Sindicato protesta contra demissão de vigilantes da UFC
Categoria afirma que 50 vigilantes foram demitidos dos campi de Sobral e de Fortaleza. Reitor destaca nova gestão, questões financeiras e vídeomonitoramento
Vigilantes que trabalham no setor de segurança da Universidade Federal do Ceará (UFC) reivindicam contra 50 demissões na Universidade. Ato público aconteceu na terça-feira, 2, organizado pelo Sindicato dos Vigilantes do Ceará.
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Conforme o Sindicato, a UFC teria 350 vigilantes em todos os campi do Estado.
Ainda de acordo com informações da categoria, dentre as 50 demissões, oito seriam de funcionários que trabalhavam em Sobral e o restante são vigilantes dos campi da Capital, de acordo com o Sindicato.
Segundo o representante sindical Daniel Borges, a medida fragilizará ainda mais a segurança nos campi. Conforme ele, o intuito do ato foi reverter a decisão para proteger a vida de alunos, professores e servidores.
“A expectativa é tentar reverter esse problema. Porque a questão não é só o emprego, nosso questionamento maior é a violência que vai trazer para dentro da Universidade, porque a gente sabe que o emprego você pode perder aqui e você conseguir em outro local. Agora, vidas não se recupera”, argumenta Daniel.
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Ele destaca que a maioria das demissões afetará principalmente os campi de Fortaleza e Sobral, incluindo áreas como Porangabuçu e o Pici, que já enfrentam problemas de criminalidade.
Estudantes da UFC têm reclamado de assaltos no campus do Porangabussu, no bairro Rodolfo Teófilo, e da sensação de insegurança do campus do Pici, em Fortaleza. Foram realizados protestos para denunciar ações criminosas no entorno da instituição.
Recentemente, um corpo em estado de decomposição foi encontrado perto de um buraco no muro de um terreno que seria da UFC, no campus do Pici.
UFC afirma que há mudanças de gestão, com mais vídeomonitoramento
Em nota a UFC reconheceu o direito da reivindicação sindical. "Entendemos as questões apresentadas e esclarecemos que as readequações promovidas nos seus contratos decorrem de mudanças de metodologia de gestão para melhor uso dos recursos orçamentários disponíveis, sendo necessário realizar ajustes", disse a nota.
A Universidade também reforçou que as decisões tomadas ocorrem sempre em permanente diálogo. "Existe o diálogo com as representações dos trabalhadores e com gestores de unidades acadêmicas e administrativas", destacou a nota.
Em entrevista ao O POVO, na última sexta-feira, 29, o reitor da UFC, Custódio Almeida, comunicou que não há demissões em massa de vigilantes, mas sim um remanejamento de segurança com foco em monitoramento por câmeras.
Segundo ele, essas novas operações de manejo de segurança, baseadas em tecnologia, irão, obviamente, desinstalar algumas unidades presenciais em certos locais e redimensionar a presença de vigilantes.
“O que está acontecendo são operações de metodologia de manejamento de segurança. Nós estamos fazendo um estudo de segurança por câmeras, com uma montagem de uma central de monitoramento. Isso, obviamente, vai desinstalar algumas unidades presenciais em alguns lugares”, disse o reitor.
Custódio também justificou que a Universidade está enfrentando problemas significativos relacionados aos recursos financeiros, que impactam diversas áreas, incluindo o pagamento de serviços terceirizados e a gestão orçamentária geral.
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