Motorista diz que DJ Ivis só foi preso devido a repercussão do caso

"Também foi por conta das agressões, mas a pressão da mídia foi maior", declarou Charles Barbosa de Oliveira na saída da Delegacia Eusébio, onde Ivis prestou depoimento ainda hoje após ser preso por agredir a esposa

Motorista de DJ Ivis, Charles Barbosa de Oliveira afirmou na noite desta quarta-feira, 14, que a prisão do músico ocorreu principalmente devido à repercussão do caso: “Também foi por conta das agressões, mas a pressão da mídia foi maior”. A declaração foi dada em coletiva de imprensa na saída da Delegacia Metropolitana Civil de Eusébio, onde Ivis prestou depoimento ainda hoje após ser preso por agredir a esposa Pamella Holanda.

“Não estou aqui justificando o que ele fez, porque é injustificável. Aquelas cenas, todo mundo viu”, disse Charles, se referindo aos vídeos divulgados por Pamella em que ela é agredida pelo marido com a presença de funcionários, incluindo o motorista. Questionado sobre sua atuação para impedir as agressões, Charles afirmou que “travava”, “sem acreditar no que estava vendo”, durante as brigas.

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Assistir às discussões, para ele, “foi novidade”. “Eu nunca tinha participado de confusão de marido e mulher. Eu fiquei abismado”. Segundo ele, a polícia foi acionada diversas vezes, mas dispensada por Ivis ou Pamella, “porque não era assunto de polícia, era assunto de casal”. Era nesses momentos que Charles se envolvia nas situações, como quando Ivis tentou se suicidar com uma faca.

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O motorista afirmou que a vítima teria, segundo ele, atentado contra a vida de Ivis com uma tesoura. “E isso a gente vai provar na Justiça, porque a gente tem como provar, a gente tem imagem de tudo que aconteceu”, assegurou ele. Charles prestou depoimento à Delegacia de Eusébio nessa terça-feira, 13. A Polícia investiga suposta omissão do funcionário, que não procurou a Justiça para denunciar os atos de violência presenciados.

Apesar dos comportamentos violentos, o DJ Ivis, para Charles, é “gente fina”, uma pessoa de boa convivência. “Pelo fato de ser artista e [estar] despontando, tinha aquele problema de ciúme. Quando chegava de viagem e tinha qualquer coisa, era motivo de explosão, de ciúme”, explicou. O motorista classifica as agressões como “um momento de loucura”. “Ele tava sob muita pressão. Só quem sabe é quem convive”, acrescentou.

Charles se denominou “braço direito” de Ivis, um “amigo que não deu as costas. Dando a cara a tapa, inclusive. Sendo chamado disso, daquilo”. Tendo em vista sua proximidade com o músico, o motorista afirmou que Ivis “pensava em Deus” ao refletir sobre sua carreira, pois “todo ser humano erra, tem o direito de errar”. O impacto negativo na carreira de Ivis, após a divulgação dos vídeos, o deixava “triste”, disse Charles, “mas com a ciência de que ele é um cara muito talentoso, é um ponto fora da curva. É um cara fora de série”.

Em entrevista ao jornalista Léo Dias, do portal Metrópoles, Pamella disse que passou a ser violentada física e psicologicamente pelo cantor ainda em 2020, poucos meses antes do nascimento da filha do casal. Quando perguntado sobre isso, Charles destacou: “Aí é o que ela fiz. Eu não presenciei. Eu só posso falar do que eu presenciei”. Quanto às agressões comprovadas, Ivis se arrependeu, declarou o motorista, “ porque ele tem mãe, tem uma filha”.

Violência contra a mulher - o que é e como denunciar?

A violência doméstica e familiar constitui uma das formas de violação dos direitos humanos em todo o mundo. No Brasil, a Lei 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, caracteriza e enquadra na lei cinco tipos de violência contra a mulher: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial.

Entenda as violências:

Violência física: espancamento, tortura, lesões com objetos cortantes ou perfurantes ou atirar objetos, sacudir ou apertar os braços

Psicológica: ameaças, humilhação, isolamento (proibição de estudar ou falar com amigos)

Sexual: obrigar a mulher a fazer atos sexuais, forçar matrimônio, gravidez ou prostituição, estupro.

Patrimonial: deixar de pagar pensão alimentícia, controlar o dinheiro, estelionato

Moral: críticas mentirosas, expor a vida íntima, rebaixar a mulher por meio de xingamentos sobre sua índole, desvalorizar a vítima pelo seu modo de se vestir

A Lei 13.104/15 enquadrou a Lei do Feminícidio - o assassinato de mulheres apenas pelo fato dela ser uma mulher. O feminicídio é, por muitas vezes, o triste final de um ciclo de violência sofrido por uma mulher - por isso, as violências devem ser denunciadas logo quando ocorrem. A lei considera que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher.

LEIA MAIS | Veja como denunciar violência doméstica durante a pandemia

Veja como buscar ajuda:

Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180

Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza (DDM-FOR)
Rua Teles de Souza, s/n - Couto Fernandes
Contatos: (85) 3108- 2950 / 3108-2952

Delegacia de Defesa da Mulher de Caucaia (DDM-C)
Rua Porcina Leite, 113 - Parque Soledade
Contato: (85) 3101-7926

Delegacia de Defesa da Mulher de Maracanaú (DDM-M)
Rua Padre José Holanda do Vale, 1961 (Altos) - Piratininga
Contato: 3371-7835

Delegacia de Defesa da Mulher de Pacatuba (DDM-PAC)
Rua Marginal Nordeste, 836 - Jereissati III
Contatos: 3384-5820 / 3384-4203

Delegacia de Defesa da Mulher do Crato (DDM-CR)
Rua Coronel Secundo, 216 - Pimenta
Contato: (88) 3102-1250

Delegacia de Defesa da Mulher de Icó (DDM-ICÓ)
Rua Padre José Alves de Macêdo, 963 - Loteamento José Barreto
Contato: (88) 3561-5551

Delegacia de Defesa da Mulher de Iguatu (DDM-I)
Rua Monsenhor Coelho, s/n - Centro
Contato: (88) 3581-9454

Delegacia de Defesa da Mulher de Juazeiro do Norte (DDM-JN)
Rua Joaquim Mansinho, s/n - Santa Teresa
Contato: (88) 3102-1102

Delegacia de Defesa da Mulher de Sobral (DDM-S)
Av. Lúcia Sabóia, 358 - Centro
Contato: (88) 3677-4282

Delegacia de Defesa da Mulher de Quixadá (DDM-Q)
Rua Jesus Maria José, 2255 - Jardim dos Monólitos
Contato: (88) 3412-8082

Casa da Mulher Brasileira

A Casa da Mulher Brasileira é referência no Ceará no apoio e assistência social, psicológica, jurídica e econômica às mulheres em situação de violência. Gerida pelo Estado, o equipamento acolhe e oferece novas perspectivas a mulheres em situação de violência por meio de suporte humanizado, com foco na capacitação profissional e no empoderamento feminino.

Telefones para informações e denúncias:

Recepção: (85) 3108.2992 / 3108.2931 – Plantão 24h
Delegacia de Defesa da Mulher: (85) 3108.2950 – Plantão 24h, sete dias por semana
Centro Estadual de Referência e Apoio à Mulher: (85) 3108.2966 - segunda a quinta, 8h às 17h
Defensoria Pública: (85) 3108.2986 / segunda a sexta, 8h às 17h
Ministério Público: (85) 3108. 2940 / 3108.2941, segunda a sexta , 8h às 16h
Juizado: (85) 3108.2971 – segunda a sexta, 8h às 17h

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