Demissões são inevitáveis, afirma presidente da CDL sobre consequências do lockdown em Fortaleza

Representando os lojistas da Capital, Assis Cavalcante pondera que entidades do setor buscam minimizar consequências negativas

Com o ecossistema econômico local ainda se recuperando das perdas de 2020, o novo lockdown, implementado em Fortaleza para tentar desacelerar a disseminação da Covid-19 e evitar o colapso do sistema de saúde, deverá ter fortes impactos no varejo. Na avaliação do presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da Capital, Assis Cavalcante, as demissões no segmento são inevitáveis.

Reforçando a importância da medida diante da crise sanitária, Assis afirma que o corte de funcionários é uma medida que se apresenta como consequência de anos de uma economia instável. “2019 foi um ano sofrido para o comércio e então veio 2020, com a pandemia se instalando, até tivemos um movimento de retomada no segundo semestre, mas nada com fôlego suficiente para compensar os prejuízos", pondera.

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Com exclusividade ao O POVO, ele afirma que o consolidado mais recente indica uma redução entre 10% e 15% na movimentação financeira do varejo de Fortaleza em janeiro e detalha que a CDL tem atuado para tentar minimizar a onda de demissões que deve atingir o segmento. “Nós estamos orientando os lojistas, empresários, pedindo para segurar os empregados que puderem. Mas são muitos os que nos procuram para dizer que estão estudando fechar as lojas, que vão demitir”, detalha.

Assis comenta que em 2020 o cenário era mais estável, pois não havia política de redução de jornada, acertos contratuais, empréstimos com condições de juros favoráveis, destaca inclusive o papel fundamental do auxílio emergencial na manutenção da economia. “Mas agora os empréstimos do ano passado estão encerrando a carência e as parcelas estão chegando, então não tem como o empreendedor ficar tirando do próprio bolso para manter uma loja que vai ficar fechada no mínimo 14 dias, e ainda pagar funcionários, luz, condomínio, aluguel.”

Assis declara que o movimento sequencial de demissões no comércio de Fortaleza já teve início e que a situação é vista como “muito preocupante”, mas detalha ainda que é preciso cautela diante das avaliações do cenário. "Temos muitas emoções também, precisamos ter calma para projetar as consequências", frisa ao ponderar que o cenário econômico atual requer cautela por parte de todos os segmentos e atores. 

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Representando os lojistas da Capital, ele pondera que as entidades do setor estão tentando amenizar os prejuízos e que a CDL está em busca de entidades financeiras para criação de uma política de renegociação de dívidas que forneça mais tempo e menos juros para os empreendedores quitarem suas dívidas. “Estou em contato com o Banco do Nordeste, que sempre é muito parceiro nosso, pois não temos saída. O que não queremos é ver mais lojas fechando e mais pessoas perdendo o emprego, pois isso é ruim para todos”, completa.

Assis pondera ainda não ser possível pensar em recuperação econômica enquanto o vírus causador da Covid-19 estiver circulando na sociedade e que a chave para a saída da crise é o investimento na campanha de imunização nacional. "Nós, lojistas, o segmento do varejo e toda economia, nós estamos pagando um preço por uma conta que não é nossa. A responsabilidade dessa crise é de pessoas que insistem em não cumprir as medidas protetivas contra a Covid-19, que aglomeram, ficam juntas, aglutinadas, desrespeitam a ordem civil e seguem espalhando o vírus, causando mortes", desabafou. 

 

Veja as regras para as várias atividades:

Entenda o novo lockdown decretado em Fortaleza

 

O lockdown em Fortaleza começou a partir da 0 hora de sexta-feira, 5. É a segunda vez que o confinamento é adotado na capital cearense. A medida foi anunciada na noite de quarta-feira, 4, em pronunciamento nas redes sociais, pelo governador Camilo Santana (PT) ao lado de José Sarto (PDT), prefeito da cidade, e do secretário da Saúde do Estado, Dr. Cabeto.

No novo decreto, os setores da indústria e da construção civil foram considerados essenciais pelo Governo do Estado e, portanto, não devem ter as atividades interrompidas. Durante o período, a serem mantidas as regras anteriores, academias e igrejas não podem abrir ao público. Serviços e estabelecimentos poderão funcionar desde que exclusivamente por serviço de entrega, inclusive por aplicativo.

A medida ocorre após a imposição de dois toques de recolher. O primeiro limitou a circulação entre 22h e 5 h em todo o Estado. Depois, as autoridades estaduais ampliaram a restrição para o período de 20h às 5h, durante a semana. Aos fins de semana, a proibição começava mais cedo.

Apesar do lockdown em Fortaleza, também adotado por outros municípios, todo o Estado segue sob o decreto que impõe toque de recolher, reduz o horário de funcionamento de estabelecimentos e limita a circulação nos espaços públicos.

Vídeos sobre o lockdown em Fortaleza

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