimento imediato se governo conseguir reduzir taxa

Um dos impactados pelo tarifaço dos Estados Unidos no Ceará, setor de pescados vê na redução da tarifa de importação para o país asiático a melhor chance de compensar perdas impostas pelos americanos

Os pescados do Ceará enxergam no mercado chinês a melhor oportunidade de atenuar as perdas impostas pelos Estados Unidos no tarifaço anunciado na quarta-feira, 30 de julho. Para isso, no entanto, é preciso que o governo brasileiro consiga reduzir a tarifa de exportação cobrada pelos chineses de 15% para 5% ou mesmo zerar.

“Se eles (governos federal e estadual) conseguirem reduzir as tarifas, o efeito é imediato”, afirmou Paulo Gonçalves, diretor do Sindicato das Indústrias de Frio e Pesca do Ceará (Sindfrio).

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Ele contou ao O POVO que o pleito já foi levado ao vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e reforçado com o governador Elmano de Freitas (PT). Um reforço deve ser feito agora, já que os pescados não foram incluídos na lista de exceções divulgada pela Casa Branca.

Paulo deu como exemplo os concorrentes dos cearenses: Cuba, Honduras e Nicarágua contam com tarifas de exportação zeradas para a China. Ele acredita que uma interlocução via Brics - bloco econômico fundado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - pode facilitar as mesmas condições de competição aos produtores do Ceará.

A medida deve surtir efeito principalmente sobre a lagosta cearense, já que o pescado costeiro tem peculiaridades de aceitação dos públicos. Hoje, cerca de 15% da produção local é vendida para a China, segundo as contas do diretor do Sindfrio. Caso a taxa fosse reduzida, ele acredita que a fatia pode chegar a 50% ou até 60% do total.

Mercado europeu também é foco

Outro mercado que está no radar do setor de pescados cearense é o europeu, de acordo com Paulo Gonçalves. A retomada da venda para os países da Europa, interrompida há mais de 7 anos, também foi um tema tratado entre o Sindfrio e Alckmin.

“Nós pedimos ao vice-presidente e ao governador um esforço maior para tentar liberar o mercado europeu. É muito importante para nós”, afirmou.

Nesta frente, o Governo Federal tenta destravar o acordo entre Mercosul - bloco econômico formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - e a União Europeia. Mas enfrenta resistência em algumas frentes de negociações.

Compra da produção por governos reduz pressão

Perguntado como ele encarou a proposta mencionada pelo governador Elmano de Freitas hoje, de incluir nas compras públicas e de programas sociais e sugerir o mesmo ao Governo Federal, o diretor do Sindfrio classificou como “uma solução muito bem-vinda”.

“Isso vai aliviar a pressão sobre a produção que está acontecendo agora”, comentou. Desde o anúncio do tarifaço, ele conta que as empresas exportadoras cancelaram as compras de pescadores artesanais pela indefinição sobre a tarifa.

Após a confirmação da sobretaxa, a medida foi mantida para reduzir os custos da ida das embarcações, que não teriam garantia de compra das pescas.

Carga é preparada para embarcar domingo

Hoje, acrescentou, os exportadores cearenses se preparam para levar ao porto as últimas cargas que têm em estoque. O objetivo é embarcar cerca de 60 toneladas de pescado no domingo, quando o último navio rumo aos Estados Unidos zarpa do Ceará.

“Nós estamos correndo para carregar porque temos que estar com as cargas todas até esta sexta-feira (1º de agosto) lá”, contou.

Peixes e lagostas estão entre os dez produtos mais exportados do Ceará para os Estados Unidos - o principal parceiro comercial do estado. Apenas na primeira metade do ano, itens deste setor movimentaram mais de US$ 17 milhões.

Tarifaço: Alckmin diz que reunião com big techs foi "muito proveitosa" | O POVO NEWS

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