Máscara, vacinas em dia e atenção aos sintomas são recomendações para pais na volta às aulas

Item obrigatório tanto para profissionais da educação como para algumas crianças, os cuidados vão além da barreira de proteção física da máscara. O POVO conversou com especialistas e elenca medidas de segurança para o retorno às aulas

O anúncio do retorno às aulas presenciais em setembro na cidade de Fortaleza reacendeu debates sobre os cuidados com as crianças em meio à pandemia. Mesmo com vacinação avançada de profissionais da área da educação, a apreensão para receber a segunda dose e a possibilidade de contágio de outros vírus reforçam a necessidade de cuidados além da máscara. 

Equipamento de proteção individual, a máscara vem sendo utilizada pelo público cearense de forma obrigatória desde o dia 6 de maio de 2020. No caso das crianças, o equipamento não é recomendado para crianças até dois anos de idade. O infectologista e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), Guilherme Henn, reforça a medida. Segundo ele, existem três faixas etárias na primeira infância no qual o uso das máscaras deve ser observado:

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0-2 anos: não há necessidade

A partir dos 3 anos: opcional, mas já se recomenda o uso da máscara em ambientes coletivos

A partir dos 5 anos: obrigatório

Sobre o distanciamento social entre as crianças, Henn prevê que as interações acontecerão e não há o que fazer sobre isso. "E tudo bem. Mas recomenda-se que a máscara seja trocada a cada três horas. A medida que a criança vai falando, o filtro vai ficando inutilizável", explica o professor. O recomendado é que responsáveis coloquem cerca de três máscaras na mochila infantil para serem utilizadas em um dia. Caso a escola tenha rotina de aulas integrais, o mais recomendado são quatro máscaras.

Devido a possibilidade de alergias, a máscara mais indicada para as crianças é a feita de algodão. Infectopediatra e professor na UFC, Robério Leite reforça o ajuste seguro das máscaras no rosto da criança. "Essa recomendação, talvez, seja mais importante do que o tipo de máscara que a criança vai usar. Porque mesmo com a de pano, deve existir uma orientação e uma supervisão do uso por parte dos responsáveis", conversa.

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Henn complementa: "Essas máscaras permitem estampas e isso pode ajudar na adaptação do uso. Se a criança gosta de um personagem, ela vai querer usar a máscara com o personagem", exemplifica. Além dos cuidados com a máscara, ambos os especialistas destacam outras três medidas antes do início das aulas: reforço às medidas de segurança pelas escolas; necessidade de completar o calendário vacinal das crianças; e a atenção dos pais a possíveis sintomas da Covid-19 ou resfriados.

Calendário vacinal das crianças

 

Segundo Robério, o afastamento das crianças do contato social as deixou menos expostas aos vírus de doenças como sarampo e gripe. Ao voltar às aulas, completar o esquema vacinal é mais do que importante para garantir a segurança das crianças contra outras doenças. "O sistema imunológico funciona com treinamento. O vírus do sarampo e da H1N1 não parou de circular", comenta o infectopediatra. 

Para atualizar as vacinas de rotina, a Prefeitura de Fortaleza lançou no último sábado, 24, o dia D da multivacinação. Entretanto, as vacinas continuam disponíveis nas unidades de saúde mais próximas. Basta chegar ao local com cartão de vacina e receber os imunizantes gratuitamente. Para Henn, a vacina da gripe é uma das mais importantes de serem completadas pelas crianças - e pelos adultos também. O imunizante está disponível para a população geral desde o último dia 5 de julho. 

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Atenção dos pais a possíveis sintomas da Covid

 

Mesmo com os cuidados, as crianças ainda podem adoecer pela Covid. Dentre os principais sintomas, estão a febre, obstrução nasal, tosse e cansaço por cerca de dois a três dias. "Mesmo que os pais achem que é um resfriado, eles precisam desse comprometimento. Uma vez tendo sintomas, existe a possibilidade de ser Covid. E esse compromisso precisa ser assumido", alerta Robério.

Para Henn, caso aconteça uma suspeita de caso de coronavírus, professores e alunos devem suspender as atividades presenciais e manter o isolamento. Com o anúncio do retorno, a Secretaria Municipal da Educação (SME) anunciou a contratação de 1,3 mil agentes escolares e vai implementar um aplicativo de monitoramento de casos da Covid-19 em alunos e profissionais da educação. A remuneração será de R$ 1.050 e a prioridade é para pessoas residentes na própria comunidade escolar. Os candidatos deverão ter concluído o ensino médio.

Reforço de medidas de segurança das escolas

 

A vacinação completa dos professores (com as duas doses ou dose única) deve ser prioridade no retorno enquanto as crianças não são inclusas nos grupos de vacinação da Covid, segundo Henn. Reformas no ambiente escolar e o incentivo lúdico à higienização também são necessárias, recomendam ambos os especialistas. "Se não forem feitas medidas paralelas ao uso da máscara, não adianta", conversa Guilherme. Há expectativas que o Ceará vacine todos a partir de 12 anos até agosto. O imunizante Pfizer é o único autorizado para uso. 


 

 

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