Não há registro de greve dos caminhoneiros no Nordeste, segundo a PRF

Em meio a divergências, adesão ao movimento permanece sem registros nas estradas

Apesar de uma nova paralisação nacional dos caminhoneiros ter sido confirmada para esta segunda-feira, 1º, em Pernambuco não há registros de interdição até a publicação desta matéria, às 8h. De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o trânsito fui normalmente nas rodovias federais do estado pernambucano e em outras do Nordeste.

Policiais rodoviários federais estão posicionados desde cedo no quilômetro 83 da BR-101, em Prazeres, Jaboatão dos Guararapes (PE). Este é um dos possíveis pontos de bloqueios dos caminhoneiros durante paralisações. Apesar disto, a via, que amanheceu livre, permanece sem interdição às 9h desta segunda-feira. O único registro de movimentação de caminhoneiros acontece em um posto da localidade, onde a categoria faz uma parada.

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Representantes do Sindicato dos Petroleiros estão no local para expressar apoio à pauta dos caminhoneiros e distribuir marmitas. De acordo com Rogério Almeida, coordenador geral do sindicato, as duas categorias possuem pontos em comum nas reivindicações, como o aumento desenfreado do preço do combustível e do gás de cozinha. Ainda segundo Rogério, o Brasil tem condições de produzir o próprio combustível, mas isso não acontece.

Além do Sindicato de Petroleiros, representantes de outras categorias estiveram no local com faixas em apoio aos caminhoneiros, que aguardam posicionamento das lideranças para decidir se vai haver ou não paralisação. Até o momento não houve nenhuma movimentação.

Panorama nacional

Além disso, o Ministério da Infraestrutura e a PRF comunicaram que, todas as rodovias federais, concedidas ou sob gestão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), encontravam-se com fluxo livre de veículos, não havendo nenhum ponto de retenção total ou parcial.

A Inteligência e Segurança Corporativa Norte Nordeste da Petrobras, divulgou a situação das estradas nos estados do Norte e Nordeste com histórico de acompanhar paralisações nacionais.

Nordeste

Ceará

O Ceará não apresenta registros de paralisações dos caminhoneiros neste primeiro dia de greve nacional declarada. Segundo relatório da Polícia Rodoviária Estadual (PRE-CE) obtido pelo O POVO, não há qualquer registro de bloqueios, totais ou parciais, para o tráfego de cargas nos 11.942 km de estradas sob jurisdição do Estado.

O POVO ainda percorreu a BR-116, indo até Jabuti, após o bairro Pedras e segue até a Central de Abastecimento em Maracanaú. Por enquanto, os caminhões rodam normalmente e os que estão à beira da estrada pararam para alimentação em restaurantes.

Bahia

Concentração de caminhoneiros no quilômetro 459 da BR-Vela, no município de Santo Estêvão. Não há interdição de pista e equipe da PRF no local. Em Vitória da Conquista, manifestantes incendiaram objetos no anel viário da cidade (quilômetro seis da BR-116). Equipe da PRF chegou ao local e debelou o fogo.

Já na BR-324, manifestantes estariam se organizando para realizar protesto na altura do quilômetro 610, imediações do posto Fonfon. Próximo ao município de Itatim, na altura do quilômetro 516, sentido Feira de Santana houve outra manifestação.

Sergipe

Cinco caminhoneiros realizaram "buzinaço" na Orla de Atalaia.

Pernambuco

PRF recolheu pneus abandonados localizados nas proximidades de uma borracharia na BR-232 em Belo Jardim.

Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão têm histórico de acompanhar paralisações nacionais, mas não houve a detecção de ocorrências ou movimentos atípicos nas estradas até o momento.

Rio Grande do Norte

O Ministério da Infraestrutura e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgaram comunicado e vídeo informando que o bloqueio parcial na BR-304/RN, na altura de Mossoró, foi completamente liberado.

A Pasta continuará divulgando boletins sobre o fluxo de veículos, atualizados periodicamente, com base em informações do centro de controle da Polícia Rodoviária Federal.

Norte

Pará

Em Paragominas, no quilômetro 166 da BR-010, houve uma aglomeração de 15 caminhoneiros, em tentativa de obstruir o modal viário, mas a equipe da PRF no local dissuadiu o protesto Motivação e adesão.

