Taís Araújo chora no ‘Mais Você’ relembrando trajetória de Raquel
Em entrevista a Ana Maria Braga, atriz se emocionou ao falar de Raquel e chorou ao vivo
Em meio à reta final de “Vale Tudo”, Taís Araújo viveu uma manhã de emoção e reflexão no Mais Você, nesta segunda-feira, 6.
A atriz chorou ao relembrar a trajetória de Raquel Acioly, personagem que marcou o remake da novela, e aproveitou o encontro com Ana Maria Braga para expor sentimentos sobre o papel — da admiração pela força da protagonista à frustração com os rumos que ela tomou nos últimos capítulos.
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“É uma mulher que me emociona muito. Essa mulher que está na base da pirâmide do Brasil, batalhando pra criar seus filhos, apesar de toda a adversidade que esse país proporciona”, disse Taís, emocionada.
“E o que mais me toca é que ela não perde a alegria. Eu fiz essa personagem pensando nessas mulheres que pegam três, quatro conduções por dia, que mantêm a força e o sorriso mesmo quando tudo está desabando”.
Durante a conversa, Ana Maria comparou Taís à personagem, o que fez a atriz se comover ainda mais. “Eu converso com ela em muitos sentidos. Ela é uma mulher que me emociona”, afirmou, entre lágrimas.
A atriz também destacou o impacto social e racial das cenas em que Raquel enfrenta o racismo de Odete Roitman (Debora Bloch).
“O que a gente vive hoje é um retrato de um país ainda escravocrata. Precisamos nos educar para entender que o que aconteceu foi uma barbárie”, afirmou. Segundo Taís, é urgente um “pacto civilizatório” e o reconhecimento da responsabilidade histórica da população branca no enfrentamento ao racismo.
Em agosto, atriz demonstrou descontentamento com rumo de Raquel na trama
Em entrevista à revista Quem, em agosto, Taís revelou ter ficado “triste e frustrada” com a guinada na história de Raquel. A personagem, que havia ascendido socialmente ao assumir o comando da empresa Paladar, perde tudo após uma manobra de Odete e volta a vender sanduíches na praia.
“Fiquei em choque, porque não era a trama original. Para mim, a Raquel ia numa curva ascendente. Como mulher negra, queria ver uma outra narrativa sobre nós, uma história de permanência no sucesso, não de queda”, disse.
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A crítica de Taís também ecoa debates antigos sobre a personagem. Na versão original de 1988, escrita por Gilberto Braga, Regina Duarte teria se arrependido de aceitar o papel justamente porque Raquel perdia espaço e simpatia popular ao longo da trama. Agora, com a adaptação de Manuela Dias, o retorno à pobreza e a nova volta por cima reacendem o drama e o vínculo emocional com o público.
Para Taís, porém, o impacto de Raquel vai além das reviravoltas do roteiro. “Ela representa tantas mulheres que estão aí, resistindo, trabalhando, criando seus filhos e mantendo a esperança. Essa mulher me emociona porque é o Brasil que eu conheço”, declarou no Mais Você, ainda visivelmente tocada.