Alagamentos e inundações: veja as explicações para os casos registrados no Ceará

Defesa Civil explica quais são os fatores que contribuem para que enchentes aconteçam. Funceme detalha sobre chuvas fortes, moderadas e fracas

Nas últimas semanas tem sido recorrente casos de alagamentos e inundações no Ceará. Segundo a Defesa Civil, os problemas têm relação com as chuvas, as quais em 2022 superam a média de anos anteriores. Entre sábado, 16, e domingo, 17, a cidade de Várzea Alegre registrou 200 milímetros de precipitações, maior índice do ano no Estado até o momento.

O tenente coronel e coordenador da Defesa Civil do Ceará, Albert Arruda, destaca os principais motivos do grande número de alagamentos e inundações nas últimas semanas. De acordo com ele, o Ceará vinha sofrendo com uma grande estiagem nos últimos anos e não alcançava o volume hídrico esperado para a quadra chuvosa. Mas em 2022, o Estado tem recebido um quantitativo maior que a média esperada, baseada nos dados de anos anteriores.

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“Locais onde não tinha esse aporte de água durante longos períodos, agora voltaram a ter. Infelizmente algumas pessoas fizeram moradias, construções e plantações. Com esse volume hídrico, os leitos de rios e lagoas voltaram ao seu patamar normal. E em virtude disso, ocorreram inundações e enchentes as quais acabaram acarretando em alguns danos às pessoas que ocupavam essas áreas consideradas de risco pela Defesa Civil”, explicou.

Albert Arruda diz que outra causa dos alagamentos e inundações tem relação com a construção de barragens irregulares. Diante do alto volume de chuvas, essas represas acabam não suportando a força da água e se rompem. “Muitas pessoas fizeram barragens temporárias para tentar conter a água que vinha em pouca quantidade nos anos anteriores. Algumas feitas em propriedades particulares sem o devido acompanhamento do profissional indicado, um engenheiro”, conta.

O rompimento das barragens potencializa o aumento do nível dos rios e lagoas causando enchentes. Albert Arruda alerta para que as pessoas não ocupem os locais onde geralmente no período chuvoso ocorre acúmulo de água.


Quando ocorre chuvas de alta intensidade

 

Augustinho Brito, meteorologista da Funceme, esclarece como é feita a contagem da chuva e quando a precipitação é considerada forte e de alta intensidade, bem como moderada e fraca. O especialista diz que, ao ser contabilizada em milímetros, significa afirmar que 1 mm de chuva equivale a 1 litro de água jogado em 1 m². “Então, quando chove 200 milímetros em 24 horas, como foi em Várzea Alegre, consideramos uma chuva até com altos acumulados para o período. Dependendo da região da cidade isso cria alguns transtornos'', destacou.

Para que a chuva seja classificada como fraca, moderada e forte leva-se em conta a quantidade que caiu em um determinado espaço de tempo, geralmente uma hora. Para ser considerada forte é preciso que as precipitações variem entre 12 e 34 milímetros por hora. Este valor, quando contabilizado nas 24 horas, mostra-se muito altos. “Uma chuva forte no final do dia vai dar grandes acumulados, aí você vê que ela está intensa, pelo índice geral após as 24 horas”, ressalta Augustinho.

Já as chuvas que registram entre um e dois milímetros por hora são consideradas de fraca intensidade. Seriam apenas 24 a 48 milímetros distribuídas em 24 horas. “A chuva moderada contabiliza cerca de quatro a seis milímetros em 60 minutos. No fim do dia, se as precipitações estão acima dos 50 milímetros, em alguns casos podem ser consideradas moderadas. Mas o que eu tenho a destacar é que a gente pode ter 200 milímetros, que é um grande acumulado, mas não aconteceu somente em um horário, ela foi bem distribuída ao longo do dia”, disse o meteorologista.

Augustinho ressalta que quanto maior o volume de chuva em um curto período de tempo, mais problemas a região onde se registra o acumulado terá: “Se esses 200 milímetros acontece em um intervalo de três, quatro horas, aí sim é uma chuva forte, com altos acumulados. É certo que vai causar danos na cidade.

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