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Bolsonaro debocha de jornalistas e diz que o brasileiro "pula em esgoto e não acontece nada"

Presidente da República afirmou que profissionais da imprensa deveriam estar em quarentena e que brasileiro precisa ser estudado, já que "pula no esgoto" e não adoece
Em coletiva no Palácio da Alvorada nesta quinta-feira, 26, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), debochou da atuação de jornalistas e voltou a minimizar os efeitos da pandemia de coronavírus no Brasil. O chefe do Executivo federal afirmou que os profissionais da imprensa deveriam estar em quarentena, como os veículos recomendam — em conformidade com orientações dos governos estaduais e da Organização Mundial de Saúde (OMS). O capitão reformado não se aproximou do local onde estavam os profissionais.
"Imprensa, vocês estão aqui trabalhando. Tem que ficar em casa, pô. Quarentena, pô. Fica em quarentena em casa", ironizou o presidente. Em decreto publicado no domingo, 22, Bolsonaro qualificou o trabalho de jornalistas como serviço essencial, permitindo a livre circulação dos profissionais durante a quarentena.
Perguntado se o Brasil chegaria a situações como a dos Estados Unidos, que nesta semana viu o número de novo casos explodir, ou a da Itália, com a maior proporção entre casos confirmados e mortes no mundo inteiro, Bolsonaro afirmou que os brasileiros teriam algum tipo de imunidade especial. "Acho que não vai chegar a esse ponto, até porque o brasileiro tem que ser estudado, não pega nada. Vê o cara pulando em esgoto, sai, mergulha e não acontece nada". O presidente não apresentou base científica para o argumento.
Ele afirmou, ainda, que é possível que muitas pessoas no País já tenham sido contaminadas pelo coronavírus, mas sem apresentar sintomas, e que esta parcela da população agora estaria imune à doença. Bolsonaro disse que possivelmente estaria neste grupo, apesar de ter dito que testou negativo para os dois exames que fez. O presidente afirmou, em pronunciamento na noite de terça-feira, 24, que por possuir "histórico atlético" não sentiria os sintomas da doença. O ex-nadador e campeão olímpico Cameron van der Burgh, de 31 anos, que está com covid-19, classificou a experiência como "o pior vírus" que já teve.
Apesar de já ter se submetido a dois exames para detecção de coronavírus, Bolsonaro se recusa a mostrar os resultados, afirmando que deram negativo. "A minha palavra vale mais do que um pedaço de papel", disse ele. O Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, onde os testes foram realizados, foi intimado a divulgar a lista de pacientes com resultado positivo, mas omitiu dois nomes no documento.

Com informações da Agência Estado

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