Atuação de facções em outros segmentos da economia é investigada, diz Elmano

Atuação de facções em outros segmentos da economia é investigada, diz Elmano

Em entrevista ao O POVO, governador afirma que grupos criminosos buscam lavar dinheiro por meio de atividades legais através de empresas laranjas

O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), disse que foi surpreendido com a maneira na qual as facções criminosas agiram nos ataques às empresas de internet no Estado. Em entrevista ao O POVO, nesta segunda-feira, 14, o chefe do Executivo afirmou que o crime organizado tem buscado legalizar seus negócios, como lavar dinheiro, em outras atividades tidas legais por meio de empresas laranjas.

Além das provedoras de internet, o governador cita que há outros ramos da economia nos quais o crime organizado tem atuado.

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Os segmentos, no entanto, não foram divulgados pelo gestor diante do atual sigilo das investigações pelas forças de Segurança. “Temos investigação nesse sentido e vamos agir conforme as investigações nos permitam”, disse o governador.

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A gestão estadual teria entrado com um pedido em conjunto com outros estados brasileiros ao Governo Federal durante uma reunião com o presidente Lula e o ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Ricardo Lewandowski.

Os representantes, segundo Elmano, mostraram as situações do seus estados, inclusive, citando atuação das facções em outros segmentos da economia.

Foram citadas ações em postos de combustível, desvio de funções em empresas, assim como as ações também com provedoras de internet.

“Efetivamente fica claro que é preciso essa solicitação do Governo Federal que fizesse um reestudo da Lei de lavagem de dinheiro, reestudo do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeira], que é preciso ter um trabalho de inteligência”, cita.

Ainda segundo Elmano, o ministro teria dito que tinha montado um grupo de trabalho para estudar as matérias, apesar de, atualmente, estar priorizando a PEC da Segurança.

O gestor afirmou que, embora a PEC da segurança seja “louvável”, ela aborda pouco os temas que mais interessam aos governadores, como a lavagem de dinheiro e as leis de progressão de pena no Brasil, do que necessariamente os temas que estão sendo tratados na PEC.

“A minha esperança é que o Governo em um momento nós possamos nos aprofundar para discutir esse esses outros temas que têm, digamos, um efeito mais prático no enfrentamento ao crime”, disse o governador do Estado.

12 bairros de Fortaleza e sete de Caucaia registraram ataques 

Pelo menos, 12 bairros de Fortaleza e sete de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), registraram relatos de ameaças a empresas de internet praticadas por facções criminosas.

O levantamento foi realizado pelo O POVO a partir de documentos da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), Ministério Público do Ceará (MPCE), moradores e fontes ligadas aos órgãos de segurança.

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As investigações dos ataques às provedoras ainda estão em andamento. Os suspeitos que se envolveram nos ataques em Fortaleza, como no bairro Pirambu, em Caucaia, Pecém e Caridade foram presos e, segundo o governador, ainda há mais gente para serem presos.

Pelo menos 46 pessoas foram presas por ataques a provedoras de internet no Estado.

O chefe do Executivo ainda afirmou que com as capturas as empresas estão mais tranquilas, observando uma redução de ataques aos carros das provedoras e o serviço de comunicação sendo retomado.

Ele cita o retorno total da internet no município de Caridade, a 98,82 quilômetros de Fortaleza. A região chegou a ficar com 90% do serviço de internet paralisado em março em virtude dos ataques.

 

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