Flexibilização avança no Ceará, mas lockdown continua no fim de semana

Escolas, igrejas e templos terão avanços no processo de reabertura, e barracas de praia e academias de ginástica poderão abrir sob determinadas condições

Atualizada às 21h20min

O processo de flexibilização das atividades econômicas no Ceará vai entrar em nova fase a partir da segunda-feira, 26. Em pronunciamento ao vivo por meio das redes sociais neste sábado, 24, o governador Camilo Santana (PT), informou as novas medidas que serão adotadas no Estado. Escolas, igrejas e templos terão avanços no processo de reabertura, e barracas de praia e academias de ginástica poderão abrir sob determinadas condições.

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O momento, porém, ainda é de cautela. Por isso, as medidas de flexibilização seguem valendo apenas de segunda a sexta, e o lockdown continua aos sábados e domingos. "Ainda estamos em um patamar elevado, principalmente na demanda assistencial", pondera Camilo.

O chefe do executivo estadual se reuniu nesta sexta-feira, 23, com o comitê que delibera sobre as ações de combate a Covid-19 no Estado.

O atual decreto em vigência foi iniciado no dia 12 de abril e prorrogado no último sábado, 17. As medidas valem até amanhã. O decreto estadual com as novas normas válidas para todo o Ceará deve ser publicado ainda neste sábado, no Diário Oficial do Estado (DOE), e passa a valer a partir de segunda-feira, 26.

Cenário Epidemiológico

Na live, o secretário da saúde do Ceará, Carlos Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, falou sobre o atual cenário da doença no Estado. Ao analisar as curvas epidemiológicas de casos confirmados e de óbitos por Covid-19, ele afirmou, apesar de o número de casos nesta segunda onda da pandemia ter sido 40% maior do que na de 2020, a quantidade de óbitos foi menor.

"Nós já conseguimos ver que agora, em fevereiro e março (de 2021) tivemos menor letalidade. Chegamos a ter algo em torno de 7% de letalidade e agora estamos com 2,6%". Segundo o secretário, essa mudança mostra que o atendimento aos pacientes com Covid-19, principalmente àqueles em estado mais grave, em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), está mais eficaz. A letalidade diz respeito ao número de pessoas que tiveram a doença e aquelas que foram a óbito.

Um dos desdobramentos da pandemia é na saúde física e mental dos profissionais que estão lidando com ela. No pronunciamento, o secretário apontou que muitos profissionais de saúde do Estado estão com síndrome de burnout, um estado de estresse crônico que leva ao esgotamento físico e emocional e está relacionado ao trabalho. "Inclusive, o Estado está implantando um sistema de atendimento específico para esses profissionais, porque eles estão exaustos e nós precisamos ajudá-los nesse percurso durante a Covid-19", afirmou o gestor, sem informar detalhes sobre o serviço.

Tendência de queda

Os efeitos do isolamento social rígido implantado no Ceará no mês de março e mantido nos últimos finais de semana parece começar a dar resultados. O Estado teve redução do número de casos de Covid-19 em todas as suas regiões de saúde, enquanto a maioria delas apresentou um aumento nas mortes. É o que aponta boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) nesa sexta-feira, 23, referente à 15.ª semana epidemiológica de 2021 (11 a 17 de abril).

Entretanto, as reduções são heterogêneas e, nos últimos dias, alguns municípios decidiram retomar medidas mais rígidas.

Apesar da diminuição dos números, ainda não se percebe o mesmo movimento nas taxas de internação. Cabeto explica que isso ocorre porque, em média, o tempo de internação dos pacientes está maior. "O que estamos vendo é um certo platô, com redução, nas duas últimas semanas, de solicitação de UTI, e um certo platô com redução também no número de (solicitação de) leitos de enfermaria. Isso significa que já há uma repercussão no atendimento nas emergências e nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento)", complementa o titular da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

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Em 14 dias, a média móvel de óbitos caiu 53,5%, e a de casos confirmados, 76%. Ainda assim, especialistas apontam possível terceira onda. "No caso do Ceará, entramos na segunda sem sair da primeira. E já estamos com a rede hospitalar lotada, então não podemos entrar na terceira sem sair da segunda. Ou, pelo menos, sem descer o suficiente. Então, mesmo com as coisas abertas, as pessoas têm que ter a consciência de que elas devem sair quando for necessário, e somente se for necessário", aponta Thereza Magalhães,  professora de Epidemiologia da Universidade Estadual do Ceará (Uece). (Colaborou Gabriela Custódio)

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