Ceará é destaque em programa global para descarbonização

Ceará é destaque em programa global para descarbonização

Projeto de hidrogênio verde no Estado ficou em segundo lugar no ranking de chamada pública nacional que integra o programa internacional de Descarbonização Industrial

O Brasil foi o país que mais garantiu recursos no programa global Descarbonização Industrial Acelerada, com R $1,3 bilhão assegurados para fomentar projetos de redução de emissões de carbono em larga escala.

Parte desse valor será destinada à implantação de hubs de hidrogênio de baixo carbono em território nacional. Entre os contemplados está o Ceará, que obteve a segunda melhor avaliação na chamada pública coordenada pelo Governo Federal.

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O projeto selecionado no Estado, intitulado DRHy, é liderado pela empresa EDP Renováveis Brasil S.A. e obteve 86,73% de nota final, ficando atrás apenas da proposta do Grupo CSN, no Rio de Janeiro. A seleção leva em conta critérios técnicos, impacto ambiental, viabilidade econômica e potencial de integração com cadeias produtivas já existentes.

A presença cearense entre os primeiros colocados reforça a posição do Estado como um dos protagonistas da transição energética no Brasil. O porto do Pecém, localizado na Região Metropolitana de Fortaleza, já concentra mais de 40 memorandos de entendimento com empresas nacionais e estrangeiras para o desenvolvimento de projetos de hidrogênio verde (H2V).

A expectativa é que o aporte internacional acelere a implementação desses projetos, contribuindo para o fortalecimento da cadeia produtiva local, geração de empregos e atração de novos investimentos.

A partir do avanço da descarbonização industrial, especialistas apontam para oportunidades concretas de diversificação da economia e de qualificação da mão de obra cearense.

Segundo Adão Linhares, presidente da Energo Soluções em Energias, o destaque do Ceará não é por acaso. “O estado conta com excelentes condições naturais, como sol e vento em abundância, além de uma infraestrutura portuária preparada e um ambiente institucional estável. Tudo isso torna o Ceará competitivo nesse novo mercado de energia limpa”, afirma.

Expectativas de impacto direto na economia local

Com o reforço do aporte internacional, a expectativa é que os projetos avancem mais rapidamente. “Estamos falando de uma cadeia produtiva que envolve desde a produção de energia renovável, passando pela produção do hidrogênio verde, até sua utilização em indústrias, mobilidade e exportação. Isso deve movimentar diversos setores econômicos”, explica Linhares.

O executivo também projeta um impacto profundo na geração de emprego e renda. “Estamos estimando a criação de milhares de postos de trabalho diretos e indiretos nos próximos anos, especialmente nas áreas de engenharia, construção civil, logística e tecnologia. E isso vai exigir também formação de mão de obra qualificada, o que abre espaço para parcerias com universidades, institutos técnicos e programas de capacitação profissional”, destaca.

Posicionamento estratégico do Brasil e do Ceará

A liderança brasileira no programa internacional é atribuída à matriz energética predominantemente renovável, políticas públicas articuladas e foco na inovação industrial. Para Linhares, o Brasil está aproveitando uma “janela de oportunidade histórica”.

“O país se posiciona como um dos maiores protagonistas globais na corrida pela descarbonização, e o Ceará está entre os estados mais bem preparados para transformar isso em desenvolvimento de verdade: com trabalho, qualificação, geração de renda e projeção internacional”, avalia.

Ao todo, 12 projetos foram selecionados na chamada pública nacional. O resultado foi publicado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) em dezembro de 2024. Além do Ceará, estados como Bahia, Minas Gerais e São Paulo também tiveram propostas aprovadas. No entanto, a pontuação obtida pelo projeto cearense destaca o potencial regional para a consolidação de um ecossistema robusto de hidrogênio verde.

Os recursos internacionais devem começar a ser direcionados já nos próximos meses, conforme o cronograma estabelecido pelo MME e pelas instituições parceiras. A implementação dos hubs de H2V integra a estratégia nacional de transição energética justa e inclusiva, com foco na geração de valor e desenvolvimento regional.

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