A greve prevista para este 1º de fevereiro foi anunciada desde a última quarta-feira, 27, pelo Conselho Nacional de Transportes Rodoviários de Cargas (CNTRC), quando um ofício foi enviado à Presidência da República com algumas reivindicações. Dentre as exigências, estão a redução de cobrança de PIS/Cofins sobre o óleo diesel, o aumento e cumprimento da tabela do piso mínimo do frete, estabelecido em 2018 após a greve de 11 dias, modificação da redação do projeto 4199/2020, aposentadoria especial para o setor, um marco regulatório do transporte, entre outros.

Na sexta-feira, 29, outro documento foi encaminhado para a Polícia Rodoviária Federal (PRF), Ministério da Justiça, Segurança Pública, Presidência da República, Departamento Nacional de Defesa do Consumidor, Ministério de Minas e Energia; Conselho Administrativo de Defesa Econômica; Congresso Nacional; Ministério da Infraestrutura; Confederação Nacional do Transporte (CNT), Secretaria do Tesouro e Petrobras.

Neste, as autoridades foram informadas que teriam o prazo de 72 horas para atender às reivindicações e entrar em contato através do e-mail (diretoria@cntrc.com.br), para agendar uma reunião virtual. O documento, além de anunciar a paralisação, também divulgou recomendações para os caminhoneiros que pretendem aderir ao movimento.

“Motoristas, caminhoneiros e carreteiros que estejam em trânsito, assim como as lideranças e colaboradores que estejam em apoio na pista, nos pátios, nos pontos de parada e nos piquetes de informação, são orientados a seguir integralmente e sem ressalvas as normas de saúde pública de prevenção ao contágio do coronavírus (Covid-19) expedidas pela OMS, pelo Ministério da Saúde e pelas Secretarias Estaduais e municipais de Saúde, no âmbito de suas respectivas circunscrições, mantendo o distanciamento social, o uso de máscara, assepsia com álcool gel”, diz trecho do comunicado.

Apesar disso, até o momento, não há indícios do movimento paredista nas rodovias federais, segundo PRF. Mesmo assim, o estado continua sendo de alerta, já que, se a paralisação for iniciada, pode gerar consequências graves na economia do País. Em maio de 2018, caminhoneiros pararam por 11 dias e o resultado foi catastrófico para a economia. Depois disso, no entanto, nenhuma outra paralisação nacional do setor conseguiu engrenar.

A Confederação Nacional do Transporte (CNT), uma das grandes entidades do setor que participou da greve de 2018, informou na quinta-feira, 28, que não apoia a paralisação dos caminhoneiros autônomos. De acordo com o presidente da entidade, Vander Costa, "se houver algum movimento dessa natureza, as transportadoras garantem o abastecimento do País, desde que seja garantida a segurança nas rodovias", escreveu em nota.

Dados da CNT apontam que a entidade reúne 26 federações e quatro sindicatos nacionais, representando 155 mil empresas. Diferente da CNT, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que reúne sindicatos de petroleiros em todo o Brasil, declarou apoio aos caminhoneiros. Apesar da adesão pulverizada, o presidente da ANTB, José Roberto Stringasci, defende que a paralisação poderá ser maior que a realizada em maio de 2018.

Veja abaixo as entidades que confirmaram adesão ao movimento:

Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas – CNTRC

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística – CNTTL

Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Guarulhos - SINDITAC GRU

Associação Portuária dos Transportadores de Cargas do Brasil – ASPORTC

Associação de Motoristas Autônomos do Brasil – AMAB

Cooperativa dos Caminhoneiros Autônomos de Barra Mansa - COOPERTRINTA

Associação dos Caminhoneiros Autônomos do Sul Fluminense – ACASULF

Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de São José dos Pinhais – SINDITAC SJP

Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Jundiaí e Região - SINDICAM Jundiaí

Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Rio Grande e Região – SINDICAM RIO GRANDE

Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro - SINDPETRO-RJ

Federação Nacional dos Petroleiros – FNP

Associação Nacional de transporte do Brasil – ANTB

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Aquaviários e Aéreos, na Pesca e nos Portos – CONTTMAF

Apelo

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a pedir aos caminhoneiros que suspendessem a proposta de greve, mas a categoria garantiu que a paralisação será mantida se as reivindicações não forem atendidas. "Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia, apelamos para eles que não façam greve, que todos nós vamos perder", alertou. (Do Jornal do Commercio para a Rede Nordeste, com Agência Estado)

LEIA MATÉRIA DO JC | Greve dos caminhoneiros: veja como estão as rodovias federais de Pernambuco nesta segunda-feira (1º)

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