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Soylent Green: filme de 1973 imaginou mundo caótico em 2022

Apesar de ter sido traduzido no Brasil para No Mundo de 2020, o filme Soylent Green é ambientado no ano de 2022. O enredo exibe uma realidade distópica em que a população enfrenta desigualdade, escassez e catástrofes

Parte da Nova Hollywood, o filme Soylent Green foi lançado nos Estados Unidos em 19 de abril de 1973. No Brasil, o título foi traduzido para No Mundo de 2020, embora o enredo seja ambientado no ano de 2022. Com direção de Richard Fleischer e roteiro de Stanley R. Greenberg, o longa-metragem trata de uma realidade (naquela época, um futuro) distópica em que o planeta Terra está superpovoado e marcado por catástrofes climáticas, escassez de recursos e separações socioeconômicas.

Outros filmes abordam realidades distópicas banhadas de intensas crises sociais (que parecem) exacerbadas ou impossíveis de acontecer. Um exemplo é Corrida Contra o Futuro, de 1992, que visualiza assassinos viajantes do tempo em 2009. Paralelamente, Conquista do Planeta dos Macacos (1972) exibe a Terra devastada por uma pandemia letal no ano de 1991, roteiro que pode ser comparado a eventos reais, como a epidemia de Aids e a pandemia de Covid-19.

O filme No Mundo de 2020 pode ser uma abordagem mais próxima da realidade, em certos pontos. Uma das principais semelhanças pode ser a dificuldade em ter uma alimentação adequada devido ao preço elevado de vários produtos. No filme, a superpopulação resulta na escassez de produtos frescos, o que leva a maior parte da população se alimentar por pílulas nutricionais. Alface, dois tomates e um alho-poró custam, no enredo do filme, US$ 279. Comer carne, então, significa luxo.

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As pessoas se alimentam principalmente de produtos da corporação Soylent, que são “concentrados de vegetais de alta energia”. Uma das refeições artificiais mais populares, a Soja Verde, precisou ser racionada a um único dia de venda por semana. O produto é um “alimento milagroso de plâncton de alta energia coletado dos oceanos do mundo”. Na vida real, existe uma empresa chamada Soylent, fundada pelo engenheiro de software Rob Rhinehart; em 2016, estrelou polêmica por seus alimentos em pó e barra terem sido associados a problemas gastrointestinais em consumidores.

Soylent Green: temperatura sempre acima de 32 graus

No Mundo de 2020 mostra uma Nova York sufocante, com temperatura que nunca cai abaixo dos 32 graus. No ar, uma névoa intoxicante permanece no ar, o que resultou em proteções na forma de tendas para as árvores remanescentes. O livro Make Room! Make Room!, do autor Harry Harrison, serve de base para o filme; no romance, essas mudanças climáticas são explicitamente atribuídas aos seres humanos.

No mundo real, mudanças climáticas como essas não são exclusivas dos limites urbanos. Uma seca atinge uma grande parte do oeste dos Estados Unidos, de Novo México a Idaho, enquanto incêndios florestais recentemente desabrigaram centenas de pessoas em Colorado. A véspera de Ano Novo mais quente da história foi registrada na Grã-Bretanha, e um lockdown temporário foi realizado em Delhi, capital da Índia, para atenuar a poluição do ar e não por causa do coronavírus.

Entre todas essas problemáticas, pedir para morrer acabou se tornando uma opção em No Mundo de 2020. A morte assistida é uma legalidade e acontece, durante o filme, com algumas viúvas. Isso já é uma possibilidade (polêmica) no Canadá, na Colômbia, na Austrália e em partes da Europa. Apenas em 2018, 142 pessoas viajaram para a Suíça para usar a política de suicídio assistido da empresa Dignitas, disponível para qualquer idade, sem requisito de diagnóstico ou de sintomas — em 2009, foram 300 solicitantes.

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No YouTube, não está disponível um trailer legendado ou dublado de No Mundo de 2020. Clique aqui para assistir ao material promocional em inglês ou reproduza o player abaixo:

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