Ceará "talvez tivesse 3 ou 5 pontos a mais" sem erros de arbitragem, diz dirigente
Haroldo Martins evita "demagogia" em discurso contra arbitragem, mas diz que pontuação faria "muita diferença" e cita medidas da CBF
Na 12ª posição do Brasileirão, com 42 pontos, o Ceará poderia estar em uma colocação melhor se não fossem os erros de arbitragem ao longo da competição, opinou o CEO do futebol do Vovô, Haroldo Martins, em entrevista exclusiva ao Esportes O POVO nesta sexta-feira, 14. O dirigente projetou "três, cinco pontos a mais" na elite nacional.
Haroldo citou como exemplos as derrotas do Alvinegro para Bahia, na Fonte Nova, e Fluminense, no Maracanã, em que os lances capitais tiveram interferência da decisão dos árbitros. Apesar disso, o chefe do departamento de futebol evitou o discurso de "todo mundo contra a gente".
"Penso que teríamos mais do que 42 (pontos). No jogo recente, o árbitro pediu desculpa porque ele errou, ele mesmo constatou que errou, mas os pontos não voltam. Paciência. Outros clubes também perderam pontos", disse Martins, referindo-se à atitude de Flávio Rodrigues de Souza no duelo contra o Flu.
"Talvez tivesse três, cinco pontos a mais e que faz muita diferença", completou.
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O CEO do futebol do Ceará reforçou que ainda vê os diferentes critérios como problema relevante na arbitragem brasileira, mas ponderou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem feito movimentos com o intuito de melhorar, como o Grupo de Trabalho para discutir o tema e as reuniões semanais pós-rodada.
Haroldo admitiu que estas mudanças fizeram o Vovô rever a postura pública para debater os erros, já que há os encontros virtuais às segundas com a Comissão de Arbitragem para apontar insatisfações e ouvir explicações.
Após o pênalti polêmico marcado para o Bahia, por exemplo, em abril, o próprio dirigente se manifestou; depois da partida contra o Fluminense, em que a arbitragem apontou toque de mão de Marllon, o que gerou a falta que culminou no gol tricolor, o clube apenas publicou nota.
"Eu não compro a ideia de 'todo mundo contra a gente'. Não adianta, eu não gosto dessa coisa da demagogia. [...] Não sou adepto da demagogia, não busco fazer isso, mesmo nesses momentos, quando a gente vai, necessariamente, para uma coletiva falar de arbitragem. Isso é já para provocar um movimento junto à CBF, iniciar aqueles procedimentos, não é para inflamar a torcida. A ideia não é essa", justificou Haroldo Martins.
"Muita gente lê assim. 'Isso não serve para nada'. A gente precisa causar essa 'comoção' para que a coisa funcione, que ganhe respaldo, mas, felizmente, de lá para cá, já há essa alteração com as reuniões periódicas, o que facilita bastante. Tanto que, após o jogo contra o Fluminense, a gente preferiu lançar uma nota impessoal, do clube, se manifestando em relação àquilo e não precisar ir a uma entrevista fazer toda essa provocação, porque na segunda-feira seguinte já teria uma reunião. A gente pode fazer as coisas de uma forma mais prática e funcional", emendou.
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